PASSAGENS SUBIRAM 65%
ACIMA DA INFLAÇÃO
O valor das
passagens de ônibus subiu em nível 65% superior ao da inflação entre 2000 e
2012, acima do custo de automóveis particulares e da gasolina. Com isso, a
demanda por transporte público registrou queda de 25%, em comparação com os
anos 90, gerando um círculo vicioso que favorece, novamente, o aumento das
tarifas. Esta foi uma das conclusões que se encontram em nota técnica divulgada
nesta quinta (4) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“O
congestionamento urbano também acaba aumentando em 20% [e 25% no caso de São
Paulo] os custos do transporte público e, consequentemente, o preço da tarifa.
E quanto mais aumenta o preço [do transporte público] menos [esse tipo de
transporte] é usado, gerando, então, nova necessidade de se aumentar o preço.
Para piorar, o aumento do custo não vem acompanhado de uma melhora da
qualidade, o que também desestimula seu uso”, disse o pesquisador do Ipea
Carlos Henrique Ribeiro.
Segundo ele, o
aumento da renda das famílias também pode ser considerado negativo para o
transporte público, uma vez que ele veio associado a mais investimentos em
transportes privados e, consequentemente, em maiores congestionamentos urbanos.
“É um círculo vicioso”, conclui o pesquisador, que aponta o oligopólio do setor
como outro fator que influencia o aumento das tarifas acima do índice de
inflação.
Ele explica que,
em regra geral, o custo do transporte é 100% coberto pelas tarifas cobradas dos
usuários, diferentemente do que ocorre em outros países. Com isso, a conta
acaba sendo paga exclusivamente pelas camadas mais pobres da população,
principais usuários do sistema de transporte público.
“Isso resulta
também em imobilidade, já que, entre os 10% mais pobres da população, 30% das
famílias não gastam absolutamente nada com transporte público”, argumentou
Ribeiro.
GOVERNO DESLIGA TERMELÉTRICAS
PARA ECONOMISAR R$ 1,4 BI POR MÊS
O governo vai desligar hoje (4) todas as usinas
termelétricas movidas a óleo combustível e a óleo diesel, que estavam ligadas
desde outubro do ano passado. Essas usinas são as mais caras do sistema
elétrico. A medida visa a economizar R$ 1,4 bilhão por mês. O valor representa cerca
de dois terços do custo mensal que o governo tem atualmente com térmicas.
A decisão foi tomada na quarta (3) durante reunião do Comitê
de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Com a decisão, 34 usinas vão deixar
de gerar energia. O desligamento representa a saída de 3,8 megawatts. As
térmicas a gás, a biomassa, a carvão e as usinas nucleares continuarão ligadas.
As usinas foram acionadas em outubro para garantir a
segurança energética do país. Na época, o nível dos reservatórios das
hidrelétricas era considerado baixo. O sistema de geração de eletricidade do
Brasil é chamado de hidrotérmico, ou seja, a geração por meio de hidrelétricas
é a principal, e as térmicas movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou
biomassa servem para complementar.
Quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas está
muito baixo, o governo decide acionar mais termelétricas para garantir que não
falte energia no país. No entanto, essa energia é mais cara e mais poluente.
EMPREITEIRAS PEDEM AO TCU NOVA
REVISÃO DA LICITAÇÃO DE ANGRA 3
O Consórcio UNA 3, formado pelas empresas
Andrade Gutierrez S.A., Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC, apresentou uma
impugnação ao edital da concorrência para a montagem eletromecânica da Usina
Nuclear Angra 3. O Tribunal de Contas da União está considerando que os preços
apresentados na licitação estariam superiores aos preços de referência para a
construção de outras usinas nucleares, inclusive de Angra 2.
A decisão do consórcio de pedir o embargo
da licitação é devido a comparação dos preços de 15 anos, quando as exigências
trabalhistas eram completamente diferentes, os preços dos equipamentos e até
mesmo as usinas nucleares usadas como paradigmas tem processos diferentes.
O TCU já estava questionando o processo
licitatório para montagem eletromecânica, fazendo carga contra a Eletronuclear,
afirmando que os índices administrativos e técnicos por ela utilizados no seu
orçamento estão superestimados, com consequente aumento dos preços de
referências, tal como publicado no edital de licitação. Em função de todos
estes problemas, as empresas que formam os dois consórcios classificados para o
trabalho de montagem pleitearam o adiamento da data da entrega das propostas,
que estava marcada para esta quinta-feira (4).
