quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

BAIXADA URGENTE

DELEGACIA FECHA AS PORTAS
POR FALTA DE COMBUSTÍVEL
Após receber denúncia da existência de uma placa na porta da 166/DP de Angra informando que a aquela unidade estava sem combustível para suas viaturas, o jornalista Igor Abreu foi ao local para registrar o fato. Quando ele estava fotografando, o “Aviso” na porta da 166DP, o profissional fui abordado por um policial sem qualquer identificação que queria levá-lo para dentro da Delegacia. – Após me identificar como jornalista e pedir para falar com o Delegado Titular, Francisco Benitez, fui “levado” para “conversar” com um senhor que se identificou como Coordenador Regional. Em uma sala no segundo piso o Coordenador me disse que eu não poderia tirar a tal foto porque ali é uma área de segurança e que em vez de fazer matéria sobre a falta de combustível, deveria fazer sobre o problema dos bombeiros ou outro qualquer. Expliquei que eu estava em via pública, tirando foto de um prédio público e no exercício da minha profissão e que fui abordado por uma pessoa que se dizia policial. O Coordenador argumentou que, em frente à uma delegacia, se sou abordado, independente da falta de identificação do policial, eu teria que aceitar seguir para dentro da delegacia. Contra-argumentei que em frente à 166DP havia umas 30 pessoas e que se todo mundo me abordasse e dissesse que era um policial, teríamos uma situação no mínimo complicada. Expliquei que, se gente sem identificação se apresenta como policial, é de supor que parece coisa de milícia. Ele retrucou, dizendo que eu estava alterado. Contra-argumentei dizendo que meu nervosismo era justificável pelo absurdo da situação – declarou o jornalista depois de ser liberado pela “autoridade”.
Perguntado sobre a razão de faltar combustível para os veículos da Polícia Civil de Angra, o jornalisTa recebeu, do coordenador, a explicação de que haviam emprestado combustível para o Corpo de Bombeiros e o caminhão que abastece a 166/DP (Angra dos Reis).
Não bastasse a falta de respeito aos pacientes na Saúde, agora falta até combustível para o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil do Estado. Por isso morreu tanta gente na região serrana com a chuva da noite desta terça (11) e o Governo teve que pedir emprestados helicópteros da Marinha para lavar bombeiros para socorrer as vítimas dos desabamentos em Teresópolis e Nova Friburgo.

REGIÃO SERRANA AGORA
CONTA OS SEUS MORTOS
Subiu para 237 o número de mortos pela forte chuva que atingiu a região serrana do Rio desde a noite de ontem (11) até a madrugada de hoje (12). Essas informações foram divulgadas pela Agência Brasil, órgão do governo federal Esses números foram registrados até às 19:00h desta quarta (12)
No município, bastante afetado pela chuva, já são cerca de mil desabrigados, que estão sendo encaminhados para o Ginásio Pedrão, no centro da cidade, e para escolas municipais nos bairros mais afastados do centro.
Em Petrópolis, segundo informações do governo do estado, foram registradas
nove mortes. Já em Nova Friburgo, foram sete mortes. Entre as vítimas, estão três bombeiros, que trabalhavam no resgate das vítimas, quando foram soterrados por um novo deslizamento de terra. Há outro bombeiro continua desaparecido.
Como a frente fria sobre o Sudeste vai continuar ativa até o fim de semana, é provável que a Baixada Fluminense, que sofreu no início de 2010, ao lado de Angra dos Reis, com a violência das enchentes, volte a enfrentar os mesmos problemas. Na ocasião, tanto o Governo do Estado, como os prefeitos da região prometeram realizar obras de contenção de barreiras, remover famílias de áreas de risco, tanto nas encostas, como nas margens de rios e canais, além de acelerar as obras de saneamento básico. Como nada foi feito de efetivo, só resta aos moradores da Baixada apostarem na fé e pedirem proteção a Deus, pois dos nossos governantes não podem esperar mais nada.

