quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

BAIXADA URGENTE

NEGROS DA BAIXADA TEM
52% DE GENES EUROPEUS
Um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Fiocruz entre os alunos do CEFET de Química, de Nilópolis, deverá abalar a política de cotas raciais como forma de combater o racismo e produzir a inclusão dos afrodescendentes. Patrocinada pelo CNPq, a investigação incorporou abordagens da genética e da antropologia, e estabeleceu um diálogo entre esses campos disciplinares. O artigo sobre a pesquisa está na edição de dezembro da revista Current Anthropology. O artigo é assinado por sete pesquisadores brasileiros, três deles da Fiocruz: o sociólogo Marcos Chor Maio, da Casa de Oswaldo Cruz, os antropólogos Ricardo Ventura Santos, da Escola Nacional de Saúde Pública, e Simone Monteiro, do Instituto Oswaldo Cruz, que realizaram a pesquisa com os antropólogos Peter Fry, da UFRJ, José Carlos Rodrigues, da PUC-Rio, e os geneticistas Luciana Bastos-Rodrigues e Sergio Pena, da UFMG.
“Nas últimas décadas, biólogos, especialmente os geneticistas, têm afirmado repetidamente que a noção de raça não se aplica à espécie humana”, escrevem os autores. “Por outro lado”, sustentam, “cientistas sociais afirmam que o conceito de ‘raça’ é altamente significativo em termos culturais, históricos e sócio-econômicos”. Por quê? “Porque molda o cotidiano das relações sociais e é um poderoso motivador para os movimentos sociais e políticos com base em recortes raciais”. Nesse contexto, os autores do trabalho fizeram uma pesquisa com os adolescentes do Cefet de Química de Nilópolis. Os alunos responderam a uma série de perguntas sobre características sócio-econômicas e sobre pertencimento a cor/raça, seguindo a classificação do IBGE. Os alunos também forneceram amostras biológicas, a partir das quais foram realizados testes de ancestralidade genômica, com base na análise do DNA nuclear, na UFMG. Já os dados de percepção de ancestralidade e dos testes genômicos foram debatidos pelos estudantes em grupos de discussão.
“Os resultados dos testes de ancestralidade genômica são bastante diferentes das estimativas de ascendência percebidas”, relatam os investigadores. Os estudantes que se classificaram como “pretos”, os testes de DNA mostraram que a ascendência européia predomina, com média de 52%; 41% africana e 7% ameríndias. Nos alunos que se classificaram como “pardos” o teste de ancestralidade genômica revelou índices “europeizantes” de 80% em média. Os estudantes “brancos”, que se percebiam como portadores de substancial ascendência africana e ameríndia, se defrontaram com resultados de testes genéticos que, na realidade, evidenciaram que têm muito pouca ancestralidade africana e ameríndia.
As reações dos estudantes, diante dos resultados, foram variadas. “Os alunos que se classificaram como ‘brancos’ em geral declararam-se decepcionados com os baixos percentuais para as categorias africano e ameríndio a partir dos testes de ancestralidade genômica”, escrevem os autores. Outros ficaram “desconcertados” quando verificaram que os resultados de seus testes genéticos mostraram alta ascendência européia.
Alguns estudantes trouxeram para as discussões, temas relacionados com políticas públicas voltadas para questões raciais. “A minha ancestralidade genômica é 96% européia, 1% ameríndia e 3% africana”, disse um deles, que ainda ironizou: “acho que a única coisa que muda é que eu não tenho mais a chance de conseguir a cota”.
“Neste estudo”, escrevem os autores, “ressaltamos a importância de se melhor compreender as complexas formas de como as informações sobre genética são interpretadas pelo público leigo”. Eles também destacaram a necessidade de um maior diálogo entre as ciências biológicas (genética, em especial) e as ciências humanas, em torno de temas complexos como esses com os quais trabalharam: cor, raça e ancestralidade.