Há informações de que o outro consórcio
também pré-qualificado, formado pelas empresas EBE, Techint e Queiroz Galvão,
também deve entrar com um embargo contra a licitação até a próxima
segunda-feira (8). O consórcio também alega as mesmas razões.
O início das operações de Angra 3 já tinha
sido adiado para maio de 2018, em função de mudanças planejadas na área de
instrumentação e controle da futura usina, no sentido de modernizar o projeto.
As novas alterações farão com que Angra 3 tenha um controle inteiramente
digital. Com mais este embargo, o início de suas operações deve sofra um novo
atraso. (Fonte: Petronotícias)
CÂMARA ACABA COM A
MULTA DE 10% DO FGTS
A Câmara dos Deputados
aprovou nesta quara (3) projeto que
extingue a contribuição social de 10% sobre o saldo total do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS), que é paga pelos empregadores no caso de demissões de
trabalhadores sem justa causa. Foram 315 votos favoráveis, 95 contrários e 1
abstenção. O projeto segue agora à sanção presidencial.
De autoria do
Senado, o texto estabelece a data de 1º de junho deste ano como limite para o
recolhimento da contribuição pelos empregadores. Como os deputados aprovaram o
texto sem qualquer alteração, a proposta segue para a sanção presidencial.
Encaminharam contrários à aprovação o PT, PCdoB e PSOL, os demais partidos
votaram pela aprovação da proposta. O PP liberou sua bancada para a votação.
A contribuição foi
instituída em 2001 com o objetivo de prover o FGTS de recursos em função das
decisões judiciais que obrigaram o fundo a compensar as perdas nas contas
individuais dos trabalhadores derivadas dos expurgos na correção monetária
feitas pelos planos Verão e Collor, entre dezembro de 1988 a maio de 1990.
Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de 2001 até hoje
foram arrecadados R$ 42 bilhões.
Com a instituição
dos 10% a mais na multa em 2001, os empregadores passaram a recolher 50% do
saldo do FGTS, nos casos de dispensa imotivada. No entanto, os trabalhadores só
podiam sacar 40%, já que os 10% adicionais se destinavam a cobrir déficits no
FGTS.
BNDES ENTERROU R$ 10,4 BILHÕES
NAS EMPRESAS DE EIKE
BATISTA
O valor emprestado
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às empresas
do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, soma R$ 10,4 bilhões, informou nesta
quarta (3) o banco de fomento. Em nota,
o BNDES disse que o montante não chegou a ser totalmente desembolsado por causa
do calendário de execução dos projetos financiados.
“Do volume total
contratado, nem tudo foi liberado, já que os desembolsos, de acordo com a praxe
em projetos apoiados pelo BNDES, ocorrem ao longo do período de execução dos
empreendimentos”, destacou o comunicado. A instituição financeira informou
também que as participações acionárias nas empresas de Eike Batista
representavam apenas 0,6% da carteira da BNDespar, braço do banco que compra
ações de empresas, em 31 de março.
Na nota, o banco
indicou ter confiança de que o Grupo EBX encontrará uma saída para a crise: “O
BNDES está acompanhando o desenrolar dos acontecimentos relacionados ao Grupo
EBX, que dispõe de ativos sólidos e valiosos, e confia na capacidade dos atores
envolvidos de encontrar a melhor solução para superar os atuais desafios”.
O BNDES informou
ainda que cada contrato está amparado em garantias específicas, incluindo
fianças bancárias, que podem ser executadas caso as empresas do Grupo EBX não
paguem os financiamentos. “Com isso, a exposição direta à EBX representa uma
parcela muito pequena do patrimônio líquido de referência do BNDES”,
acrescentou o texto.
Nos últimos 30
dias, as ações da OGX, empresa de Eike Batista que explora petróleo, caíram
71,9% na Bolsa de Valores de São Paulo. Somente nesta quaqrta (3), a queda
chegou a 13%. Na terça (2), as agências de classificação de risco Moody’s e
Standard & Poor’s rebaixaram a nota das ações da OGX para uma avaliação que
indica alto risco de calote – risco de a empresa não conseguir honrar os
compromissos. As duas agências citaram a baixa produção de petróleo e o fraco
fluxo de caixa para justificarem a decisão. (ABr).
