GURGEL
REPETE CRÍTICAS À
"LENIÊNCIA"
DOS BANCOS
O
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta terça (12) que a
demora de algumas instituições financeiras, solicitadas a fornecer informações
solicitadas pelas autoridades encarregadas de investigar crimes de lavagem de
dinheiro, tem dificultado o trabalho do Ministério Público Federal no combate a
esse tipo de atividade ilícita.
“Muitas
das nossas investigações são atrasadas pela dificuldade de obtermos informações
que deveriam estar disponíveis de forma imediata”, disse Gurgel, ao deixar o
seminário Inovações e Desafios da Nova Lei sobre Crimes de Lavagem de Dinheiro,
evento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.
"No
momento em que precisamos das informações bancárias, existe sim uma certa
leniência das instituições financeiras no sentido de fornecer esses dados”.
Gurgel
reforçou as críticas feitas na véspera (11), pelo presidente do Supremo
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, segundo o qual algumas instituições
bancárias agem de forma “leniente” com relação a crimes como a lavagem de dinheiro.
De acordo com dados apresentados por Barbosa, também houve redução, no ano
passado, do número de processos que tratam desse crime julgados pelos tribunais
de Justiça dos estados.
Para o
procurador-geral, as instituições bancárias precisam aprimorar e agilizar o
fornecimento de informações em casos de investigação sobre lavagem de dinheiro,
sob o risco de, não o fazendo, serem vistos como coniventes com o crime.
Segundo Gurgel, mesmo no caso de processos apreciados pela mais alta corte de
Justiça do país, o Supremo Tribunal Federal, a resposta costuma demorar.
“Normalmente,
o atendimento é lento e precário. Muitas vezes são precisas três ou quatro
diligências complementares, até que as informações cheguem como deveriam ter
sido fornecidas desde o primeiro momento”, disse Gurgel, atribuindo tal
comportamento às deficiências do sistema financeiro que, segundo ele, compete
ao próprio sistema financeiro sanar.
CABRAL ABANDONA A LUTA
PELA TAXAÇÃO DO PETRÓLEO
Nos últimos dias, a fumacinha que saía do Palácio do Planalto
indicava o mau humor da presidente Dilma Rousseff diante do estardalhaço promovido
pelo governador fluminense, inclusive a decretação de uma Moratória, palavra
que soa como um tsunami no mundo empresarial. Na sua primeira reação à
derrubada dos vetos à lei dos royalties, o governador só excluiu os servidores,
mas os professores da UERJ, que deveriam ter recebido os salários de fevereiro
na ultima sexta-feira (8) foram as vítimas iniciais do ato teatral de Sergio
Cabral. Por pressão da própria bancada governista na Assembleia Legislativa e
por recados de Brasília, o governo voltou atrás e prometeu retomar o pagamento
dos fornecedores ainda esta semana.
LINDBERGH SAI NA FRENTE
EM PESQUISA FEITA PELO PT
As eleições para governador serão em outubro de 2014, mas
no Rio de Janeiro, com a decisão do governador Sérgio Cabral de colocar o vice,
Luis Fernando Pezão, como estrela dos programas eleitorais do partido, outros
candidatos saíram da sombra e buscam a luz do dia e as lentes da mídia. E a
guerra particular entre o senador Lindbergh Farias, o ex-governador Anthony
Garotinho e seu ex-afilhado político Sergio Cabral já está nas ruas.
Por conta dessa sucessão antecipada, levantamento
realizado pelo Instituto Vox Populi a pedido do PT mostra o senador Lindbergh
Farias (PT-RJ) na liderança de um futuro cenário eleitoral fluminense, com 28% das
intenções de voto, seguido pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR), que
aparece com 21%, e pelo vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que, hoje,
teria apenas 10%; para o Vox Populi, os números indicam que "o PT tem
candidatura viável no Rio"
O levantamento contou ainda com "um intelectual
tucano", que aparece com 5%, e foi realizado pelo Instituto Vox Populi --
contou com mil entrevistas nos dias 5 e 6 de março. Há ainda cenários com o
ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que teria 10%, e o ministro Marcelo Crivella
(PRB), que apareceu com 12%.
Apesar de Pezão não aparecer na ponta da pesquisa, Cabral
tem 45% de ótimo/bom e 36% de regular em sua avaliação.
