sexta-feira, 26 de outubro de 2012

BAIXADA URGENTE - ELEIÇÕES 2012


DIREÇÃO DO PMDB ADMITE
DERROTA NA BAIXADA

Uma nota de rodapé da coluna “Panorama Político” do jornal “O Globo” desta quinta-feira (25) teve grande repercussão na política da Baixada, onde o PMDB disputa, com candidato próprio, o segundo turno neste domingo em Duque de Caxias (2º colégio eleitoral do Estado), Nova Iguaçu e Volta Redonda. O respeitado e sempre bem informado colunista Ilmar Franco, numa despretensiosa nota, revela o clima pesado que hoje domina o maior partido do País, que, além da vice presidência da República, ocupa ministérios importantes no Governo.
Na relação de cidades onde o alto comando do partido espera vitória no segundo turno, a única cidade fluminense citada pelo colunista, louvado em informações da direção nacional do PMDB, é Volta Redonda, onde o prefeito Neto tenta a reeleição. Nessa prestidigitação política publicada pelo colunista, ficaram de fora dois dos maiores colégios eleitorais do Estado do Rio, que, jutos, somam mais de um milhão de eleitores: Duque de Caxias, onde Washington Reis enfrenta Alexandre Cardoso (PSB) e Nova Iguaçu, com o deputado federal Nelson Bornier tentando voltar ao cargo e impedir a reeleição da prefeita Sheila Gama, do PDT. Vale ressaltar que, nos dois casos, o PT, de Lula e Dilma, participa, pelo menos nos registros do TRE/RJ, como coligado do PSB em Caxias e do PDT em Nova Iguaçu, muito embora Lula só tenha aparecido na campanha de Sheila Gama (PDT/PT), deixando de fora Alexandre Cardoso (PSB/PDT/PT), ex Secretário de Ciência e Tecnologia de Sérgio Cabral.
Para alguns observadores, a exclusão de uma possível vitória na Baixada seria um duro recado da direção nacional do PMDB, incomodada pelo açodado e ambicioso governador fluminense, que, nos últimos dias, tem apontado a sua metralhadora verbal contra o também governador Eduardo Campos, de Pernambuco e presidente nacional do PSB. Tudo seria resultado de uma desastrada, porém oportunista declaração do prefeito Eduardo Paes, na visita a Brasília, onde fora agradecer o apoio da presidente Dilma Rousseff à sua reeleição. Aproveitando os holofotes da mídia camarada, o prefeito carioca lançou a candidatura de Cabral a vice nas eleições de 2014, preocupado com o crescimento do PSB em todo o País, o que levaria o governador Eduardo Campos a se oferecer, em sacrifício, para ser companheiro de chapa de Dilma no caso dela disputar a reeleição.
Além dos estragos nas relações do PSB com o Governo, as declarações de Eduardo Paes obrigaram a Presidente a antecipar, desnecessariamente, a chapa Dilma-Temer para 2014. Além de advertir o governador fluminense que o cargo de vice em 2014 já tem dono, a exclusão de uma possível vitória nos dois maiores municípios da Baixada Fluminense serviria como recado para Sergio Cabral, que já anunciou sua decisão de renunciar ao mandato de governador em janeiro para assumir um Ministério em Brasília, possivelmente o perigoso Ministério do Apagão, quer dizer, de Minas e Energia, onde o ministro Edson Lobão, além da renovação das concessões das geradoras e distribuidoras de energia elétrica, enfrenta problemas de saúde. Sem previamente negociar com os caciques do partido, o governador fluminense já resolveu a equação política do Estado do Rio: o vice Pezão assume em janeiro, disputa e vence a reeleição em 2014, ficando inelegível para um novo mandato em 2018, quando será substituído, automaticamente e sem consultas aos eleitores, pelo subserviente Eduardo Paes.
De qualquer forma, a nota de Ilmar Franco deu novo ânimo aos candidatos Alexandre Cardoso e Sheila Gama na luta contra seus adversários locais e a máquina do Estado sob o comando do bolivariano Sérgio Cabral.

2º TURNO EM CAXIAS SERÁ
ENTRE RIO E  PERNAMABUCO

Com pouco mais de 3 mil votos de diferença entre o primeiro e o segundo colocados no dia 7, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, está entre as prefeituras com disputas mais equilibradas do Brasil. O mais votado, Alexandre Cardoso (PSB) ficou com 33,99% dos votos, enquanto Washington Reis (PMDB) alcançou 33,29% do eleitorado. O atual prefeito, Zito, do PP, ficou em terceiro lugar, com 16,01%.
Os 607 mil eleitores do município vão escolher entre dois candidatos nascidos em Duque de Caxias, que são atualmente deputados federais e já foram deputados estaduais. Alexandre Cardoso, que tem o apoio do governador Eduardo Campos, de Pernambuco, presidente nacional do PSB, além do PT e do PDT, está no quinto mandato em Brasília e foi secretário de Saneamento e Recursos Hídricos e de Ciência e Tecnologia do estado. Washington Reis (PMDB), que tem o apoio do governador Sérgio Cabral e do vice presidente Michel Temmer, ocupou o cargo que disputa agora, entre 2005 e 2009, além de ter sido subsecretário estadual de Obras Metropolitanas.
Os dois opositores concordam que a saúde é o principal problema do município mais populoso da Baixada, com 855 mil habitantes.
Washington Reis propõe transformar o Hospital Moacyr do Carmo em unidade de referência, com atendimento de emergência, salas cirúrgicas, unidade de terapia intensiva (UTI) e equipamentos para diagnóstico por imagens. Também está entre as propostas ampliar a cobertura do Programa de Saúde da Família, e construir mais postos de saúde e reabrir o Hospital Duque.
Alexandre Cardoso promete reabrir o Hospital Duque e transformar o Hospital Moacyr do Carmo em universitário, ligado à Unigranrio, amparado por políticas do governo federal, para formar mais médicos e profissionais de saúde. Também propõe criar um posto de saúde 24 horas para cada 50 mil habitantes da cidade.
Apesar ter um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 25,7 bilhões, puxado pelo Polo Gás-Químico, que tem entre as principais empresas a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, o município tem um dos piores índices de pobreza do estado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O sistema de coleta e tratamento de esgoto do município também é considerado pelo Instituto Trata Brasil um dos dez piores entre as 81 maiores cidades do Brasil.
A cidade emancipou-se da vizinha Nova Iguaçu em 1943. O nome escolhido para o município foi uma homenagem a um de seus mais ilustres cidadãos, o marechal Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, comandante das forças brasileiras durante a Guerra do Paraguai (1864-1870) e considerado patrono do Exército.

