PREFEITURA TERÁ UM ANO
PARA RECONSTRUIR XEREM
O município de Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense, receberá R$ 12 milhões do Ministério da
Integração Nacional, a serem repassados em três parcelas, para a execução de
obras de reconstrução e recuperação de danos causados pelas chuvas que
provocaram deslizamentos e inundações no disrito de Xerém, na madrugada do dia
3 de janeiro, último. O plano de trabalho foi autorizado pelo ministério na
Portaria nº 98 publicada nesta teça-feir (19) no Diário Oficial da União.
Em janeiro, cerca de 200
famílias ficaram desabrigadas por causa da cheia dos rios João Pito, Saracuruna
e Capivari, que nascem na Serra da Mantiqeira e cortam o município em direção à
Baía da Guanabara. As áreas mais afetadas são aquelas que fazem limite com
Petrópolis, como Xerém e Santa Cruz da Serra.
Segundo a portaria,
considerando a natureza e o volume de ações a serem implementadas, o prazo de
execução das obras e serviços é 365 dias.
Na tarde desta terça-feira
(19), a Defesa Civil Municipal informou que 215 moradores dos bairros Santa Cruz da Serra,
Parque Paulista e Nova Campinas, no terceiro distrito, permaneciam alojados nos
quatro pontos de apoio montados na região.
A Secretaria Municipal de Saúde montou dois postos de
vacinação que funcionam na Igreja Nossa Senhora da
Conceição e na Igreja Universal da Avenida 31 de Março,
no bairro Parque Paulista.
A Defesa Civil Municipal mantém postos de apoio no
terceiro e no quarto distrito: em Santa Cruz da Serra, próximo ao Banco Itaú;
na Praça da Mantiquira e na Rua Herculano, também em Xerém.
A Secretaria de Assistência Social e Direitos
Humanos continua atendendo as famílias que estão nos abrigos. Elas
estão precisando de material de limpeza e descartáveis. O posto de
coleta de doações está funcionando no terreno paroquial da Avenida Automóvel
Clube.
A Defesa Civil, mesmo com o nível dos rios baixando na
manhã desta terça-feira, pede à população residente em áreas de
risco que se a chuva voltar a cair forte saia de casa e procure um
local seguro e entre em contato pelo telefone 0800-023 0199.
DILMA DEFENDE A REMOÇAO DE
FAMILIAS EM AREAS DE RISCO
A presidenta Dilma Rousseff apelou
nesta terça (19) para que as pessoas evitem construir em áreas de risco como
forma de reduzir a sequência de desastres naturais no país. Um dia depois de
defender “medias um pouco mais drásticas” para impedir a ocupação desses
locais, a presidenta voltou ao tema e disse que é necessário dar condições às
pessoas para que deixem as regiões de risco.
"Não pode construir. Não
pode deixar construir. E, em uma questão [situação] de emergência, a pessoa tem
que sair. Tem que ter essa consciência”, disse Dilma, depois de participar da
missa que marcou o começo do pontificado do papa Francisco.
Segundo a presidenta, é
fundamental oferecer condições para as famílias deixarem os locais onde vivem.
“A pessoa que estiver morando na zona de risco, a gente tem que oferecer
condições para ela sair. Nós já fizemos isso em vários outros lugares, mas
sempre há pessoas que resistem. Então, há que ter essa atitude”, ressaltou.
Dilma elogiou o trabalho da
imprensa na divulgação de informações e no alerta aos moradores de áreas de
risco. “O trabalho de vocês [imprensa] é muito importante. Quando vocês
anunciam, fazem a cobertura, fica claro que corre risco. [Também] fica claro
que corre risco de morte, não só a família, mas também as pessoas que vão lá
avisar”, disse ela.(EBC)
PAPA PEDE AOS POLÍTICOS:
SEJAM MAIS RESPONSÁVEIS
Dirigindo-se, como de costume,
aos cardeais e fiéis chamando-os de “queridos irmãos e irmãs”, o papa Francisco
apelou nesta terça (19) aos líderes políticos para que sejam responsáveis. Ele
usou as expressões “por favor” e “pedir” ao se dirigir aos líderes para
que assumam o papel de “guardiões”, afastando os riscos de destruição e morte
no mundo.
