PÚBLICA PARA NOVA MINISTRA
A professora e socióloga Eleonora Menicucci,
indicada pela presidenta Dilma Rousseff para assumir a Secretaria de Políticas
para as Mulheres (SPM), disse ontem (7) que considera a discussão do aborto no
Brasil uma questão de saúde pública. Ela lembrou que o aborto, no Brasil, é a
quarta causa de mortalidade materna e a quinta entre as internações
“Não é uma questão ideológica, é uma questão de
saúde pública, como o crack e outras drogas, a dengue, o HIV e todas as doenças
infectocontagiosas”, ressaltou..
Durante coletiva de imprensa, ela se mostrou
pessoalmente favorável à descriminalização do aborto, mas destacou que, a
partir do momento em que aceitou o convite para a SPM, passou a assumir a
posição do governo em relação ao assunto.
“Minha posição pessoal, a partir de hoje, não diz
respeito, não interessa”, disse. “A matéria da legalização ou descriminalização
do aborto é uma matéria que não diz respeito ao Executivo, mas ao Legislativo”,
completou.
Segundo Eleonora, que deverá tomar posse na
sexta-feira (10), uma das prioridades da pasta será dar continuidade ao combate
à violência doméstica e sexual. Ela defendeu, entre outras medidas, a punição
de estupradores, mesmo quando a vítima não procurar a delegacia para fazer a
queixa. O assunto será apreciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) amanhã
(8).
PMs E GOVERNO DA BAHIA
NÃO CHEGAM A UM ACORDO
Terminou sem acordo a
reunião que discutiu alternativas para pôr fim
à paralisação de policiais militares da Bahia. Participaram da rodada de
negociações representantes de cinco entidades de classe de policiais militares
e bombeiros, o presidente da seccional da Bahia da OAB, Saul Quadros; o
comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro; além do secretário
de Segurança Pública, Maurício Barbosa. A reunião foi intermediada pelo arcebispo
de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger.
No Rio, a entrada de mais
de 70 emendas adiou para quinta-feira (9) a votação, na Assembleia Legislativa,
o projeto que prevê aumento salarial para as polícias Militar e Civil, do Corpo
de Bombeiros e agentes penitenciários fluminenses.
O texto apresentado pelo
governo estadual prevê pagamento cumulativo para os servidores da segurança em
três parcelas. O presidente da Associação de Cabos e Soldados do Corpo de
Bombeiros Militar, Nilo Guerreiro, não concorda com o projeto.
Ele defendeu a abertura
de um canal direto de negociação com o governador para resolver o problema. Os
servidores reivindicam soldo de R$ 3.500 para praças, que incluem desde soldados a subtenentes, e R$ 7 mil para os
oficiais.
BR-040 - A NOSSA
FAIXA DE GAZA
No momento em que o Governo Federal economiza cerca de R$
2 bilhões no PRONASCI – que deveria ajudar os Estados e Municípios na
implantação de programas que reforçasse a segurança pública, os bandidos estão
mais abusados do que nunca. Uma quadrilha, por exemplo, faz "ponto"
na Rodovia Rio-Juiz de Fora, aterrozando motoristas. Por isso, a BR-040 já está
sendo chamada de "Faixa de Gaza/", uma alusão à perigosa faixa de
terra disputada por judeus e palestinos.
Semana passada, um casal que reside em Imbariê e resolveu
ir a um dos supermercados do centro de Duque de Caxias, passou mais de uma hora
de terror nas mãos de uma quadrilha, que age na BR-040, na altura a Reduc. O
casal seguia pela pista em direção ao Rio quando ouviu um barulho, como se
alguma coisa houvesse explodido por baixo do seu carro. No mesmo instante, o
motorista de outro veículo fez sinal para que o casal parasse, pois havia fogo
por baixo do carro. Milagrosamente, apareceu um cidadão que, dizendo-se
mecânico, sugeriu que o motorista levasse o "carro avariado" até a
oficina de um amigo, numa rua próxima. A vítima se negou. O solícito mecânico
disse que um amigo tinha um reboque e levaria o carro rapidamente para a
oficina. A vítima se negou, dizendo que
chamaria o reboque da seguradora. O mecânico retrucou dizendo que o reboque não
custaria nada. Depois de mais alguns minutos, o tal mecânico revelou que o
reboque estava em Madureira, sugerindo que eles fossem até a oficina de seu
amigo. La, depois de idas e vindas, anunciaram haver descoberto o problema: a
rebimbela da prafuseta havia se quebrado. Por coincidência, o dono da oficina
tinha uma peça idêntica. Feito o serviço, foi apresentada a conta: R$ 980,00. A
vítima disse que não autorizara nenhum conserto e que não tinha dinheiro, talão
de cheques ou cartão de bando. O simpático mecânico perguntou se ele não tinha algum
dinheiro, pois estava indo ao supermercado.