RÁPIDAS
• Especialistas alertam para a necessidade de um planejamento urbano adequado para evitar transtornos provocados pelas chuvas, como desmoronamentos e alagamentos. Temporais estão castigando as regiões Sudeste e Centro-Oeste e a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de mais chuva para toda a semana.
• O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF), Francisco Machado, explica que é necessário um planejamento e investimento em projetos voltados para a prevenção de calamidades. Segundo ele, é importante estabelecer medidas de segurança na área de engenharia, como a contenção de encostas. “Quando acontece uma calamidade sai caro para o Estado e também para as vítimas. Cabe à sociedade fazer sua parte e cobrar do governo ações de prevenção”, afirma.
• Machado alerta para a necessidade de se cumprir o plano diretor, que deve ser estabelecido pela prefeitura de cada estado. O plano diretor estabelece regiões com as condições de serem habitadas. “A prefeitura não pode deixar as pessoas morarem em áreas de riscos, a lei é bem clara. Pensando nisso, o Crea-DF lançou uma cartilha que alerta a sociedade para a prevenção de calamidades com soluções técnicas”, diz.
• A arquiteta e urbanista Ana Paula Guedes, da organização não governamental Arquitetura para Todos, destaca que as frequentes enchentes na Região Sudeste do país resultam de uma série de fatores. “O crescimento das cidades, o péssimo hábito de as pessoas jogarem lixo nas ruas e a questão climática favorecem todos esses alagamentos. Existem projetos que buscam alternativas para sanar esse problema nas cidades, como São Paulo. Porém, as obras de saneamento e drenagem pluvial deveriam ter sido feitas há muito tempo. Agora fica difícil minimizar os problemas”, declara.
• A urbanista também ressalta a importância de um planejamento urbano adequado. “As secretarias de Obras dos estados têm projetos que impedem construções ilegais, entretanto há pessoas que burlam a legislação. É preciso uma maior fiscalização por parte do governo”, diz.
• De acordo com o Inmet, a previsão para a Região Sudeste hoje (12) é de céu nublado com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas em Minas Gerais, no Espírito Santo e Rio de Janeiro. No estado de São Paulo, são esperadas chuvas fortes. Na Região Centro-Oeste do país, o Inmet alerta para a possibilidade de pancadas de chuvas, rajadas de vento e trovoadas isoladas em Goiás, Mato Grosso e no Distrito Federal.
• Não é por outra razão que os moradores de Xerém, cujos rios ainda abastecem boa parte do Rio e até o Município, estão preocupados, pois a coleta de lixo no 4º Distrito continua irregular, embora a taxa seja cobrada rigorosamente com o IPTU. E o lixo, lançado nos terrenos baldios ou nas ruas e praças, acabam dentro dos valões e rios que cortam Xerém.
• Com as chuvas intensas na Serra de Petrópolis, há o risco das “cabeças d´água”, muito comum no verão, que arrastam pedras (usadas moradores para fazerem pequenas barragens), galhos de árvores e até o lixo jogado nas ruas, destruindo tudo que encontram pela frente, principalmente as casas ribeirinhas. • Mesmo com a presença de militares do Exército no Complexo do Alemão e no Vila Cruzeiro, traficantes continuam tentando vender drogas nas duas comunidades. Segundo o assessor de imprensa da Força de Pacificação, o major Fabiano Carvalho, os militares já tinham detectado indícios da presença de traficantes “formiguinhas”, aqueles que levam pequenas quantidades de drogas para vender sobretudo fora dos dois complexos.
• O major diz que as suspeitas podem ser confirmadas por um episódio recente. No início da semana, dois homens foram presos por tráfico de drogas e porte de arma, no Largo da Bulufa, na favela da Grota, que pertence ao Complexo do Alemão. De acordo com as informações repassadas ao major, os dois suspeitos estavam com 142 papelotes de cocaína perfilados sobre o chão, atrás do um pneu de uma kombi. Com eles, havia também munição.
• A informação da presença do tráfico foi dada pelo jornal “O Estado de São Paulo”,. Para o comandante da Força de Pacificação, general Fernando Sardenberg, o que existe hoje é o chamado “formiguinha”. Segundo o general, apenas o terceiro escalão do tráfico, que não possui mandado de prisão e não tem ficha criminal, permaneceu no morro e continua, de forma escondida, tentando vender drogas.
• Sardenberg disse ainda que o serviço de inteligência de sua equipe está investigando quatro mortes que teriam acontecido na área de ocupação das favelas. Segundo ele, nada indica, por ora, que essas mortes tenham ligação com o retorno do tráfico aos dois complexos.
• Os estacionamentos particulares do estado que funcionam fora dos shoppings centers também estão proibidos de fazer cobrança por tempo mínimo de permanência e obrigados a fracionar o preço em períodos de meia hora sem aumento nas tarifas. Assim, estão sujeitos a multas pelo Procon caso descumpram a Lei 5.862/11. O alerta foi feito pelo coordenador jurídico da Comissão de Defesa do Consumidor (Codecon) da Assembleia Legislativa, Paulo Girão.
• Segundo Girão, os consumidores que constatarem o descumprimento da norma nestes estabelecimentos devem procurar o Procon. “As pessoas devem denunciar estes estacionamentos menores que não estão cumprindo a nova lei, para que estes sejam devidamente multados”, ressalta ele, acrescentando que a comissão também pode receber as queixas, tanto através do Disque Defesa do Consumidor (0800 282 7060) quanto através do atendimento presencial, no Edifício Leonel de Moura Brizola, na Rua da Alfândega, 8, Centro da capital.
• Após a entrada em vigor da lei, de autoria da deputada Cidinha Campos (PDT), que preside a Comissão, muitos consumidores reclamaram do aumento abusivo dos estacionamentos de shoppings, o que gerou uma operação especial do Procon e uma ação civil pública da Codecon, buscando combater a prática. No caso dos estacionamentos que não ficam em shoppings, Paulo Girão lembra que os consumidores devem buscar garantir seus direitos, cobrando o cumprimento da lei e denunciando os estacionamentos menores que não se enquadraram nas novas regras. “A regra não vale apenas para estacionamentos que funcionam em shoppings”, destaca.
• O governador Sérgio Cabral solicitou nesta quarta (12) ao comandante da Marinha, almirante Júlio Moura, a disponibilização de aeronaves para o deslocamento de homens e equipamentos do Corpo de Bombeiros para os municípios da região serrana do estado do Rio, fortemente atingidos pelo temporal que começou ontem (11) à noite e só terminou no fim da madrugada de hoje (12). Helicópteros das polícias Civil e Militar partiram ainda cedo para a região fazendo o transporte de equipes e suprimentos.
• Após sobrevoar os municípios atingidos, o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, classificou a situação como bastante grave, principalmente em Teresópolis e Nova Friburgo. Ele disse que, em alguns locais, o acesso por terra é impossível.
• “Nunca vi nada igual, nem mesmo nos deslizamentos em Angra dos Reis no ano passado. Esse é o momento de ver o que pode ser feito para resolver a situação dessas pessoas, buscando, principalmente, desobstruir as estradas e garantir o acesso de serviços e apoio para devolver a normalidade à população”, afirmou Pezão.
• Para acelerar o desbloqueio das estradas de acesso às cidades serranas, o subsecretário executivo estadual de Obras, Hudson Braga, solicitou ao presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), Luiz Antonio Pagot, a liberação de equipamentos. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e empresas que fazem obras de contenção de encostas e terraplanagem na região também estão ajudando a remover as barreiras e recuperar o asfalto que cedeu em alguns pontos.