O apelo ocorreu na missa que
marcou o começo de seu pontificado. Francisco pediu ainda que todos mantenham a
esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. Citou várias passagens bíblicas e
mencionou repetidas vezes a palavra “responsabilidade”.
“Queria pedir, por favor, a
quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou
social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'guardiões' da
criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do
ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho
deste nosso mundo”, disse Francisco.
Pelo menos 132 países enviaram
delegações. A presidenta Dilma Rousseff participou da missa acompanhada por uma
comitiva de ministros e assessores. Também estavam presentes 32 líderes de
distintas religiões, segundo o Vaticano.
O papa reiterou ainda que há
sentimentos, como o ódio, a inveja e o orgulho, que “sujam a vida”.
“Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida. Guardar quer
dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que
saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem”.
Para Francisco, os líderes e
os que são guiados por eles não devem temer a bondade. “Não devemos ter medo da
bondade, nem mesmo da ternura”, ressaltou. “Cuidar, guardar requer bondade e
requer ser praticado com ternura.”
Ao ler a passagem bíblica
do Livro de Romanos, o
papa mencionou a necessidade de manter a esperança viva. “São Paulo fala de
Abraão, que acreditou “com esperança, para além do que se podia esperar'”,
disse ele. “Também hoje, perante tantos momentos de céu cinzento que há
necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos a esperança”,
acrescentou.
Francisco recomendou que todos
se tornem guardiões uns dos outros. Segundo ele, para por em prática o conselho
é necessário assumir a sinceridade como premissa. “É viver com
sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito
e no bem”, disse ele. “Sede guardiões dos dons de Deus.”
O papa ressaltou que quando o
homem falha, ele abre espaço para que forças negativas dominem. Ele citou como
exemplo o rei Herodes, mencionado na bíblia, como aquele que perseguiu judeus e
seus filhos.
“Quando o homem falha nesta
responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra
lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da
história, existem 'Herodes', que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam
o rosto do homem e da mulher”, disse Francisco.
O papa lembrou dos
ensinamentos de São Francisco de Assis. “É ter respeito por toda a criatura de
Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente
todas elas e cada uma, especialmente, as crianças, os idosos, aqueles que são
mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração”, destacou
Francisco.
Francisco encerrou a missa com
um pedido, que se transformou em sua marca. “Peço a intercessão da Virgem
Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o
Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: 'Rezai por
mim!' Amém”.(Fonte: EBC)
SÓ EM ABRIL PLENÁRIO DO STF VAI
DECIDIR SOBE LEI DOS ROYALTIES
Relatora das
quatro ações de inconstitucionalidade contra a nova Lei dos Royalties do
Petróleo, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), confirmou
nesta terça (19) que só levará os processos para análise do plenário em abril,
depois do feriado da Semana Santa, de acordo com noticiário distribuido pela
Agência Brasil/EBC. Segundo a ministra, não será possível colocar os processos
na pauta desta semana porque a decisão de segunda (18) ainda não foi
publicada. Além disso, ela julgou apenas uma das quatro ações e precisa
analisar os outros pedidos. Assim como o Rio de Janeiro, também há
questionamentos do Espírito Santo, de São Paulo e da Assembleia Legislativa do
Rio de Janeiro.
“São quatro ações,
tenho que levar todas juntas. Uma delas tem 150 laudas só de petição inicial”,
disse a ministra ao chegar ao STF nesta terça-feira. “Estou trabalhando nelas,
vou trabalhar na semana que vem e liberar logo. Pretendo terminar a Páscoa com
isso pronto e liberado para os ministros, é muito material”, completou.
Repetindo os
argumentos da decisão, ela disse que precisou resolver o caso com urgência,
contrariando o andamento normal desse tipo de processo, porque havia risco
imediato aos orçamentos dos estados e municípios produtores.
