AMIGO DE LULA ADMITE COMO
POSSÍVEL A RENÚNCIA DE DILMA
Ex-assessor especial de Lula e amigo da presidente Dilma
Rousseff, Carlos Alberto Libânio, o frei Betto, concedeu entrevista ao
jornalista Ricardo Mendonça, da Folha, em que disse temer que a renúncia seja o
desfecho da atual crise política.
"A minha pergunta íntima, hoje, não é o impeachment.
Acho que a democracia brasileira está consolidada, não há motivo para
impeachment. A minha pergunta é outra. É se a Dilma, pessoalmente, aguenta três
anos pela frente. Eu temo que ela renuncie", disse ele.
"Ou tem uma mudança de rota ou eu me pergunto se ela
vai aguentar o baque psicológico de três anos e meio pela frente com menos de
10% de aprovação, 71% dizendo que o governo é ruim ou péssimo. Isso é um sinal
de que você não está agradando nada. Não adianta fazer cara de paisagem. Ou ela
dá uma mudança de rota, muda a receita do ajuste, ou pega a caneta e fala 'vou
p’ra casa, não dou conta'. Eu tenho esse temor."
Frei Betto enxerga hoje uma crise emocional no País,
decorrente da falta de utopias.
"A gente entra em amargura, não vê saída, a gente não
consegue equacionar racionalmente. Não consegue buscar as causas e as
perspectivas. Fica tudo no emocional. Hoje, o debate é emocional. É como briga
de casal em que o amor acabou", afirma.
Em seu blog no Diário do Poder, o jornalista Claudio
Humberto, que foi assessor de imprensa no Governo Collor, revelou que desde a
última terça-feira a presidente Dilma Rousseff vem trabalhando na redação de
sua cara renúncia. Esse desfecho tranquilizaria o PT, levaria o PMDB para o
centro do Poder e evitaria que Dilma e Temer sejam afastados por conta de
decisão do TSE em relação à supostos abusos do poder e econômico da chapa
vitoriosa nas eleições de 2014.
Além de representar uma saída honrosa para Dilma, a
renúncia impediria a presença do deputado Eduardo cunha no Paládio do Planalto,
mesmo que por 90 dias, prazo para convocar uma nova eleição. A saída de Dilma
desanuviaria o clima político e adiaria a disputa pelo poder para 2018, onde
PSDB e PMDB tanto podem se aliar, como disputar a Presidência da República.
Esta semana, um encontro entre Temer e o senador José Serra foi interpretado
como uma tentativa do vice-presidente do fazer a transição menos traumática.
Para alguns observadores, no entanto, a inesperada
entrevista de Temer esta semana, convocando o País para ajudar o Governo a
tirar o país do buraco, teria sido, inclusive, um ato falho de Temer, pois tal
proposta só seria factível com a prévia renúncia de Dilma.
Para o historiador Marco Anatonio Vila, da TV/Veja, o PT desperdiçou
no programa eleitoral no rádio e TV na quinta-feira (6), a chance de recuperar parte dos 71% dos eleitores que reprovam o Governo Dilma ao inistir na tática de culpar "os outros" pelo fracasso da política econômica petista, que vem provocando desemprego, falência de empresas e inflação acima dos 10% nos primeiros meses de 2015.
Veja a exposição didática de Maro Atônio Viloa e tire as as suas conclusões.
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