INFLAÇÃO AFETA MAIS AS
FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA
O Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1), que mede a inflação para famílias com renda de um a 2,5 salários mínimos, encerrou 2010 com uma alta de 7,33%. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), que faz a medição do índice, o IPC-C1 teve uma inflação acima da média do Índice de Preços ao Consumidor geral (IPC-BR), que, no período, variou 6,24%.
A maior inflação do IPC-C1 foi registrada na classe de despesas alimentação (11,03%), seguida por transportes (9,03%), despesas diversas (5,32%), saúde e cuidados pessoais (5,02%), vestuário (4,36%) e educação, leitura e recreação (4,12%). Os gastos com habitação apresentaram o menor aumento: 2,98%.
Analisando apenas o mês de dezembro de 2010, o IPC-C1 registrou uma inflação de 0,86%, inferior à registrada no mês anterior, que havia sido de 1,33%. A redução da inflação foi influenciada por quatro das sete classes de despesas analisadas pela FGV: alimentação (cuja taxa passou de 2,62% em novembro para 1,43% em dezembro), transportes (de 0,57% para 0,13%), habitação (de 0,38% para 0,35%) e educação, leitura e recreação (de 0,34% para 0,02%).
Enquanto isso, três classes de despesas tiveram inflação maior em dezembro: vestuário (de 0,75% em novembro para 1,42% em dezembro), saúde e cuidados pessoais (de 0,26% para 0,73%) e despesas diversas (de 0,41% para 0,59%).

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