“Os royalties são distribuídos
mensalmente. Então, na virada do mês, eles têm que saber qual é a regra que
vale. Essa é a razão”, justificou.
Cármen Lúcia disse
que o ideal seria levar o caso diretamente para o plenário do STF, mas que não
haveria tempo para isso dado o quadro de insegurança jurídica. “Nesses sete
anos [no STF], em uma única ocasião me ocorreu isso”, disse a ministra,
sobre a opção pela decisão individual.
Ao comentar o
assunto, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que o
Ministério Público ainda não analisou os pedidos nem a decisão da ministra, que
considera “extremamente cuidadosa”. Gurgel disse que só deve conhecer os
processos quando a ministra abrir vista ao Ministério Público. “Esse é um tema
extremamente complexo que envolve toda a questão da federação solidária e que
demanda exame muito aprofundado, que ainda não foi feito”.
ROMÁRIO DECIDE INVESTIGAR CARTOLA
POR ENVOLVIMENTO
COM A DITADURA
O tetracampeão Romário,
deputado federal (PSB) e presidente da Comissão de Turismo e Desporto, anunciou
medidas para investigar a relação do presidente da CBF, José Maria Marin, com a
ditadura militar.
As medidas foram anunciadas em
um discurso quinta-feira (14), da tribuna da Câmara dos Deputados. Em discurso, Romário anunciou a realização de
uma audiência pública na Câmara dos Deputados para investigar a relação de
Marin com atos da ditadura militar.
"As suspeitas sobre o
presidente da CBF são graves e constrangedoras. Nós, atletas e ex-atletas,
ficamos muito desconfortáveis com esse tipo de situação, num momento em que o
Brasil se expõe ao mundo, ao se preparar para receber megaeventos esportivos.
Será que a CBF pode ser dirigida por alguém que pedia a repressão a uma
emissora estatal de televisão, a TV Cultura, a qual estava vinculado Vladimir
Herzog?" questionou Romário.
Marin é suspeito de ter feito
um discurso, em 1975, quando ainda era deputado estadual em São Paulo, que
teria resultado na prisão e posterior assassinato do jornalista Vladimir
Herzog. O deputado do PSB pediu ainda a colaboração da Comissão Nacional da
Verdade, que apura violações aos direitos humanos durante o período da
ditadura.
"Gostaria de contar com a
participação da Comissão da Verdade para que compartilhe e traga tudo o que já
tiver sido levantado sobre este assunto."
De acordo com Romário, a
presidente Dilma tem dificuldade em "engolir" Marin, e fez questão de
lembrar ainda que, após a divulgação de um áudio onde o cartola da CBF
supostamente critica o ministro do esporte, Aldo Rebelo, Marin perdeu mais um
aliado no Governo.
"Será que, como
presidente do COL e da CBF, Marin terá tranquilidade para figurar ao lado da
presidente Dilma e do Aldo na recepção às autoridades estrangeirdas?"
questionou.
Há uma petição pública em
circulação na internet, de autoria do filho de Herzog, que já conta com 38 mil
assinaturas pedindo a saída de Marin. O autor compara a presença de Marin na
entidade com a de um "nazista organizando a Copa de 2014".
Ainda na quinta-feira, a CBF defendeu o presidente
em um texto divulgado no site oficial da confederação, comparando o caso ao da
Escola Base de São Paulo e acusando a imprensa de organizar uma "torpe
campanha, visando desestabilizar a atuação do Sr. José Maria Marin à frente da
presidência da CBF". Em outro trecho da feroz declaração, a instituição
diz que os jornalistas são "delinquentes".
SUPREMO DECIDE INVESTIGAR
USO DE CAIXA 2 POR MALUF
O Supremo Tribunal
Federal abriu inquérito para investigar se o deputado federal Paulo Maluf
(PP-SP) cometeu crime de caixa 2 na campanha eleitoral de 2010. O ministro
Luiz Fux atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para
aprofundar investigação iniciada na Justiça Eleitoral de São Paulo.