EX FAXINEIRO VAI ENFRENTAR
EX-CHEFE EM BELFOR ROXO

Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é uma das sete cidades do estado em que a eleição para prefeito será decidida domingo (28), em segundo turno. Caracterizado por forte concentração populacional, o município tem na indústria química e na metalurgia as principais bases econômicas. Com 495.694 habitantes em uma área de apenas de 79,791 quilômetros quadrados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), Belford Roxo tem grande carência de infra-estrutura nas áreas urbana e social.
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Dennis Dauttmam, do PCdoB, ( 92.951 votos ou 40,93% ) enfrentae Waguinho, do PRTB (74.871 votos ou 33,08% do total apurado), voltam a se enfrentar na segunda rodada eleitoral.
Natural de Ibicaraí, na Bahia, Dauttmam mora em Belford Roxo há mais de 40 anos. Antes de entrar na política, ele se dedicou a uma atividade voluntária – o Balcão de Emprego – em que ajudou a colocar muitas pessoas no mercado de trabalho. Criado há 12 anos, o balcão fez mais de 150 mil atendimentos e é referência na cidade.
Na política, ele começou como vereador, eleito em 2004. No ano passado, ele recebeu o título de Embaixador da Paz, concedido pelo Comitê Mundial da Paz/ONU no Brasil, por seus projetos sociais.
Seu adversário no segundo turno é Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho. Nascido Belford Roxo, Waguinho foi faxineiro na Câmara de Vereadores da cidade. No último pleito municipal, em 2008, elegeu-se vereador, com 5.413 votos e em 2009, tomou posse como presidente da Câmara. Eleito deputado, Waguinho é o atual líder do PRTB na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, com atuação na comissão que fiscaliza a distribuição de água na Baixada Fluminense e na prevenção de crimes e abusos contra menores.
Segundo dados da Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro, em 2003 o Produto Interno Bruto (PIB) de Belford Roxo concentrava-se na área do comércio e serviços, com 56,94%. Também têm peso a indústria, com 43,04%, e a agropecuária, com 0,01%. O município participa com 0,91% do PIB estadual e com 1,34% do PIB da região metropolitana.

NOVA IGUAÇU TERÁ
DUELO DE PREFEITOS

Maior município em extensão territorial da Baixada Fluminense, com 11,1% da área metropolitana do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu é, segundo o IBGE, a sexta maior economia do estado e a 48ª do país. O Produto Interno Bruto (PIB) do município chegou, em 2009, a R$ 9,5 bilhões. A participação do setor de serviços no PIB fica em torno de 88% e a da indústria, em quase 15%.
Com mais de 800 mil habitantes, Nova Iguaçu é o segundo município mais populoso da Baixada e o quarto maior colégio eleitoral do estado, com 561 mil eleitores. Domingo (28), eles elegem o novo chefe do Executivo entre dois candidatos: o deputado federal e ex-prefeito Nelson Bornier, do PMDB, e a atual prefeita, Sheila Gama, do PDT. No primeiro turno, Bornier ficou com 39,05% dos votos válidos e Sheila, com 20,19%. Nova Iguaçu foi o município fluminense com maior número de candidatos na primeira rodada de votação: 9.
Considerada uma das cidades mais violentas da Baixada Fluminense, Nova Iguaçu teve no primeiro turno a segurança reforçada pelas Forças Armadas, além de presença significativa de fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que atuaram na repressão à propaganda irregular e à boca de urna no dia da votação.
Ex-deputada estadual, Sheila Gama tomou posse como prefeita há dois anos, em substituição a Lindberg Farias, que deixou a prefeitura para ocupar uma cadeira no Senado. Formada em pedagogia pela Universidade Federal Fluminense, Sheila é a atual presidente do PDT em Nova Iguaçu e integrante do Diretório Nacional do partido.
Com renda per capita de R$ 237,50, o município ocupa a 45ª posição no ranking estadual em índice de desenvolvimento humano. Nova Iguaçu tem mais de um terço de sua extensão territorial coberto por florestas e abriga importantes áreas de preservação ambiental, como a Reserva Ambiental de Tinguá, além de uma generosa bacia hidrográfica, tendo como principais rios o Iguaçu e o Guandu.
Com 300 quilômetros de rodovias federais, estaduais e municipais, e situada à margem de uma das mais importantes, a Via Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, Nova Iguaçu tem 87 escolas estaduais e 126 municipais. De acordo com o site da prefeitura, 81% dos mais de 297 mil domicílios têm acesso à rede geral de abastecimento de água e 52% têm esgoto sanitário ligado à rede de coleta.

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