quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

BAIXADA URGENTE

CABRAL CULPA PREFEITOS
PELA TRAGÉDIA NA SERRA



O governador Sérgio Cabral responsabilizou nesta quinta (13) a ‘permissividade’ na ocupação de áreas irregulares pela tragédia que já matou mais de 350 pessoas na região serrana do Estado, vítimas de deslizamentos decorrentes da chuva que começou na terça-feira.
‘Há um conceito de décadas de permissividade de ocupação de encostas, se houvesse um padrão rígido de ocupação, teríamos vítimas sim, porque o volume de chuva foi acima do normal, mas não podemos chegar a quase 500 mortos’, disse o governador em entrevista à rádio CBN.
O governador afirmou ainda que “a ocupação do solo urbano é de responsabilidade da municipalidade’, segundo determinação da Constituição de 1988. O governador deu as declarações por telefone quando se preparava para sobrevoar a área afetada pelas chuvas nesta quinta, acompanhado da presidente Dilma Rousseff. O número de mortos pelas chuvas na região serrana chegou a 470, segundo a Polícia Civil. Às 22h10 desta quinta (13), a prefeitura de Teresópolis informava que o número de mortos subira para 223. Em Nova Friburgo, o número chegou a 216. Em Sumidouro, a prefeitura confirmou 19 mortos, enquanto o municípiio de Petrópolis divulgou que o total de mortos chegara a 39. A Polícia Civil confirmou que 470 corpos já foram identificados pelos peritos do Instituto Médico Lega).
– A situação está brava e muito difícil. O número de vítimas pode aumentar ainda mais. Estou aqui para mostrar à presidente Dilma tudo isso que está acontecendo’" -
garantiu o vice-governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, que está em Nova Friburgo desde a manhã de quarta (12), coordenado o trabalho de socorro às vítimas da tragédia. A chuva voltou a cair sobre Teresópolis nesta quinta-feira, e um hospital de campanha da Marinha foi montado na cidade para atender as vítimas.

GOVERNADOR CORRE PARA
TIRAR FOTOS COM DILMA

Após sobrevoar nesta quinta (13) de helicóptero a região serrana do Rio de Janeiro, castigada pela forte chuva na madrugada de terça (11) para quarta-feira (12), a presidenta Dilma Roussef desceu no campo de futebol do Friburguense. Acompanhada de seis ministros e do governador Sérgio Cabral, que acabara de chedgar dos EE. UU., onde se encontrava em viagem de férias, a presidente Dilma Rousseff visitou a Praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo. A praça continua coberta de lama e lixo trazidos pela enxurrada.
Em seguida, segundo a assessoria do Palácio do Planalto que acompanha a comitiva, a presidenta, que usava galochas, foi à Rua Luis Spinelli e conversou com moradores. Foi nessa rua que um carro do Corpo de Bombeiros foi soterrado na manhã de quarta (12). Quatro bombeiros morreram e três foram resgatados com vida.
Ainda de acordo com a assessoria do Planalto, em resposta a perguntas sobre como seria a ajuda aos municípios, Dilma afirmou: “vamos realizar ações de governo firmes”.
Em Nova Friburgo, o comércio continua fechado e muitos moradores ainda estão sem luz, água e gás. O sistema de telefonia funciona parcialmente. O número de mortos continua aumentando. Pela manha, já havia sido contabilizados 381 vítimas fatais. Em Nova Friburgo foram contados, até agora, 168 mortos; em Teresópolis, 161; em Petrópolis, 39; e em Sumidouro, 13.