Há suspeita de que
Maluf teve despesas de quase R$ 170 mil pagas pela empresa Eucatex, que
pertence à sua família, sem declarar os gastos em sua prestação de contas.
Apurações indicaram que a empresa Artzac prestou serviços à Eucatex, mas
com destinação para a campanha de Maluf. A quantia corresponde a 21% do total
gasto na campanha.
A operação
resultou na rejeição das contas de Maluf na Justiça Eleitoral de São Paulo.
Para aprofundar as apurações, a PGR pediu uma série de diligências ao STF, que
foram atendidas por Fux e devem ser cumpridas no prazo de 60 dias da data da
publicação do despacho, que é do dia 19 de fevereiro.
Entre as medidas,
estão a solicitação, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de cópias de notas
fiscais emitidas pela Artzac, assim como os depoimentos do dono da empresa e do
próprio Maluf.(Fone: Agência Brasil/EBC).
RÁPIDAS
• A Secretaria de
Cultura e Turismo de Duque de Caxias comemora nesta quarta-feira (20), no
Centro Cultural Oscar Niemeyer, o Dia Municipal da Cultura, data de nascimento
de Francisco Barboza Leite, o multi-artista e símbolo da militância cultural do
município. A solenidade de abertura será no teatro Raul Cortez, no
centro, e terá apresentação de dança.
• A partir das
15h30, em parceria com as secretarias municipais de Educação e Serviços
Públicos, teremos a apresentação do espetáculo de dança MPB, da Escola de Dança Adriana
Miranda, com coreografias de Adriana Miranda, Iran Ribeiro, Natália Macedo e
Silas Campos.
• Na Biblioteca
Leonel de Moura Brizola (Praça do Pacificador), será inaugurada, às 18h30, uma
seção com livros sobre a Baixada Fluminense, com a presença dos autores da
região que participam de uma roda de conversa. Outra atividade é a abertura da
exposição: “Cultura – Emoção de Lidar”, com a curadoria do artista plástico
Paullo Ramos e a participação dos artistas Ana Ferreira, Caroline Diniz, Marcos
Matos e Diane Vidal.
• Na decisão em que
suspendeu parte da Lei dos Royalties do Petróleo, a ministra Cármen Lúcia, do
Supremo Tribunal Federal (STF), alegou que a norma afronta a Constituição e o
sistema federativo. A ministra concedeu liminar no início desta noite na ação
protocolada pelo estado do Rio de Janeiro na última sexta-feira (15).
• Segundo Cármen
Lúcia, a Constituição de 1988 fortaleceu o sistema federativo, que antes era
centrado na figura da União, para dar mais autonomia aos estados e municípios.
Para a ministra, a imposição da redistribuição dos royalties pelo Legislativo federal implica em desequilíbrio
desse sistema ainda frágil. “O enfraquecimento dos direitos de algumas
entidades federadas não fortalece a Federação; compromete-a em seu todo”,
disse. • A
ministra ainda lembra que a Constituição determina o pagamento de royalties como forma de
compensação aos territórios produtores, além de apontar contrapartidas
tributárias aos territórios não produtores para garantir equilíbrio financeiro.
Segundo ela, a redistribuição desses recursos sem considerar a posição
geográfica é ilegal. “Legislar é direito-dever do Congresso Nacional, mas
também é seu dever-direito ater-se aos comandos constitucionais”, declarou.
• Cármen Lúcia ainda
critica a possibilidade de aplicação das novas regras de distribuição dos royalties imediatamente, inclusive
aos contratos em vigor, alegando que a medida afronta ao princípio da segurança
jurídica. “Se nem a certeza do passado o brasileiro pudesse ter, de que poderia
ele se sentir seguro no Estado de direito?”, indagou.
• A ministra do STF
justifica a “pouca ortodoxia” de ter decidido o processo individualmente
lembrando que o caso trata de valores “vultosos e imprescindíveis para o
prosseguimento dos serviços públicos essenciais estaduais e dos municípios”.