PREFEITURAS NÃO SABEM
O QUE FAZER COM O LIXO
Uma pesquisa realizada em 2012 pelo Tribunal de Contas do
Estado em 91 dos 92 municípios do RJ (a capital tem um Conselho de Contas
próprio), revelou que a maioria das cidades fluminenses não tem plano para a destinação
final de resíduos sólidos. E, sem esse plano, as prefeituras não tem como
planejar o destino final desse lixo, muito menos buscar financiamento federal
para um projeto de aterro sanitário digno desse nome.
“Encontramos situações muito complicadas, especialmente na
maneira como o lixo vem sendo despejado, bem como a falta de controle das
cidades. Algumas prefeituras sequer sabiam qual era a destinação do lixo”, afirmou
Marconi Brasil, técnico do TCE que participou da pesquisa.
Na campanha eleitoral do ano passado, o Ministério
Público foi acionado em diversas cidades da Baixada, inclusive Duque de Caxias
e Belford Roxo, para que os prefeitos rompessem os contatos com as empresas que
não estavam recolhendo o lixo, sob pena de multa. Só em janeiro, quando
assumiram os novos prefeitos, é que a situação sanitária dessas cidades começou
a melhorar com a entrada de novas empresas do setor.
A revelação feita pela Emurb, estatal responsável pela
coleta do lixo em Nova Iguaçu, de que a prefeitura do Rio de Janeiro estava
descartando lixo hospitalar em área de Xerém, no quarto distrito de Duque de
Caxias, é bem um retrato da falta de plano de coleta e deposição do lixo, bem
como da falta de fiscalização das
empresas contratadas para esse serviço. Recentemente, uma empresa contratada
para fazer o descarte do lixo hospitalar da Capital foi denunciada por
queimá-lo de forma inadequada pra economizar o frete entre o Rio de Janeiro e
uma empresa em S. Paulo, especializada em tratar o lixo contaminado.
RÁPIDAS
• Um desastrado rei Midas ao inverso, o governador
Sergio Cabral vê, do alto da Torre Eifel, em París, um a um dos seus amigos no “grande
monde” afundarem em escândalos e negócios mal conduziso. Primeiro foi Fernando
Cavendish, o ex-todo poderoso dono da Construtora Delta, que tinha diversos
órgãos do Estado do Rio em sua carteira de clientes, inclusive a prefeitura de
Duque de Caxias (Governo Washington Reis), o Tribunal de Justiça e até as obras
de reforma do Maracanã.
• A degringolada da antes imbatível Delta começou
depois que a CPI da Câmara Federal, criada para investigar os negócios do
bicheiro Carlinhos Cachoeira, descobriu que uma filial da Delta, que operava em
Goipas, era utilizada para “amaciar” autoridades e garantir contratos
superfaturados para o grupo.
• Por conta disse, veio à tona um jantar em um dos
mais caros restaurantes de Paris, onde Sérgio Cabral e diversos de seus fiéis
escudeiros, travestidos de Secretários de Estado, comemoravam algo não
revelado, mas tinham as cabeças cobertas por lenços. Segundo o deputado Anthony
Garotinho, o jantar não deve ter custado menos que R$ 400 mil reais.
• Logo depois, numa viagem à Bahia, em companhia do empresário
Fernando Cavendish, o governador Sérgio Cabral viu um helicóptero, que o levara
pouco antes até uma fazenda em Trancoso, cair no mar. No acidente, morreu o piloto e amigo de
Cavendish, bem como uma cunhada do empresário e a namorada de um dos filhos do
governador fluminense.
• A mais nova baixa no caderninho de amigos
bilionários de Sérgio Cabral é o também empresário Eike Batista, que acaba de
deixar a presidência do Conselho de Administração da empresa OGX, de petróleo,
cujo controle passou a uma empresa alemã, que já participava dos negócios da
petroleira. Além de deixar o comando da empresa, o ex bilionário verá se apagar
o X no logo da petrolífera, uma marca de todso os empreendimentos comandados
pelo ex marido de Luma de Oliveira.
• Além dos problemas com as empresas de “rating”, a Comissão de Valores
Imobiliários decidiu investigar não só a petrolífera OGX, mas também outras
empresas do grupo EBX, de Eike Batista, por suposta falha na divulgação de
informações ao mercado. Entre elas, a promessa de produção de petróleo que não
se confirmou. O caso ainda não virou um processo sancionador, quando há
acusações e possibilidade de julgamento.