Para o cientista político Marcos Coimbra, do Vox Populi,
os números mostram que "O PT tem candidatura viável no Rio". Coimbra
prevê que "caso seja mantido o bloco PMDB-PT, o petista tem três vezes o
tamanho do outro". Segundo ele, "o eleitorado do Rio está fracionado".
PARCERIA VAI INCENTIVAR
Através da secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e
Abastecimento, em parceria com a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio
de Janeiro (Fiperj) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater/Caxias), Duque de Caxias vai cadastrar os piscicultores do
município com objetivo de promover o desenvolvimento desse mercado. Hoje, os
piscicultores produzem cerca de 15 toneladas/mês de tilápias que são vendidas à
rede hoteleira, o comércio local e em pesque-pague.
A expectativa é comercializar aproximadamente mil
toneladas/ano. Para conhecer o projeto, produtores e agricultores se reuniram
na manhã desta terça-feira (12) com técnicos dos órgãos na Escola Barão de
Mauá, em Xerém, onde se concentram os maiores produtores de pescado de água
doce do município.
Com ajuda da Prefeitura e da Emater os técnicos da Fiperj
vão percorrer as propriedades com criação de peixes e identificar todos os
produtores que terão ajuda junto ao INEA - Instituto Estadual do Ambiente,
responsável pelo licenciamento para o funcionamento dos tanques. Vai ajudar
também na aquisição de alevinos.
Aos produtores a secretária Lauricy Fátima disse que o
governo municipal vem procurando a melhor maneira de melhorar a situação dos
piscicultores e agricultores e que as demandas apresentadas nas reuniões já
realizadas estão sendo analisadas pela sua equipe técnica. “O campo
tem muitas coisas para mostrar e produzir. Anteriormente não houve
incentivos para aumentar a produção. Com a cooperação técnica dos
parceiros vamos melhorar as coisas”, disse.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Pedro
Paulo Novelino garantiu que o governo municipal está pensando em idéias e
soluções para interligar as cadeias produtoras, visando a comercialização no
mercado consumidor e para merenda escolar. “Além de vender a carne vamos usar o
couro do peixe para confecção de bolsas, cintos e outros acessórios”, ressaltou
Pedro Paulo.
Iniciado no estado no ano passado, o
trabalho para identificação dos criadores pela Fiperj chega agora à Região
Metropolitana. Será feito um diagnóstico e, a partir dessa coleta de dados, os
produtores poderão contar com assistência técnica e de fomento, com ações para
estimular o setor, além da ajuda para a legalização ambiental. (Fotos: George Fant).
RÁPIDAS
RÁPIDAS
• A reunião desta terça (12) em Xerém, para discutir a
parceria para incentivar a piscicultura no município, contou com a presença de
cerca de 30 criadores de peixes e pequenos agricultores do segundo, terceiro e
quarto distritos interessados no assunto.
• O criador Ricardo Borges, da comunidade Tabuleiro, disse
que tem uma pequena produção há seis anos e que com apoio poderá produzir até
10 toneladas a cada seis meses nos oitos tanques que possui em uma área de
aproximadamente 10 hectares. “Falta incentiva governamental e mais facilidade
no licenciamento ambiental para legalização da criação”, disse o piscicultor
que cobrou melhoria das estradas vicinais. “Enfrentamos dez quilômetros de
estradas ruins para escoar nossa produção. O problema é grande e muitos
criadores estão desanimados”, desabafou Ricardo.
• O médico veterinário e criador de tilápias Paulo
Guilherme disse que a área rural tem grande potencial para piscicultura porque
tem muita água.
• “Se todos os criadores se juntarem poderão produzir até
mil toneladas de pescado por ano. Estamos tentando abrir uma fábrica de ração
desde 2009. Até agora não conseguimos a licença ambiental. É necessária também
a ampliação da produção de alevinos. É importante a fixação do homem ao campo”,
finalizou o criador da comunidade Bambu Amarelo”.
• A secretaria de Educação de Duque de Caxias aderiu ao Pacto Nacional
pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). A apresentação do programa, desenvolvido
em parceria com o governo federal, foi realizada nesta segunda-feira (11) no
Teatro Raul Cortez.
• O encontro reuniu gestores, orientadores educacionais
e professores alfabetizadores para exibir as etapas de desenvolvimento do
projeto que possui o objetivo de garantir que nos próximos anos, todos os
alunos com até oito anos consigam ler, escrever e compreender textos adequados
às suas idades escolares.