Ela lembra que os repasses são mensais, e que a urgência se aplica porque os
territórios produtores iriam perder receita imediatamente.
• Segundo a
legislação em vigor, as ações de inconstitucionalidade só podem ser julgadas
individualmente em casos muito especiais. Além disso, o processo deve ser
levado para apreciação do plenário do Supremo assim que possível. Cármen Lúcia
não disse quando vai trazer a liminar para apreciação do plenário, mas
sinalizou que isso pode não ocorrer esta semana porque a pauta já foi
selecionada e publicada na última sexta-feira (15). Na próxima semana, haverá
feriado da Semana Santa.
• Com a decisão da
ministra, volta a valer a lei anterior, com distribuição mais favorável para
municípios e estados produtores. A ministra preferiu não se pronunciar sobre a
medida provisória editada pelo Executivo no final do ano passado, tratando
sobre a redistribuição dos royalties,
porque ela não entra automaticamente em vigor.
• O prazo para a
retirada dos índios que ocupam, desde 2006, o prédio do antigo Museu do Índio,
ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, se esgota às 6h da
próxima quinta-feira (21), diferentemente do que havia sido interpretado na
última sexta-feira (15), quando decisão judicial dava 72 horas.
• A informação é do defensor público Daniel
Macedo, que ingressou no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) com
recurso para tentar barrar o mandado de imissão de posse concedido em primeira
instância pela Justiça Federal ao governo do estado, que poderá resultar na
expulsão dos índios do imóvel.
• “Há uma decisão judicial da 8ª Vara Federal
determinando a imissão na posse. Eu recorri por intermédio de um agravo de
instrumento. Estive pessoalmente hoje com o desembargador, apresentei as razões
pelas quais entendo que os índios devem permanecer ali, ele ponderou e acredito
que de hoje para amanhã saia uma nova decisão, para manter a decisão do juiz de
piso ou para reformá-la”, explicou o defensor.
• Macedo esclareceu
que a medida judicial contava o prazo em três dias, mas sem incluir o sábado
(16) e o domingo (17). Assim, somente a partir de quinta-feira o prédio poderá
ser desocupado, se for o caso, por ação de forças policiais. “De qualquer
forma, a polícia só pode entrar a partir de quinta-feira, com a presença de
dois oficiais de Justiça, com as cautelas de praxe, a fim de resguardar a
integridade física de qualquer pessoa que lá dentro esteja”, disse.
• O defensor se
reuniu, na tarde de hoje (18), com os índios e explicou que eles deveriam
obedecer a decisão Judicial. Porém, reconheceu que o ânimo dentro da Aldeia
Maracanã, como foi apelidado o local, não é totalmente pacífico. “Eu me reuni
com eles e expliquei que, surgindo uma decisão judicial, têm que cumprir, não
podem ser recalcitrantes. Só que os índios têm outra mentalidade e entenderam
que a proposta feita pelo governo do estado é que ficarão em um hotel que
alberga moradores de rua. É incompatível um quartinho de hotel, no qual os
índios, que têm sua própria cultura, vão conviver com moradores de rua, sem
nenhum demérito”, declarou.
• Segundo o
defensor, isso poderá resultar em um choque cultural, que acabará por colocar
dezenas de índios nas ruas do centro do Rio. “A minha preocupação é que os
índios vão para esse hotel e um mês depois estarão na rua. Aí eu vou ter 60
índios na rua. Os índios estão ali desde 2006 e o prédio nunca atrapalhou a
mobilidade de ninguém.”
• O governo do
estado primeiramente queria demolir o prédio, construído no século 19, que
abrigou o Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo marechal Candido Rondon,
e depois foi transformado em Museu do Índio, tendo entre seus diretores o
antropólogo Darcy Ribeiro. Por último, o governo estadual anunciou que
preservará o imóvel, mas o transformará em um Museu Olímpico. Os índios desejam
que o local abrigue um centro cultural indígena.
