segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

BAIXADA URGENTE

A FÉ VALE OURO NUM
PAIS DE MISERÁVEIS

Está circulando na internet uma série de fotos de uma mansão, situada em Campos do Jordão, estância turística preferida das famílias bem nascidas e endinheiradas de S. Paulo e onde foram presos o ex-governador Paulo Maluf e seu filho, numa das espetaculosas operações da Polícia Federal, com direito à cobertura da imprensa, que mostrou o filho de Paulo Maluf algemado, mas viajando em seu próprio helicóptero até a capital paulista, onde a dupla ficou presa por poucos dias. O autor das fotos garante que essa mansão pertence, de fato, ao bispo Edir Macedo, tio do senador Marcelo Crivella, amigo de Lula e candidato a prefeito do Rio de Janeiro. Ao contrário do que registra a Bíblia (vinde a mim os humildes, pois deles será o reino dos Céus), o fundador da Igreja do Reino Universal faz questão de exibir o seu poderio econômico, que vai além da compra de emissoras de rádio e TV Mundo afora e da censura ao Orkut.

FOLHA DE SERVIDORES
PASSARÁ PARA A CAIXA

Numa decisão discutível e perigosa, o prefeito Washington Reis rompeu o contrato de exclusividade entre o município e o banco HSBC, para pagamento da folha de pessoal ativo, pensionistas e aposentados do Município, transferindo o pagamento de cerca de 15 mil servidores para a Caixa Econômica Federal. O pagamento de fevereiro, que será creditado no início de março, já será feito pela Caixa. Segundo informação da Assessoria de Imprensa da Prefeitura, Caixa Econômica Federal começa nesta segunda-feira (21/01) a abertura de novas contas para os cerca servidores, aposentados e pensionistas de Duque de Caxias. Eles vão deixar de receber seus salários pelo banco HSBC, como ocorria desde janeiro de 2005, a partir de março, quando receberão os pagamentos referentes ao mês de fevereiro em suas novas contas da Caixa. Todos os servidores do município receberão correspondência da Caixa, informando local e data para o agendamento da abertura das novas contas. A partir desta segunda-feira, também os empréstimos consignados só poderão ser feitos através da Caixa. As taxas dos empréstimos vão variar entre 1,7% e 2,5% ao mês, que estão entre as mais altas do mercado.

· A novela do pagamento dos servidores de Duque de Caxias tem muitas passagens nebulosas. O contrato foi firmado no final de 2004, a poucos dias do ex-prefeito Zito passar o cargo, pegando de surpresa os servidores, que até então tinham plena liberdade de escolha do banco onde receberiam seus pagamentos e pensões.
· Ao saber do contrato entre a Prefeitura e banco inglês, Washington Reis prometeu, solenemente, que anularia o contrato no seu primeiro ato de prefeito, a partir de 1º de janeiro de 2005. Empossado, o novo prefeito preferiu manter o contrato e pedir uma “compensação” ao banco.
· A compensação foi a construção, ao custo de cerca de R$ 10 bilhões, de um escolão numa área de 10 mil metros quadrados que pertencia ao Frigorífico Santa Lúcia, no Sarapuy, onde hoje funciona uma unidade do Colégio Pedro II.
· O contrato firmado pelo ex-prefeito Zito garantia ao HSBC o pagamento da folha de pessoal por cinco anos. Com início em 2005, o contrato deveria valer até 2009. Em função da liberação de verbas do PAC, Washington Reis resolveu fazer média com Lula e transferiu a folha para a Caixa.
· Alguns advogados, que não estão na folha de pagamento da prefeitura, questionam a solução, acreditando que o banco inglês não var abrir mão de dois anos de contrato sem uma razoável compensação financeira, que acabará drenando recursos do município para uma instituição estrangeira, sem qualquer vantagem, seja para os servidores, seja para Duque de Caxias.
· O professor e pesquisador Newton Meneses, depois de dar um grande susto na família e nos amigos, já está em casa se recuperando de uma pneumonia, que obrigou a sua internação no CTI de um hospital carioca.
· Problemas à vista. A vitória por cinco x dois sobre o improvisado time do América, neste domingo, não é motivo de tranqüilidade para o time do Duque de Caxias. Além da contratação de jogadores com mais de 30 anos para disputar um campeonato corrido como a Taça Guanabara, com jogos no meio e nos fins de semana (nesta quarta, enfrenta o Fluminense), o técnico do ex-Tamoio ainda terá outros abacaxis pelo caminho.
· Além de não poder jogar em casa, seja no mini-estádio de Xerém, seja no Telê Santana, por não atenderem às condições impostas pelo Estatuto do Torcedor, o Duque de Caxias ainda enfrenta problemas de relacionamento entre os jogadores.
· Viola, por exemplo, não nega que não gosta de “gringo”, referindo-se ao colega sérvio Dusan, de 24 anos, um dos mais jovens do time caxiense.
· Segundo reportagem da “Folha de S. Paulo”, Viola reagiu mal à aproximação do sérvio, no hall do hotel no Flamengo, onde o time estava concentrado.
· Segundo o jornal paulista, Viola se desviou do colega, esbravejando: “Não tenho papo com esse cara. Ele é muito marrento. Não gosto de gringo. Não gosto de argentino, de sérvio. Não gosto de estrangeiro”, disse o atacante, ao ser questionado sobre seu relacionamento com Dusan. E racismo no Brasil ainda é crime, mesmo que o preconceito seja de um não-branco em relação a qualquer outra etnia, inclusive os gringos.
· Outro problema: as precárias condições do gramado do antigo campo do Tamoio, reformado pelo DER/RJ. Anda na quinta-feira, no jogo treino do Duque de Caxias com a seleção da Nicarágua, o treino teve que ser interrompido, pois o campo foi transformado numa imensa lagoa com poucos minutos de chuva. As condições das estradas estaduais, a começar pela Av. Leonel Brizola, Ex-presidente Kennedy, dão bem uma demonstração da falta de qualificação do DER/RJ em matéria de drenagem.
· Na sexta-feira, pela manha, garis da Prefeitura ainda lutavam para escoar a água que ficara empossada no gramado, numa prova de que o campo não tem um eficiente sistema de drenagem, mesmo o prefeito Washington Reis morando em Xerém e saber dos elevados índices pluviométrico da região. Aliás, um dos bairros de Xerém tem o nome de Mantiquira, uma expressão indígena que se refere a local de nevoeiro úmido, semelhante à garoa de S. Paulo.

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