Ao admitir que dispunha de apenas R$ 100,00 na carteira, o mecânico
perguntou quando a vítima teria dinheiro. Só na quinta, respondeu o assustado
motorista. O mecânico pediu, então, que a vítima lhe fornecesse o seu telefone,
que ele ligaria na quinta para marcarem um encontro e, então, o motorista
pagaria o restante dos serviços.
Depois de retornar à BR-040, o motorista resolveu passar
por uma oficina autorizada para verificar se fora "roubado" nos
sérviços de mecânica. Depois de muito procurar no computador, o atendente da
autorizada revelou que a peça custava R$ 2.700,00, mas que o seu carro não
tinha nenhum problema quanto à tal peça.
Só aí o motorista descobriu que caíra num velho conto do
vigário. Conversando com amigos, o motorista descobriu, aterrorizado, que esse
golpe vem sendo aplicado nas rodovias Rio-Petrópolis e Rio-Magé diariamente, já
que a Polícia Rodoviária Federal, responsável pela fiscalização e a segurança
das rodovias federais, não aparece na Baixada há meses por falta de pessoal.
BANCO É CONDENADO POR
CONSTRANGER GESTANTE
Por decisão da 17ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Rio, o banco Itaú terá que indenizar em R$ 8 mil uma gestante por
constrangimento ilegal. A autora, que estava grávida de sete meses em 2009, foi
a uma agência do banco réu, junto com a sua mãe, para efetuar alguns
pagamentos. Ao tentar entrar, a porta giratória travou e ela foi barrada pelo
segurança. Depois de colocar seus pertences no compartimento indicado, ela
disse ao segurança que não havia mais nada a tirar, a não ser a roupa do corpo.
Com ar de deboche, o segurança disse que ela poderia proceder dessa forma. Por causa do ocorrido, a autora teve que ser
encaminhada ao hospital para atendimento.
O Itaú se
defendeu sob o argumento de que o procedimento de revista nas agências
bancárias tem por fim garantir a segurança de seus clientes, sendo descabido o
pedido de indenização.
Para o
desembargador relator, Elton Leme, houve reação desproporcional e abusiva por
parte do segurança da instituição financeira.
“Não obstante ser a porta giratória com detector de
metais instrumento hábil a oferecer segurança para os funcionários e clientes
do estabelecimento financeiro, sua utilização deve ser feita com cautela e
atenção para que não submeta o cliente a constrangimento e humilhação. No caso
em exame, foi demonstrada a exposição da autora a vexame público, em
decorrência da reação desproporcional do segurança do banco, em evidente abuso
no exercício regular de direito, impedindo sua entrada na condição de cliente,
causando retenção na porta giratória e debochando da autora, ao insinuar que
deveria tirar a roupa, fato que afrontou a dignidade da consumidora”, destacou
o magistrado. (Nº do processo: 0001594-35.2010.8.19.0021
RÁPIDAS
• O Senado aprovou projeto de lei que viabiliza a
compensação de débitos de contribuições previdenciárias com créditos de outros
tributos federais como, por exemplo, os concedidos em contrapartida a
pagamentos de impostos. Votado em caráter terminativo na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE), o projeto segue direto para a análise da Câmara.
• O parecer do relator Francisco Dornelles (PP-RJ) prevê
que a compensação tributária seja feita de ofício pela autoridade competente.
Caso a operação não seja executada, os contribuintes que contarem com créditos
tributários poderão, por declaração, pedir a compensação nos débitos
previdenciários após 180 dias da publicação da nova lei.