• A investigação é
anterior ao fato relevante divulgado nesta segunda-feira (1º) pela OGX, em que
a petroleira diz "que não devem mais ser consideradas válidas as projeções
anteriormente divulgadas, inclusive as que dizem respeito a suas metas de
produção", uma declaração que agrava a situação da empresa.
• Mas a temporada
de más notícias para o governador fluminense não para por aí. O deputado Romário,
que pode deixar o PSB, teve 8% das intenções de voto da última pesquisa Datafolha,
empatado em 3º com o vice governador Pezão, que, de repente, passou a ser “arros
de festa” na mídia, frequentando casamentos caipiras, tomando calde de cana na feira
dominical de Caxias e inaugurando até início de obras, como ocorreu recentemente
em Xerém, com relação à mudança da praça de pedágio
• E a urucubaca
que persegue o governador parece ter força suficiente para atingir outras
pessoas do governo, como acaba de acontecer com o presidente da Emop (Empresa
de Obras Públicas do Estado do Rio), Ícaro Moreno Júnior, e de mais três
pessoas suspeitas de irregularidades nas obras de reforma em escolas atingidas
pelas chuvas na Região Serrana do Rio, em 2011.
• Para quem
embarcou agora, a Emop é responsável por todas as grandes obras do Governo do
Estado e braça direito do vice, Luis Fernando Pezão. Estavam sob a supervisão
da Emop as obras do Maracanã, que consumiram mais de R$ 1,3 bilhão, do
teleférico do Complexo do Alemão e as vinculadas ao PAC em todo o Estado.
• Em Duque de
Caxias, por exemplo, estão por conta da Emop as obras de urbanização da Favela
do Lixão, na entrada da cidade, inclusive um conjunto residencial na Av. Dr.
Manoel Teles, para cerca de 1,3 famílias cujas casas serão demolidas para
prosseguimento das obras ou foram destruídas por enchentes. As obras da Favela
do Lixão, planejadas no Governo Marcello Alencar e financiadas pelo Governo FHC
com recurso da Caixas Econômica Federal, começaram efetivamente no Governo
Garotinho e se arrastam até hoje, enquanto as famílias que seriam beneficiadas
continuam morando em locais perigosos, em barracos de madeira e papelão
• Enquanto a PM
reluta em instalar uma companhia independente no bairro Centenário, para conter
a invasão de bandidos no Complexo da Mangueirinha, sob o pretexto de falta de
recursos, o Governo do Estado gastou $ 3,7 milhões na compra de mil kits para
“Distúrbios Civis”, compostos por 11 peças, todas preparadas para proteger o
militar e, segundo o edital, produziria em “menos traumas e lesões nos
policiais e nos manifestantes”.
• Com um
contingente 1,2 mil policiais, o Batalhão de Choque recebeu na sua última
aquisição 200 kits CDC (Controle de Distúrbio Civil), que estão sendo
utilizados na segurança dos atuais protestos. O novo kit foi projetado visando
proteger a tropa de elite em confronto físico, composto por protetores para
cabeça, tronco, antebraço, joelho, mãos, rosto, além de escudo e coldre para
pistola.
• A diferença
entre os dois kits – antigo e novo – é a qualidade do material. Os novos
capacetes são resistentes à penetração de objetos pontiagudos, o protetor de
mãos suporta chamas de até 427 graus, além de um sistema de hidratação, parecido
com uma garrafa para armazenar cerca de dois litros de água, com tratamento
antimicróbios e um canudo para sucção.
• Na avaliação do
ex-capitão do Bope e especialista em Segurança Pública, Paulo Storani, as
recentes manifestações no Rio de Janeiro e em todo o país apresentam
características bem distintas dos atos públicos registrados em outras épocas.
Para Storani, não tem como identificar uma liderança entre as centenas de
grupos participantes nos protesto recentes.
• Ele aponta esse
fator como limitador na atuação da polícia, na tentativa de neutralizar as
ações violentas. Storani destaca que a corporação precisa reavaliar os seus
métodos, que estão ineficientes e ultrapassados para o cenário nacional,
necessitando de uma reorganização nas suas práticas para evitar lesões graves
às massas e aos PMs.
• - As
manifestações são legítimas e democráticas, mas devem permanecer num limite
social já estabelecido. O que está acontecendo é que pequenos grupos, apenas
uns 5% dos manifestantes, estão se denominando anarquistas e estimulando a
violência no meio das massas. Eles se infiltram nos atos pacíficos, promovem
uma ação violenta e quando começa o confronto, eles se retraem. O prejuízo
nesse caso já é irreparável, avalia Storani.