MAZINHO PROMETE REABRIR O
TEATRO DA CÂMARA EM JUNHO
Ao participar, nesta quinta feira (3), no Instituto Histórico da Câmara da abertura da quinta edição da EXPOntânea, exposição coletiva de artistas que compõem a galeria Arte e Fato, o vereador Mazinho, presidente da Câmara, anunciou que até junho estarão concluídas as obras de reforma total do Teatro Procópio Ferreira, que ocupa o 5º andar do prédio do legislativo caxiense. Além da abertura da EXPOntânea, o encontro serviu para o lançamento do livro do ex-vereador Elyseu de Alvarenga, filho do biografado, e do historiador Rogério Torres intitulado “Coronel Elyseu e o seu tempo”, obra que revela um pouco do abolicionista de Meriti.
Além do teatro, Mazinho também anunciou a instalação de um segundo elevador, que permitirá um melhor acesso entre o Instituto Histórico, no térreo, e o Teatro Procópio Ferreira, no alto do prédio do Legislativo.
Além de Mazinho, também participou da cerimônia a vereadora Fatinha, líder do Governo, o professor Stélio Lacerda, primeiro Secretário de Cultura do município, além de familiares do Coronel Elyseu, como seu biógrafo, que integrou a Câmara de Duque de Caxias na segunda legislatura, entre 1951 e 1955.

RÁPIDAS

● O discurso empolgado do governador Sério Cabral, que declarou seu amor
pelo prefeito Zito e que tanto frisson provocou na cidade, teve uma segunda parte que não foi devidamente esclarecida. Trata-se da apaixonada defesa que o governador fez da atual Secretária de Cultura do município, a pedagoga Ana Jansen, afilhada política do ex-governador Marcello Alencar.
● Os rasgados elogios do governador levantaram a suspeita de que Zito já aderiu à reeleição de Cabral e de que a Secretaria de Cultura do estado será dirigida, a partir de janeiro, por uma outra Ana, que não tem sobrenome Rates.
● Para reforçar essa suspeita, uma raposa política que freqüenta o cafezinho do “Guimarães” lembra que Zito já descartou um possível acordo com o deputado Fernando Gabeira, preferindo a vereador carioca Andréia Gouveia Vieira, que seria devidamente “cristianizada” durante a campanha.
● Ocorre que a tucana Andréia Vieira, que vem denunciando o desvio de recursos na realização dos Jogos Panamericanos, já declarou que não aceita disputar o governo do Estado por um prosaico motivo: é carioca com todo o orgulho, mas não conhece nada do chamado “interior fluminense”, não tendo, assim, nenhuma percepção do que ocorre no antigo Estado do Rio, nem conhecimento dos seus problemas.
● O clima no Palácio Guanabara ficou pesado depois do ocorrido com o fotógrafo George Fant, expulso do palanque do governador por dois seguranças do Palácio, por exigência de uma assessora do Sérgio Cabral. O número de internautas que lembraram outros episódios de barração de pessoas conhecidas da cidade em solenidades reunindo o governador e o deputado Alexandre Cardoso, secretário de Ciência e Tecnologia, dá bem uma media do estrago que a Ana Paula aprontou em Caxias na quarta-feira.
● Os prefeitos dos municípios fluminenses que se beneficiam dos royalties do petróleo se reuniram ontem (3), em Niterói, para discutirem uma reação à proposta dos governadores nordestinos, liderados pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, de reduzir os royalties dos municípios produtores de petróleo nas áreas já licitadas do pré-sal.
● A proposta que estaria sendo negociada entre os governadores do Nordeste e ministros do governo prevê o corte de mais da metade dos recursos na partilha do pré-sal a que os municípios produtores teriam direito – passando de 26,25% para 12,25% o repasse dos royalties.
● Durante a reunião, os prefeitos Eduardo Paes (Rio , Jorge Roberto da Silveira (Niterói), André Mônica (Araruama), Washington Quaquá (Maricá) e Franciane Motta (Saquarema) trataram, principalmente, do impacto que a proposta dos governadores do Nordeste causará no orçamento de cada município. Eles também começaram a esboçar uma estratégia para impedir que o acordo que está sendo articulado no Congresso vá adiante.
● O prefeito Eduardo Paes disse que as prefeituras ainda estão levantando os números do prejuízo com a perda dos royalties das áreas já licitadas. Segundo Paes, o encontro foi o primeiro passo para chamar a atenção para o problema.
● “O que estamos tratando aqui é de algo muito grave: não se pode mudar o que já está em contrato, o que já está previsto para os nossos orçamentos. Não é admissível que qualquer ator político faça um acordo com base nesses termos prejudiciais à metade da população do estado do Rio de Janeiro. Estamos tratando do futuro do estado”, disse.
● Na próxima semana os prefeitos terão um encontro com o governador Sérgio Cabral. “Tenho certeza que o governador vai usar a mesma energia que teve para defender o estado para nos liderar na negociação com o governo federal e vai usar o mesmo tom que vem usando desde o início desta questão”, afirmou Paes.