• A liderança do governo recebeu orientação para retirar o
projeto da pauta ou rejeitá-lo. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), no
entanto, bancou a aprovação da matéria por entender que ainda há tempo para o
Executivo promover ajustes no texto, já que o projeto ainda será analisado pela
Câmara.
• “Esse encontro de
contas é importante. A orientação é que não há como tratar desse assunto no
momento, mas futuramente. Como o tema vai para a Câmara, acredito que haverá
tempo. Então, vou orientar pela aprovação”, explicou Jucá.
• Estudo feito pelo movimento Todos pela Educação aponta
que 3,8 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estavam fora da escola
em 2010. Na década (2000-2010), entretanto, houve um aumento de 9,2% na taxa de
acesso à escola, segundo o estudo De Olho nas Metas 2011, divulgado ontem (7).
• A Região Sudeste teve o menor avanço na década, expansão
de 8%. Ainda assim, é a parte do país com maior índice de jovens matriculados,
92,7%. No Brasil, a taxa de inclusão escolar chega a 91,5%.
• Com o maior número de jovens em idade escolar (17,3
milhões), a Região Sudeste registra o maior número de crianças e adolescentes
fora da escola (1,27 milhão).
• As taxas de acesso à pré-escola permanecem em patamares
muito mais baixos que os estabelecidos pelas metas. Crianças de 4 e 5 anos têm
a menor taxa de atendimento (80,1%). Na Região Norte, apenas 69% das crianças
que deveriam estar na pré-escola estão estudando
• O ensino médio também apresenta uma taxa de frequência
menor do que a média. Na faixa de 15 a 17 anos, apenas 83,3% estão inseridos no
sistema de ensino, o que representa 1,7 milhão de jovens fora da escola. O
menor percentual de acesso é registrado novamente no Norte (81,3%).
• O estudo De Olho nas Metas é um relatório anual cujo
intuito é acompanhar indicadores educacionais ligados às cinco metas
estabelecidas pelo Todos Pela Educação para serem cumpridas até 2022. A
primeira meta é chegar ao índice de 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17
anos matriculados e frequentando a escola no prazo de dez anos.
• Outra pesquisa que mostra o baixo índice de
aproveitamento das verbas da Educação está no ensino fundamental, onde apenas
42,8% dos alunos que concluem o 3º ano do ensino fundamental têm as habilidades
em matemática esperadas para a série, segundo outra pesquisa divulgada ontem
(7) pelo movimento Todos Pela Educação. O nível dos estudantes foi medido pela
Prova ABC, aplicada em 250 escolas de todo o país em 2011, avaliando o
desempenho em escrita, leitura e matemática
• Para a escrita, 53,3% dos alunos tiveram desempenho
considerado satisfatório, com base nas escalas do Sistema de Avaliação da
Educação Básica (Saeb), metodologia do Ministério da Educação. Em relação à
leitura, o índice de estudantes com as habilidades esperadas ficou em 56,1%.
•A Região Norte obteve o pior resultado em matemática,
apenas 28,3% dos estudantes tiveram o resultado esperado para a série. O Sul
conseguiu o melhor resultado na disciplina, com 55,7% dos alunos apresentando
bom desempenho
• Em relação à redação, o Nordeste teve o desempenho mais
baixo, só 30,3% dos estudantes apresentaram domínio da escrita de acordo com a
série que cursavam. A região também teve o menor percentual de alunos (42,5%)
com habilidade de leitura satisfatória. O Sudeste é a região com o melhor
resultado para a prova de escrita (65,6%).
• Na rede particular de ensino, o percentual de alunos com
bom resultado em matemática foi 74,3%, mais do dobro do verificado na rede
pública, 32,6%. Na prova de redação, 80,7% dos estudantes do ensino privado
tiveram desempenho satisfatório, contra o percentual de 44,3% verificado entre
alunos das escolas públicas.
. Proporção semelhante foi apresentada na avaliação de
leitura, em que 79% dos alunos da rede particular se saíram bem e apenas 48,6%
dos estudantes do ensino público tiveram um bom resultado.
