quinta-feira, 17 de julho de 2008

BAIXADA URGENTE - ESPECIAL

IMPUNIDADE É A ORIGEM
DAS NOSSAS TRAGÉDIAS

O assassinato de mais um político de Magé é, lamentavelmente, a repetição de um quadro de violência que mistura política, negócios e pistoleiros de aluguel. Esse crime, que teve como vítima um candidato a vereador e marido da prefeita Núbia Cozzolino, Orney Pereira dos Santos, também conhecido pelo nome eleitoral de “Ney da Núbia”, será mais um Inquérito que irá reforçar as estatísticas de violência no Estado do Rio, mas que, dificilmente, chegará à Justiça e, conseqüentemente, devidamente punido. No rol dos crimes insolúveis envolvendo políticos da Baixada temos o seqüestro e assassinato do Presidente da Câmara e do PMDB de Caxias, Vilson Macedo, do Subsecretário de Serviços Públicos do município, Ary Vieira Martins, do vereador Tião do Táxi, do prefeito de Belford Roxo, Joça, da vice-prefeita de Magé, Lídia Menezes, sobrinha do hoje deputado Zito, além do jornalista Mário Coelho de Almeida Filho, entre outros.
Nos termos da Constituição, todos são iguais perante lei, mas somente a Impunidade, que não está prevista em lei, é democrática, atingindo com seu manto protetor tanto o banqueiro do jogo do bicho como o autor de falcatruas milionárias, tanto os PMs que matam um grupo de jovens na saída de uma casa de shows, como o bandido que seqüestra e mata um casal de adolescentes. E a bandidagem ainda se dá ao luxo de produzir piadas fe humor negro. Quando flagrados em ligações telefônicas em escuta da PF autorizada pela Justiça, eles garantem que “só temem a PF, pois nos Tribunais tudo se ajeita”. E o pior é que, diante do preguiçoso Congresso Nacional - dominado por mensaleiros, sanguessugas e outras figuras do folclore político de Brasília - a Justiça resolveu legislar sobre assuntos de interesse do cidadão comum. Uma jovem de 15 anos, por exemplo, foi presa no Pará e colocada no xadrez com 15 homens. Por infeliz coincidência, os cargos de Delegado de Polícia, Juiz de Direito e Governador do Estado são ocupados por mulheres. Apesar da situação escabrosa e escandalosa, nenhum ministro do Supremo Tribunal Federal avocou o caso para mandar libertar imediatamente a adolescente. Já no caso de banqueiros flagrado quando planejavam subornar, com US$ 1 milhão de dólares, um Delegado da Polícia Federal, a organização judiciária foi atropelada para que um dos acusados, que tem dinheiro o suficiente para vier no exterior sem problemas financeiros, fosse logo libertado. A recente Lei Seca já começou a ser desmoralizada por habeas corpus concedidos por juizes de primeira instância, sob a alegação de que ninguém, mesmo flagrado dirigindo embriagado, pode ser obrigado a fazer prova contra si, isto é, submeter-se ao exame de alcoolismo. O estranho nisso tudo é que, no caso de homicídio, por exemplo, a polícia faz prova residual de pólvora do suspeito sem qualquer reação da OAB ou do Judiciário em defesa do sagrado direito do assassino não produzir prova contra si. Até quando a Impunidade vai sobrepujar a Constituição? Até quando os ricos vão debochar da própria Justiça? Até quando vamos agüentar tanta impunidade?

Um comentário:

Anônimo disse...

QUE CIDADE É ESSA?
O goveernador Sérgio Cabral, que já pode pedir o "Brevet" de piloto, pelo acúmulo de hora voadas desde que assumiu, no início de 2006, tem razão em se espantar com a cidade onde deveria morar!
Tudo bem que o secretário de Segurança é gaúcho, mas Brizola também era e nem por isso chegamos a tal ponto de descontrole da Políci.
Se o governador passar 30 dias no Rio ele verá que a coisa, no dia a dia, é muito pior do que aparece, deviamnte "filtrada" para não incomodar os poderosos, na Imprensa, em especial na TV, com a ajuda dos cinegrafistas amadores e os donos de celular.
Acorda Sergio Cabral! Sua batata está assando!
Antonio Pereira Fiho