MINISTRO RECLAMA
DE CORTES
EM VERBAS
PARA TRANSPORTES
A demora
na aprovação do orçamento e o ajuste fiscal promovido pelo governo federal
afetaram os investimentos do Ministério dos Transportes. A Pasta aplicou 37% a
menos no primeiro quadrimestre de 2015 em comparação com igual período do ano
passado. Na quarta-feira (29), o ministro dos Transportes, Antônio Carlos
Rodrigues, chegou a afirmar que “várias obras no país vão parar” por falta de
recursos neste ano.

Percentualmente,
a Valec, responsável pela engenharia e construção de ferrovias, teve a queda
mais significativa entre as unidades orçamentárias da Pasta. Os investimentos
da unidade caíram quase 45% em um ano. Passaram de R$ 587,3 milhões em 2014 para
R$ 327,2 neste ano.
O
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não ficou atrás.
As aplicações da unidade ficaram 35% menores em 2015, passando de R$ 3 bilhões
nos quatro primeiros meses de 2014 para R$ 2 bilhões.
Após
confirmar a existência de obras paralisadas em decorrência do impacto do ajuste
fiscal promovido pelo governo federal e pelas consequências da Operação Lava
Jato, o ministro dos Transportes voltou atrás e afirmou que as obras terão seus
cronogramas “adequados” e isso não acarretará atraso. Entre as obras
paralisadas, segundo a Agência Senado, estão as da rodovia BR-153 no trecho
entre Anápolis (GO) e Aliança do Tocantins (TO).
De acordo
com O especialista em infraestrutura do Ipea, Carlos Campos, é desesperador ver
uma aérea tão importante ser menorizada pelo governo.
“Nós
patinamos com infraestrutura de transporte entre 1985 e 2005. Depois,
recuperamos em 2010. Mas nos últimos quatro anos os investimentos estão
estagnados”, explica.
O
especialista ressalta que mesmo com os investimentos privados o Brasil
desembolsa muito pouco para o setor. Segundo ele, essas aplicações chegam a R$
30 bilhões por ano, equivalente a 0,6% do PIB. “Isso é muito pouco. Economias
de países também emergentes, como Rússia, China, Chile e Colômbia investem, em
média 3,4% do PIB no setor. Dá noção de como os recursos são insuficientes e
infelizmente, ainda serão menores em razão do ajuste fiscal”.
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