RÁPIDAS

• Na primeira entrevista que concedeu sobre a tragédia provocada pelas chuavas na Região Serrana, na manhã desta quinta (13), o governador Sérgio Cabral disse as enchentes durante o Verão é da responsabilidade dos prefeitos e das Câmaras de Vereadores, que se omitem quanto à ocupação desordenada de áreas de risco, como barrancos e margens dos rios.
• Na entrevista dada por telefone, o governador, que acabara de retornar dos EE. UU em viagem de férias no último fim de semana, disse que os políticos não gostam de adotar medidas que desagradem os eleitores, como é o caso de proibir os loteamentos e as construções irregulares em áreas de risco, muito menos aceitam a idéia de remover as famílias dessas áreas antes que as tragédias aconteçam.
• Sérgio Cabral não tinha essa opinião quando ocorreu desmoronamentos no Morro da Carioca, em Angra dos Reis, no Reveillon de 2009/2010, muito menos no caso do Morro do Bumba, que era um antigo lixão da prefeitura de Niterói. Talvez porque, em 2010, Sérgio Cabral falava como candidato à reeleição (que conseguiu), não lhe sendo conveniente criticar os prefeitos e vereadores, como ele agora o faz.
• Pelo menos 5 mil famílias que moram em encostas ou às margens de rios na região serrana do estado, consideradas de “extremo risco”, terão que ser removidas. O anúncio foi feito nesta quinta (13) pelo secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves. Ele garantiu que o governo pagará aluguel social para essas famílias até que sejam reassentadas, e que os recursos para isso serão solicitados ao governo federal.
• Neves explicou que a remoção das famílias será coordenada pelo Gabinete da Assistência Social, criado ontem (12) por orientação do governador Sérgio Cabral e que vai congregar as secretarias de Assistência Social dos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Friburgo atingidos por fortes chuvas nesta semana.
• “O mais importante nesse momento é assistir à população desabrigada e chegar aos pontos mais críticos”, disse o secretário após reunião com os ministros do Desenvolvimento Social, Teresa Campelo, e da Integração Nacional, Fernando Bezerra, na noite dessa quarta-feira (12).
• Segundo a Defesa Civil do estado, já são mais de 3 mil famílias desabrigadas na região serrana. Elas estão sendo acolhidas em ginásios e escolas públicas e ontem mesmo começaram a receber colchonetes, roupas, material de higiene pessoal e de limpeza e alimentos não perecíveis.
• A tragédia na região serrana do Rio de Janeiro talvez não pudesse ser evitada, porque o volume de chuvas que atingiu os municípios da área foi muito grande, mas se tivessem sido tomadas medidas preventivas adequadas, o número de mortes em consequência das inundações, dos deslizamentos de terra e dos desabamentos poderia ser bem menor. A avaliação é do presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro.
• De acordo com ele, o país conta com diagnósticos feitos por inúmeros especialistas sobre os perigos de se construir em locais irregulares, soluções técnicas e recursos para reduzir o déficit habitacional e evitar que a população construa suas casas em áreas de risco. O assunto, no entanto, segundo Guerreiro, não foi tratado como prioridade pelos governos pelo menos nos últimos 30 anos.
• “Essa tragédia está em gestação há décadas porque toda a Mata Atlântica vem sendo destruída ali e isso é fatal, principalmente em regiões serranas. Quando descoberta parte do terreno, [a água da chuva] arrasta lama, pedra, terra. É evidente que houve uma chuva muito grande, mas os prejuízos poderiam ser muito menores se houve manutenções preventivas, cuidado com a natureza, evitar a urbanização como foi feita, construindo em lugares de risco, tirando árvores e colocando no lugar residências”, afirmou.
• Ele defende que o processo de liberação de construções seja mais rigoroso por parte das prefeituras em todo o país e que as autorizações só sejam concedidas mediante laudos geotécnicos criteriosos garantindo a ausência de riscos. “A maioria das prefeituras está desaparelhada, com poucos técnicos, mas isso é fundamental para evitar mortes”, acrescentou.
• Segundo o presidente do Crea-RJ, esses problemas são verificados em todo o país, já que todos os anos há ocorrências de tragédias semelhantes em diversas regiões. Para ele, a chave para evitar tais catástrofes está no “planejamento sistemático, governo após governo, a médio e longo prazos”.
• Guerreiro também destacou que é preciso reduzir de forma definitiva o déficit habitacional no país, de quase 10 milhões de moradias, com ampliação dos investimentos na questão habitacional. “As verbas emergenciais que aparecem após os desastres são importantes para evitar mais mortes e resolver a situação na hora, mas não o problema do próximo verão. O sobrevivente da tragédia deste ano pode ser a vítima do verão seguinte”, alertou.
• Agostinho Guerreiro também acredita que o país tenha recursos suficientes para investir nessa área. “Na década de 80, os governos podiam usar o argumento de falta de recursos porque o crescimento da economia brasileira era praticamente inexpressivo, mas, nos últimos anos, temos crescido num ritmo importante, também temos os recursos do pré-sal e de outros eventos da economia”, enfatizou.
• Embora o número total de mortos por causa das chuvas em Teresópolis ainda seja desconhecido, a prefeitura mandou abrir 303 covas no Cemitério
Municipal Carlinda Berlim. Segundo o secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Luiz Antônio da Costa Jorge, a medida é uma precaução, baseada na estimativa do total de mortos na cidade.
• Os primeiros sepultamentos foram de três pessoas de uma mesma família: Eliésia de Ameida (41 anos), o filho dela, Douglas (13), e a neta Larissa, de apenas um mês e meio. Eles moravam no bairro de Santa Rosa e tiveram a casa atingida por lama e pedras. Dos seis moradores da casa, três sobreviveram. Mais sete cemitérios de cidades vizinhas poderão receber as vítimas das chuvas na região serrana.
• Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão divulgados
nesta sexta (14), informou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, a previsão é que as notas estejam disponíveis no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) até o final da manhã.
• No domingo (16), começam as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do primeiro semestre de 2011. O sistema unifica a oferta de vagas em instituições públicas de ensino superior. Os estudantes são selecionados com base na nota do Enem em três chamadas subsequentes.
• Nesta edição, serão oferecidas 83.125 vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais. Pode participar do processo de seleção para o Sisu quem fez o Enem 2010. No dia 15 de dezembro, o exame foi reaplicado para candidatos prejudicados pelos erros de impressão dos cadernos da prova amarela, que não continham todas as 90 questões de ciências humanas e da natureza
• – Quase 34% dos cursos superior avaliados em 2009 pelo Ministério da Educação (MEC) obtiveram resultado insatisfatório. Ao todo, 1.696 graduações tiveram nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), em uma escala de 1 a 5. O indicador avalia a qualidade do ensino oferecido a partir da nota obtida pelos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a titulação e o regime de trabalho do corpo docente e a infraestrutura oferecida. Os resultados 1 e 2 são considerados insatisfatórios; 3, razoável; e 4 e 5, bons.
• Em 2009 foram avaliadas 6.804 graduações em administração, arquivologia, biblioteconomia, ciências contábeis, economia, comunicação social, design, direito, estatística, música, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teatro e turismo, e os cursos superiores de tecnologia em design de moda, gastronomia, gestão de recursos humanos, gestão de turismo, gestão financeira, marketing e processos gerenciais.
• A maioria dos cursos (51,47%) foi considerada razoável – obteve nota 3. Apenas 15% atingiram CPC 4 e 5. Dentro do processo de regulação, todos os cursos com nota inferior a 3 serão visitados por comissões de supervisão do MEC. A partir do diagnóstico, pode ser firmando um protocolo de compromissos com medidas para sanar as deficiências como redução das vagas e proibição de novos ingressos.
• Pouco mais de 1,8 mil cursos ficaram sem conceito. Isso ocorre quando a amostra de alunos participantes das avaliações que compõem o CPC é considerada insuficiente.
• Pelo menos 5 mil famílias que moram em encostas ou às margens de rios na região serrana do estado, consideradas de “extremo risco”, terão que ser removidas. O anúncio foi feito hoje (13) pelo secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves. Ele garantiu que o governo pagará aluguel social para essas famílias até que sejam reassentadas, e que os recursos para isso serão solicitados ao governo federal.