● Por 5 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal decidiu receber a denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de participar de um esquema de caixa 2 que teria funcionado em sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998. Azeredo acabou perdendo as eleições para Itamar Franco (PMDB).
● Votaram a favor do recebimento da denúncia o relator, ministro Joaquim Barbosa, e os ministros Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Cezar Peluso e Marco Aurélio Mello. Foram votos vencidos os ministros José Antônio Dias Toffoli, Eros Grau e o presidente do STF, Gilmar Mendes.
● O esquema tucano teria arrecadado, de acordo com a denúncia, mais de R$ 100 milhões, com desvio de verbas de estatais e empréstimos bancários. Oficialmente, a campanha de Azeredo custou R$ 8 milhões.
● Ao votar pela aceitação da denúncia, o ministro Ayres Britto repudiou o esquema investigado e disse que a formação de caixa 2 está na base de toda corrupção existente na administração pública brasileira.
●“Entendo que se montou em Minas Gerais um modelo mais que espúrio, maldito, que costuma ser o início de toda corrupção na administração pública. O caixa 2 é uma desgraça nos costumes políticos do Brasil”, disse Britto. “Acho que há provas de todos os tipos, documentais e testemunhais”.
● As acusações fazem parte do processo que trata do esquema conhecido como “mensalão mineiro”. Azeredo é acusado pela Procuradoria-Geral da República de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. O processo também envolve outras 38 pessoas, entre elas, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, que figura como pivô de um esquema semelhante que teria sido usado pelo PT e denunciado pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), em 2005.
● Por recomendação dos médicos que o atenderam no Hospital Sírio-Libanês,
o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ficará afastado do comando da Casa até a próxima quinta-feira (10). A assessoria do parlamentar informou que Sarney passará o período de licença médica em São Luís (MA).
● Ainda, segundo sua assessoria, a licença foi recomendada para que o presidente do Senado se recupere melhor da crise de gastroenterite, da semana passada, quando foi atendido pelo serviço médico da Casa. Os exames complementares feitos por José Sarney, no Hospital Sírio-Libanês, não apresentaram qualquer outro problema de saúde no senador, de acordo com a assessoria do parlamentar.
● A CPI da Assembleia Legislativa criada para investigar fatos relativos a denúncias de corrupção contra conselheiros do Tribunal de Contas do Estado anunciou que o TCE contratou um Sistema de Comunicação Digital (Sicodi) por R$ 10 milhões que não teria sido eficaz. O anúncio foi feito durante a reunião desta quinta-feira (03), quando a comissão ouviu Mauro Henrique da Silva, ex-secretário Geral das Sessões do TCE.
● Na época, à frente de um setor que poderia se utilizar do Sicodi, Silva afirmou que abriu mão do serviço que, segundo ele, chegou a ser utilizado por quase todo o tribunal. Segundo dados da CPI, o contrato foi feito em 2001, na gestão do então presidente do TCE José Gomes Graciosa, sem licitação, com a Fundação Padre Leonel Franca.
●“O serviço foi o mesmo até 2006. Recentemente, em 2008, quando o presidente José Maurício Nolasco observou que aquele serviço não era eficiente, mandou refazer o Sicodi que, agora sim, funciona. Surpreendentemente, o novo Sicodi foi feito sem gasto de R$ 1 sequer, com o trabalho sendo realizado pelos próprios funcionários”, revelou a presidente da CPI, deputada Cidinha Campos (PDT).

TSE PODE DIVULGAR LISTA DOS
CANDIDATOS COM FICHAS SUJAS


A ONG Transparência Brasil pediu nesta quarta (2), ao Tribunal Superior Eleitoral, a divulgação das certidões criminais dos candidatos para que os eleitores conheçam os chamados “fichas-sujas”. Nos editais de concursos para o serviço público ou de grandes empresas, os candidatos devem oferecer certidões com nada consta que comprovem que não respondem a processos, nem tem seus nomes lançados no SPC ou SERASA. Assim, as certidões que os candidatos devem apresentar à Justiça Eleitoral para fim de registro de candidatura se tornariam documentos públicos, de livre acesso aos eleitores.No ofício, a ONG pediu que o TSE crie um instrumento eletrônico para que as informações contidas nas certidões sejam acessadas “de modo eficaz” na internet. A Transparência Brasil ainda sugeriu que o TSE exija do candidato a informação de todas as ocorrências nas quais é citado, o que inclui processos ainda não julgados e processos em tramitação em outros municípios e Estados.

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