• Para a secretária Marluce Gomes (na foto, ao centro), nenhum desafio é mais
estratégico do que alfabetizar as cerca de 30 mil crianças matriculadas nos 1º,
2º e 3º anos do ciclo da rede municipal. “O Pacto é uma oportunidade de
unir esforços em prol da alfabetização. Hoje estamos apresentando o que é o
Pnaic para que os professores da rede conheçam a proposta, entendam e apostem
no projeto. Vamos todos trabalhar juntos para que este programa seja um grande
sucesso”, afirmou.
• O Pnaic está sendo desenvolvido nos 92 municípios do
estado e conta com a parceria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para
capacitar os profissionais envolvidos no programa. Além da qualificação, que
será dividida em três módulos sendo um por ano, os profissionais que decidirem
participar receberão uma bolsa que varia entre R$ 200 (professor alfabetizador)
e R$ 765 (professor orientador). No término do curso, os educadores receberão
um certificado emitido pela UFRJ. Para aderir ao Pnaic, os professores
alfabetizadores devem preencher a ficha de inscrição nas unidades escolares.
• Projetos como a implantação de seis postos do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), construção de duas escolas municipais e reforma de, pelo menos, 15 escolas da rede, além da conclusão da obra de contenção da encosta no Morro do Tatu, foram suspensos pela prefeitura de Angra dos Reis, no litoral sul do estado, em função das novas regras para a distribuição dos royalties do petróleo. A medida, anunciada pela prefeita Conceição Rabha, abrangerá também projetos das áreas de meio ambiente e ação social.
• Projetos como a implantação de seis postos do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), construção de duas escolas municipais e reforma de, pelo menos, 15 escolas da rede, além da conclusão da obra de contenção da encosta no Morro do Tatu, foram suspensos pela prefeitura de Angra dos Reis, no litoral sul do estado, em função das novas regras para a distribuição dos royalties do petróleo. A medida, anunciada pela prefeita Conceição Rabha, abrangerá também projetos das áreas de meio ambiente e ação social.
• Segundo a Agência
Brasil/EBC, o município ainda está calculando
os prejuízos financeiros que a nova distribuição dos royalties, aprovada pelo Congresso
Nacional na semana passada, poderá acarretar aos cofres da prefeitura. A
estimativa era que Angra dos Reis receberia este ano em torno de R$ 115,6
milhões. A prefeita calcula que a perda para a cidade, com o repasse menor de
recursos dos royalties,
poderá alcançar R$ 32 milhões.
• A medida foi determinada em
caráter preventivo, até que o Supremo Tribunal Federal se posicione sobre a
constitucionalidade da decisão do Congresso. Caso a Justiça restabeleça os
direitos do estado do Rio de Janeiro, as obras serão retomadas.
• “A gente tem que ter muita cautela nesse
processo porque, assim como pode ser revista essa questão, e a gente sair
vitorioso, também pode ocorrer o contrário”, destacou a prefeita, em entrevista
à Agência Brasil. Por isso, ela alertou para a necessidade de se planejar
desde agora as ações para não “estourar” o orçamento do município “lá pelo meio
do ano. Então, nós temos que ter esses cuidados”.
• Salientou, por outro lado, que
a prefeitura está procurando garantir recursos extras. Uma das ações objetiva
ampliar a arrecadação do município sem, contudo, aumentar impostos. A prefeita
está revendo os sistemas de tributação, “porque há muitas falhas”.
• Muitas empresas não estavam
recolhendo o Imposto sobre Serviços (ISS), informou. Para solucionar o problemão,
a prefeitura de Angra exercerá uma fiscalização mais austera. “Com isso, nós
vamos aumentando essa arrecadação, sem precisar aumentar os tributos. Fazendo
uma fiscalização mais austera, coisa que não estava tendo”, disse.
• Falando sobre a leniência (má vontade) dos bancos
em relação à lavagem de dinheiro, o Procurador Roberto Gurgel acredita que[a
solução do problema independe de mudanças legislativas. Para ele, “é algo que
depende do Banco Central, que tem sido e deve ser cada vez mais rigoroso, ao
cobrar das instituições bancárias o atendimento [do pedido oficial] de
informações. Afinal de contas, elas não estão fazendo nenhum favor. Estão
apenas cumprindo a lei”, disse o procurador-geral.