• Será neste
sábado (6), a entrega das chaves do
Condomínio Bolzano para as 100 famílias que perderam suas casas na enchente que
ocorreu em Xerém em janeiro deste ano. Os apartamentos vão beneficiar as
famílias cadastradas no Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e essas
famílias também terão acesso ao Programa Minha Casa Melhor, por meio do qual
podem financiar a compra de móveis e eletrodomésticos no valor de até R$5 mil.
• Os imóveis estavam sendo construídos na região e
foram liberados pelo Ministério das Cidades para atender rapidamente aos
moradores que tiveram suas casas devastadas pelo temporal. As chuvas provocaram
muita destruição, derrubando casas construídas às margens do Rio Capivari e
deixando centenas de pessoas desabrigadas.
• A prefeitura informou que a área está passando por
obras de urbanização e a desapropriação é necessária para o andamento do
projeto. Uma ponte destruída pelo temporal, que faz a ligação entre o distrito
de Xerém a uma área chamada Café Torrado, está parcialmente reformada e dando
passagem para carros e ônibus. A prefeitura informou, ainda, que casas
destruídas mais distantes do Rio Capivari, porém atingidas pela inundação, não
foram totalmente liberadas para que os moradores retornem a elas.
• O superintendente nacional de Habitação da Caixa Econômica Federal,
Roberto Carlos Ceratto, disse que a Caixa reforçou a fiscalização sobre os
empreendimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida para evitar problemas na
qualidade das construções. A informação foi divulgada nesta quarta (3) durante
audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados
para tratar irregularidades nos conjuntos habitacionais do programa do governo.
• O anuncia dessa
providência salutar e indispensável à segurança dos futuros moradores, chega
meses depois que dois blocos de um conjunto em construção em Niterói (Foto/Arquivo), foram
demolidos pela própria construtora depois que a mídia denunciou que os dois
blocos apresentavam rachaduras. Esse conjunto se destinará, segundo promessa do
Governo Federal, a abrigar as famílias que perderam tudo no desmoronamento do
Morro do Bumba, uma montanha de lixo transformada em favela pelo descaso das autoridades
da antiga capital fluminense.
• Entre as medidas adotadas pela Caixa estão a criação de um canal de
atendimento exclusivo para falar com beneficiários do programa e um
cadastro negativo de construtoras.
• Criado em março, o canal
para falar com beneficiários do Minha Casa, Minha Vida acumula 36 mil ligações
este ano. De acordo com a instituição, 61% delas destinou-se à solicitação de
informações e apenas 7% foram para relatar danos físicos nas unidades
habitacionais
• A partir das queixas feitas pelo canal, os responsáveis pela construção
dos imóveis têm cinco dias para sanar o defeito alegado pelo comprador. Caso
contrário, são incluídos no cadastro e impedidas de contratar com o governo até
resolverem o problema. Atualmente, 169 empresas e pessoas físicas integram o
cadastro negativo. O número para entrar em contato com o canal de atendimento é
0800 721 6268
• Durante a audiência, o superintendente também respondeu a perguntas dos
parlamentares sobre casos problemáticas vinculados ao programa. Segundo ele,
estão sendo feitas as obras necessárias em Duque de Caxias (RJ), onde uma
enchente em março danificou casas dos condomínios Santa Helena e Santa Lúcia.
De acordo com Ceratto, as unidades habitacionais na região sofreram
"pequenos danos de fissuras, trincas e nas portas e a empresa está no
local tomando as providências".
• Ceratto disse que os pagamentos das prestações pelas famílias
afetadas,
remanejadas para abrigos, estão suspensos até que os imóveis sejam recuperados.
"Em uma noite, choveu 15%, 16% da chuva de um ano [em Duque de Caxias].
Atingiu o bairro como um todo e não apenas o empreendimento da Caixa. Temos
todas as licenças ambientais. Não temos como prever determinadas
situações", disse.
• No entanto, o subsecretário de Habitação de Duque de Caxias, Kelson
Senra, disse que a área sofre com inundações "constantemente" e que o
problema somente se agravou em função da força das chuvas recentes. "O
pessoal mudou em maio e ocorreram três ou quatro inundações. [O local] tem
problemas de drenagem e abastecimento de água. As intervenções necessárias são
estruturais, do governo do estado", disse, que pediu apoio do governo
federal e da Caixa para que os órgãos estaduais façam as obras necessárias.