. Um dos fatores apontados pela pesquisa para a diferença
entre os alunos do ensino privado e o público é o acesso à educação
pré-escolar. “Uma explicação para esse resultado é que a maior aprendizagem na
rede privada está relacionada ao fato de seus alunos terem melhores condições
sociais e econômicas e de terem cursado a pré-escola. Tais condições ajudam a
explicar, mas não deveriam justificar tal diferença entre as redes”, ressalta o
estudo.
• Apesar das greves de PMs e Bombeiros Militares no Ceará
(já encerrada), na Bahia e no Rio de Janeiro, onde está prometida para esta
sexta-feira (10), dificilmente o Senado votará este ano a emenda à Constituição
que estabelece um piso salarial para policiais e bombeiros militares em todo o
país. Essa é a avaliação do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR),
que considera o tema "controverso". O texto está sob análise na
Câmara dos Deputados.
•Além da PEC 300, a greve dos policiais na Bahia colocou
na pauta do Congresso uma série de matérias sobre a regulamentação do direito
de greve em serviços essenciais como segurança pública, saúde e educação.
Romero Jucá (PMDB-RR) foi enfático ao dizer que não há condição de o Executivo
arcar neste momento com qualquer aumento de despesas "sob pena de perder o
controle fiscal". Mas, reconheceu que o direito de greve deve ser debatido
pelos parlamentares
• Ele defende uma negociação para que os policiais baianos
não sejam punidos e nem sejam descontados os dias parados. O mesmo tratamento,
segundo ele, não cabe a policiais "encapuzados e armados" que
incitaram os grevistas. "É necessário o bom-senso para que se chegue a um
acordo o mais rápido possível", disse o líder do governo.
• O senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu a necessidade
de o governo "bancar" e o Congresso resolver o mais rápido possível a
questão da greve em serviços essenciais do setor público. Ele qualificou de
"motim" as ações na Bahia. “A gente não pode ficar apresentando
projetos de anistia dessas pessoas. É necessária uma proibição absoluta porque
quem paga o preço é a população", disse o petista ao relembrar o
comportamento do Congresso que, em 2011, anistiou os bombeiros do Rio de
Janeiro presos após uma greve.
• Os brasileiros pagaram mais caro pelo conjunto de
produtos de primeira necessidade em 15 das 17 capitais onde o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) faz a Pesquisa
Nacional da Cesta Básica.
. Em sete delas, o aumento no mês de janeiro, em relação a
dezembro, foi superior a 3%. Brasília registrou alta de 4,72%; João Pessoa,
3,90%; Florianópolis, 3,51%; Rio de Janeiro, 3,35%; Recife, 3,32%; Curitiba,
3,17%; e Aracaju 3,11%. Houve redução no valor da cesta básica em Porto Alegre
e em Vitória, com quedas de 0,81% e 1,54%, respectivamente.
• Já no período acumulado dos últimos 12 meses, apenas a
cidade de Natal registrou redução nos preços dos produtos de primeira
necessidade (-4,86%). Entre as demais capitais, os maiores aumentos nesse
período ocorreram em Florianópolis (10,16%), Belo Horizonte (9,81%) e São Paulo
(9,30%). Em nenhuma das capitais, a alta anual foi superior ao reajuste
aplicado ao salário mínimo, de 14,13%.
• No primeiro mês do ano, o maior valor total da cesta
básica foi encontrado na capital paulista, onde foi necessário desembolsar R$
285,54. Em seguida, aparecem Porto Alegre, com custo de R$ 274,63; Rio de
Janeiro, R$ 271,71; Florianópolis, R$ 271,64 e Vitória, R$ 271,16. Os menores
preços foram registrados em Aracaju (R$ 187,88), João Pessoa (R$ 212,18) e
Natal (R$ 213,63).
• Segundo os cálculos do Dieese, considerando os valores
encontrados para suprir as necessidades básicas em janeiro, o trabalhador
deveria ter recebido um salário mínimo de R$ 2.398,82, ou seja, 3,86 vezes
superior ao mínimo em vigor (R$ 622). Em dezembro, o valor estimado para compor
a cesta básica ficou em R$ 2.329,35, o equivalente a 4,27 vezes o mínimo então
vigente, de R$ 545. Em janeiro de 2011, quando o menor salário pago no país era
R$ 540, o mínimo necessário para pagar o básico de uma família foi estimado em
R$ 2.194,76.
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