• Gurgel lembrou ainda que vários dirigentes de banco
figuraram no julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, por ações
“inaceitáveis” que os transformaram em “verdadeiros parceiros do crime”.
• As críticas do presidente do STF, ministro Joaquim
Barbosa, aos bancos foram feitas na véspera (11), durante o mesmo seminário. Barbosa
também usou o termo “leniência” para criticar a postura dos bancos e defendeu
penas mais rigorosas para crimes como a lavagem de dinheiro.
• "Embora a nova legislação [sobre os crimes de
lavagem, a Lei 12.683, que entrou em vigor no ano passado] contenha avanços,
ela ainda se ressente da responsabilização penal da pessoa jurídica que tenha
concorrido para a prática do crime de lavagem de dinheiro”, disse Barbosa, que
também preside o CNJ.
• “Enquanto
instituições financeiras não visualizarem a possibilidade de serem
drasticamente punidas por servirem para a ocultação ilícita de valores que se
encontram sob sua responsabilidade, persistirá o estímulo à busca do lucro,
visto como combustível ao controle leniente que os bancos fazem sobre a
abertura de contas e a transferências de valores", acrescentou o ministro
• Procurada pela Agência Brasil/EBC, a Federação
Brasileira de Bancos (Febraban) disse que não irá responder às críticas do presidente
do STF, Joaquim Barbosa. Posteriormente, acrescentou que não vai comentar
também as declarações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
• A juíza
eleitoral de Candeias, na Bahia, Jaciara Borges Ramos, foi denunciada pelo
Ministério Público Federa e acusada de engavetar processos em que candidatos às eleições de
2012 eram denunciados com base na Lei da Ficha Limpa. Segundo o MPF, duas
participantes da vida política de Candeias (BA) teriam recebido uma “forcinha”
para driblar o que determina o dispositivo legal, elaborado com o intuito de
coibir a eleição de candidatos “ficha suja”: nunca foram condenadas, porque os
processos existentes contra elas sequer deixavam o gabinete da juíza eleitoral
• Ainda segundo a denúncia do
MPF, Antônia Magalhães da Cruz (ex-prefeita, conhecida como Tonha Magalhães) e
Maria Angélica Juvenal Maia, também ex-prefeita, que chegou a ter seu mandato
cassado em 2012, teriam sido beneficiadas por Jaciara Borges Ramos, juíza
eleitoral.
• O Ministério Público agora aguarda o recebimento da acusação pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), pelos crimes de sonegação de documentos e peculato. Existe, ainda, processo disciplinar contra a Juíza no CNJ, que tramita em segredo de Justiça. Processo nº 0011498-74.2013.4.01.0000
• O Ministério Público agora aguarda o recebimento da acusação pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), pelos crimes de sonegação de documentos e peculato. Existe, ainda, processo disciplinar contra a Juíza no CNJ, que tramita em segredo de Justiça. Processo nº 0011498-74.2013.4.01.0000
• O Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) decidiu questionar no Supremo Tribunal Federal
(STF) a constitucionalidade dos limites para dedução no Imposto de
Renda das despesas com educação, fixados pela Lei 9.250/95. A ação
vai abranger os anos-bases de 2012 (exercício 2013) a 2014 (exercício 2015).
• A OAB considera que o
dispositivo vai contra diversos princípios constitucionais, entre
eles o da dignidade da pessoa humana e o direito fundamental de todos à
educação. Atualmente, os limites são de R$ 3.091,35 para 2012, R$ 3.230,46
para 2013 e R$ 3.375,83 para 2014. A entidade deve entrar com a ação
direta de inconstitucionalidade ainda esta semana.
• O relator da matéria na
OAB, o conselheiro Luiz Claudio Allemand, argumenta que as despesas com
educação são indispensáveis para manter a dignidade humana e devem ser
excluídas de tributação. Ele defende que esses gastos não fiquem sujeitos
ao teto de dedução, assim como ocorre com as despesas com saúde.
• Mesmo que a ação seja julgada
procedente pelo STF, Allemand explicou que a Suprema
Corte não terá de definir um teto de dedução de despesas com
educação. “Isso é tarefa a ser empreendida pelo legislador, sempre sujeito ao
controle judicial”, disse em nota. “O que se terá, até então, será a
inexistência de limite quantitativo na matéria, tal como ocorre para as
despesas médicas”.
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