• Os parlamentares também fizeram perguntas sobre irregularidades na
seleção de beneficiários. De acordo com a diretora do Departamento de Produção
Habitacional do Ministério das Cidades, Maria do Carmo Avesani, a seleção das
famílias é atribuição do município. "Do ponto de vista de controle, temos
cruzamento de informação, mas só de quem tem salário formal", explicou. De
acordo com ela, o ministério faz estudos para desenvolvimento de um software
que ajude as prefeituras a melhorarem o processo de seleção.(ABr)
• O governador Sérgio Cabral disse nesta quinta (4)
que se sentiu incomodado com os manifestantes que acamparam durante dias na rua
onde mora, no bairro do Leblon, área nobre da cidade. O grupo foi retirado do
local na madrugada de terça-feira (3) pela Polícia Militar. Mais uma manifestação
está prevista para esta noite em frente ao prédio onde reside o governador.
• Para ele, manifestações devem ser sempre
respeitadas. "Deve haver tolerância e respeito, mas isso não tem nada a
ver com acampamento na rua – nem na [Avenida] Delfim Moreira, nem na Aristides
Espíndola, nem na Irineu Marinho, nem na Rua Riachuelo, nem na Avenida
Copacabana ou na Avenida Brasil. Em lugar nenhum, pode-se tolerar o impedimento
do direito de ir e vir."
• O governador disse que tem ficado em casa nas duas
últimas semanas, desde quando o acampamento foi instalado, e reclamou dos
transtornos. "Eu lamento, porque tenho filhos pequenos, grandes, família,
que ficam preocupados." Cabral reforçou que manifestações contra o governo
devem se feitas pacificamente, em frente à sede do governo, o Palácio
Guanabara, em Laranjeiras.
• Ele aproveitou para lembrar que a democracia é
recente no país e que as manifestações fazem parte dela. "Todas essas
manifestações fazem parte de uma reflexão para o aperfeiçoamento da democracia.
Graças a Deus, ninguém marchou com Deus e a família, querendo o golpe",
disse Cabral, referindo-se a uma série de atos promovidos em março de 1964 por
setores conservadores da sociedade contra reformas anunciadas pelo então
presidente João Goulart. O movimento culminou com a instalação do regime
militar no país
• Os partidos de oposição consideraram uma
demonstração de que Palácio do Planalto está “perdido” o anúncio de que o
plebiscito sugerido pela presidenta Dilma Rousseff sobre a reforma política
será realizado apenas em 2014. Os oposicionistas continuam defendendo o
referendo em lugar de plebiscito e acreditam que a consulta popular acompanhada
das eleições nacionais, no próximo ano, vai confundir o eleitor.
• A decisão do adiamento foi anunciada nesta quinta
(4), depois de reunião com líderes da Câmara, pelo vice-presidente Michel
Temer. Ele reconheceu que não haveria tempo para promover a consulta popular e
para o Congresso aprovar as mudanças antes de outubro próximo, para que as
novas regras valessem para as próximas eleições. Ele sugeriu que o plebiscito
seja feito no segundo turno das eleições do próximo ano
• A oposição criticou a proposta. “Preparar questões
para a população responder em 2014 elegendo novos congressistas é uma situação
confusa. O mais adequado seria o Congresso Nacional realizar a reforma política
e submetê-la ao referendo em 2014 ou anunciar que só se fará a reforma depois
das eleições, com um novo Congresso”, disse à Agência Brasil o vice-líder do
PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
• O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), tem
opinião parecida. Para o deputado, o Congresso tem que avançar nos temas da
reforma política que podem ser consensuais e prever a aplicação para oito anos,
para então promover um referendo. “Essa é a maneira correta de fazer. Empurrar
um plebiscito para o ano que vem é mais um factoide. Em 2014, todos vão estar
ocupados com a campanha eleitoral”, analisou.
• Os líderes do PSDB e do DEM voltaram a criticar a
reação do governo em respostas às manifestações populares. “Fica a impressão de
que há um deserto de inteligência no Palácio do Planalto”, ironizou o
vice-líder tucano.
• Já para Ronaldo Caiado, o governo deveria
reconhecer o erro ao tentar transferir para o Parlamento a resposta à crise. “O
que é estranho é a resistência em não admitir o erro e a falha na proposta do
Executivo ao Congresso Nacional. Agiu na tese de Pôncio Pilatos, para tentar
transferir ao Congresso a demanda da sociedade”, disse Caiado.(ABr).
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