• A presidente do Tribunal de Justiça do Estado
do Rio de Janeiro, desembargadora Leila Mariano, suspendeu as decisões dadas
pelo Judiciário fluminense em processos referentes aos pedidos de interrupção
da demolição e aproveitamento do terreno onde fica o antigo Museu do Índio, no
Maracanã. Segundo decisão da magistrada, que atendeu pedido do governo do estado,
o caso deve ser discutido na Justiça federal
• O governo estadual havia solicitado a
anulação de concessões de liminares, ações cautelares e decisões monocráticas
em 2ª instância. A justificativa é que não cabe à Justiça estadual se
posicionar sobre o caso porque o imóvel desativado pertencia à Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) – órgão federal – e foi transferido ao
governo estadual justamente para que fosse demolido.
• “Com
efeito, patente que a matéria em comento, objeto das decisões cuja execução
pretende o Requerente (governo do Estado do Rio de Janeiro) obstar, a uma, não
é da competência da Justiça estadual, a duas, é severamente lesiva ao interesse
público, sendo apta a causar grave lesão à segurança jurídica das relações
públicas nacionais e internacionais”, assinala a presidente em sua decisão.
• A presidente Leila Mariano acrescenta que já
existe um processo em tramitação na 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro com
decisão favorável ao Estado proferida em agravo de instrumento, além de uma
ação civil pública em curso na 12ª Vara Federal, tendo como partes da
Defensoria Pública da União e o IPHAN.
• O Ministério
Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
(MP/RJ) decidiram mover uma ação civil pública com pedido de liminar para que
seja suspenso o processo licitatório de concessão do Complexo do Maracanã.
• Os Ministérios
Públicos pedem que o processo de concorrência seja adiado pelo Estado do Rio de
Janeiro até que o BNDES aprove o estudo de viabilidade econômica financeira dos
projetos de intervenção no entorno do estádio e até que sejam divulgados na
internet todos os estudos utilizados para a concessão do complexo esportivo.
• Devem ser
divulgados também os dados utilizados para estimativa de receitas e despesas
operacionais do Maracanã e do Maracanãzinho, dos investimentos a serem
realizados pela concessionária e do valor mínimo da outorga de concessão.
No pedido de liminar, os MPs
pedem ainda que a licitação seja remarcada com uma antecedência mínima de 45
dias e que a visita técnica por parte dos interessados seja realizada em prazo
não inferior a 30 dias, mediante agendamento, sendo vedada a determinação de
data e horário fixos. (Proc. nº 0007714-85.2013.4.02.5101).
• As doenças
relacionadas à obesidade custam R$ 488 milhões todos os anos aos cofres
públicos, informou hoje (19) o Ministério da Saúde. Dados divulgados pela pasta
indicam que 25% desse valor destinam-se a pacientes com obesidade mórbida, que,
segundo o ministro Alexandre Padilha, custam cerca de 60 vezes mais do que uma
pessoa obesa sem gravidade.
• A pesquisa da
Universidade de Brasília (UnB) que apontou esses valores considerou dados de
internação e de atendimento de média e alta complexidades relacionados ao
tratamento da obesidade e de outras 26 doenças relacionadas, como alguns tipos
de câncer, isquemias cardíacas e diabetes.
• A pesquisa
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel), feita em 2011 pelo Ministério da Saúde, revelou que a
proporção de obesos subiu de 11,4% para 15,8% entre 2006 e 2011.
• A Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) de 2009 apontou que 21,7% dos brasileiros que têm
entre 10 e 19 anos apresentam excesso de peso; em 1970 esse índice era 3,7%.
Segundo os dados, 1,14% das mulheres e 0,44% dos homens apresentam obesidade
grave, o que representa 0,8% da população.
• Ao todo, há 14,8
milhões de brasileiros obesos. O número equivale à quase metade dos obesos dos
Estados Unidos. De acordo com Padilha, considerando as pessoas com até oito
anos de estudo, o número de obesos é o dobro do verificado entre a população
que frequentou a escola por mais tempo. Ele também ressaltou que a maior parte
dos obesos está na população mais pobre.
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