Inmet PREVÊ MAIS CHUVAS
PARA ESTE FIM DE SEMANA

A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de tempo nublado, com pancadas de chuva e trovoadas isoladas em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, além de chuva forte em São Paulo, até o fim de semana. A meteorologista do Inmet Odete Chiesa explica que o aumento no volume de chuvas é provocado pela frente fria que está sobre a Região Sudeste, formando a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul. “Existe um bloqueio que não deixa a frente fria voltar para o Oceano Atlântico. A massa de ar que vem da região amazônica se une à frente fria, piorando a situação”, diz.
A Região Sudeste tem sido castigada por fortes chuvas desde o início do ano. Esta quarta (12), foi um dia caótico para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com a Defesa Civil, o número de mortos na região serrando do Rio subiu para 351 no início da manhã desta quinta (13)..
Em Minas Gerais, a situação também é crítica. Os municípios de Guaraciaba, Inhapim, Maria da Fé e Itamonte decretaram situação de emergência devido a enxurradas e inundações. De acordo com a Defesa Civil do estado, foram contabilizados, até a manhã de hoje (13), 15.630 desalojados, 2.295 desabrigados, 72 feridos e 16 mortes.

2 comentários:

Notícia em Verso disse...

É triste, mas a história se repete, é uma evidência
Ver mortes e desabamentos sem poder tomar providência
Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo embaixo de lama
O estado do Rio de Janeiro pede ajuda, implora, clama

No ano passado, a tragédia foi no réveillon, nas ilhas de Angra, belas
Igual: deslizamentos nas encostas, perdas e inúmeras sequelas
Mas parece que Cabral, o governador, não sabe ou se esqueceu
De férias na Europa? Como pode? Não agora! Entendeu?

É momento de usar o que sobrou e se tem em mãos
Já que, mais uma vez, faltaram políticas de prevenção
Defesa Civil precisa reforçar a ação e conscientização
Residências irregulares tem destino certo: desabarão

Com a tragédia anunciada, Dilma confirma sua chegada
O governador, já de volta, mostra o que restou das estradas
FGTS, muito bem, será liberado para quem precisar
E para aqueles que não tem mais onde morar

Do Governo Federal virá um bilhão para reparos
Para as famílias de 500 vítimas é difícil o amparo
A reconstrução terá apoio de todos, amigos e parentes
E se possível, senhor, uma estiagem de políticos negligentes

(http://noticiaemverso.blogspot.com)
twitter: @noticiaemverso

Edson Alvaredo disse...

Fico imaginando esse replay torrencial na Baixada principalmente, em caso de maré cheia, quando as águas, represadas na foz, retornam inundando e afogando homens, mulheres, crianças e animais.
Cheias do Sarapui, Iguaçu, Botas, Camarões,D`Ouro, São Francisco, Guapimirim, só para citar os rios, cuja responsabilidade pela tragédia, é repassada pelos insanos caçadores de votos, que incentivam, fazendo vista grossa a edificações junto ás margens, encostas e vales.
Quantas vêzes assistimos esse triste repetéco?
E quantas vêzes maiis, retornarão ás nossas vistas?
Por essas e outras, continuo favorável a desobrigação do ato de votar. Voto facultativo, já!

Deo gratia