terça-feira, 30 de outubro de 2012

BAIXADA URGENTE

GOVERNO QUER ROYALTIES
DO PETRÓLO LONGE DO STF

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse nesta terça (30) que não acredita na votação da proposta que trata da redistribuição dos royalties do petróleo – o PL 2.565/2011 - durante esta semana na Câmara dos Deputados. Segundo a ministra, o assunto tem muitas controvérsias e, por isso, “não será fácil de ser resolvido”. Ideli Salvatti disse que a preocupação da presidenta Dilma Rousseff é evitar o risco de a questão ser judicializada. “Mexer em áreas licitadas, já contratadas, tem um altíssimo risco de ser tudo levado à Justiça”, lembrou. Por isso, a ministra explicou que a presidenta já manifestou a necessidade de se discutir a divisão só daqui para frente.
Outra preocupação da presidenta Dilma Rousseff, segundo a ministra, é garantir recursos para financiar a educação a partir da nova distribuição. “Se há um Plano Nacional de Educação que pretende aumentar os investimentos em até 10% do PIB, é muito importante garantir de onde esses recursos virão, e a questão dos royalties, do Fundo Social do Pré-Sal, poderia ser essa fonte”, disse Ideli.
Apesar do interesse do governo, o relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) - apresentado na comissão especial que discutiu a matéria - não incluiu o financiamento da educação na redistribuição dos royalties.
Para a ministra de Relações Institucionais, questões como a votação do novo Fundo de Participação dos Estados (FPE) também influenciam na apreciação dos royalties, por afetarem o pacto federativo.Ideli Salvatti foi à Câmara durante a manhã para conversar com lideranças partidárias e com o presidente Marco Maia (PT-RS) sobre uma pauta prioritária do governo para as votações até o fim do ano.
Desde que o projeto chegou à Câmara, um grupo de trabalho discute novas fórmulas para redistribuir os royalties do petróleo e beneficiar estados e municípios não produtores, mas ainda não houve acordo. A resistência é maior por parte dos estados produtores, especialmente o Rio de Janeiro e Espírito Santo. As mudanças atingem tanto o petróleo explorado por contratos de concessão quanto aquele que será extraído sob o regime de partilha.

MINISTRA CONFIRMA RETIRADA DE
INVASORES DO JARDIM BOTÂNICO

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, confirmou nesta terça (30) que serão retiradas do Parque Jardim Botânico, na capital fluminense, moradores em áreas de risco e também famílias que forem consideradas invasoras da unidade de conservação. É que, embora seja tombado desde 1938, o parque ainda não teve os limites demarcados oficialmente.
Segundo Izabella Teixeira, as remoções cumprem decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que, em setembro, obrigou o governo a delimitar e registrar em cartório os limites do Jardim Botânico. A decisão também determinou a retirada de, pelo menos, 210 famílias que já tinham conseguido da Justiça decisão definitiva para permanecer na área.
O TCU deu dois meses, a partir do início de setembro, para que a administração e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) delimitem formalmente o parque, e 300 dias para que registrem os limites em cartório.
“Não tem discussão de classe, de rico ou pobre, quem estiver invadindo, vai sair”, disse Izabella, que pediu ao tribunal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), mais tempo para delimitar a unidade, prorrogando o prazo inicial de dois meses.
“São três demarcações históricas, temos que olhar esse território, ver quem estava antes, quem tem direito de ficar, quem não tem, quem é invasor, quem não é”, completou. Ela não deu detalhes sobre o andamento do processo para levantamento dos limites.
A ministra disse que uma área para realocação das famílias está sendo estudada, mas nada foi acertado ainda. "A secretaria [executiva do ministério] está analisando o plano de realocação das famílias. As pessoas vão ser retiradas, estamos procurando saber onde serão colocadas", informou.

PF VAI INVESTIGAR DESVIOS NO
HOSPITAL DE BONSUCESSO

As obras no prédio onde funcionava a emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio de Janeiro e que deveriam ser finalizadas em quatro meses, estão paradas. Nessa segunda-feira (29), a Polícia Federal do Rio abriu inquérito para apurar irregularidades no uso da verba pública federal, como peculato e fraude em licitação, nas obras no setor de Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso.
De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Recursos Públicos (Delefin), Victor Poubel, serão ouvidos o diretor do HFB e os responsáveis pelo setor de engenharia da Comissão de Controle de Infecção unidade.  
A partir da próxima segunda-feira (5), não haverá atendimento, até que a emergência esteja em condições de receber pacientes de forma digna, apenas os pacientes de maior gravidade serão atendidos. A falta de estrutura e os constantes problemas, como a insalubridade e a superlotação do local, levou o corpo clínico a suspender o atendimento. “A população deve ser amparada por um sistema de saúde de qualidade”, disse a presidenta do Cremerj, Márcia Rosa de Araujo.
O Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj entregou um relatório ao Ministério Público Federal relatando as dificuldades enfrentadas tanto pelos médicos como pela população. A diretoria do Cremerj se reuniu na última quinta-feira (25) com representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde e do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, que assumiram o compromisso de regular a transferência dos pacientes da emergência para outros hospitais federais, com monitoração do acolhimento por classificação de risco.

RÁPIDAS

  Em suas primeiras declarações como prefeito eleito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso apontou a coleta de o lixo domiciliar como problema a ser atacado nas primeiras horas depois da posse, que deverá ocorrer no dia 31 de dezembro, quando termina o mandato do prefeito Zito.
  E a solução imediata pode estar na mãos do prefeito Eduardo Paes. Segundo pessoas próximas ao novo prefeito, a idéia seria contratar a Comlurb, estatal da prefeitura carioca, para assumir a coleta do lixo nos quatros distritos de Duque de Caxias. Como a empresa tem contrato com diversas empresas do ramo, inclusive com a Locanty, atual responsável pela coleta do lix no município,  a Comlurb assumir os serviços de imediato, sem solução de continuidade por ser uma empresa estatal, especializada, o que dispensaria a realização de uma nova licitação, solução sempre demorada.

  O contrato provisório seria de seis meses, tempo necessário para que o novo Governo realizasse nova licitação, com a participação de todas as empresas do gênero que atuam no Estado do Rio. Além de estabelecer metas, o Edital incluiria normas como a coleta seletiva, a contratação de cooperativas de catadores e o custo do transporte do resíduo final até Seropédica, onde funciona o principal aterro sanitário do Estado.
  Na área de Saúde, além melhor distribuir os recursos para sustentar o funcionamento dos postos e hospitais da rede municipal, atualmente administrados por cooperativas e OSCIP, a solução a médio prazo passaria pela reformulação dos quadros da Secretaria de Saúde, defasado pelo afastamento voluntário de médicos e outros profissionais da área, inconformados com os baixos salários que recebem, o novo prefeito ainda teria de chamar de volta o pessoal cedido aos centros sociais dos vereadores.
  Aliás, uma das maiores distorções na área da saúde está na proliferação desses centros, que funcionam apenas na captação de votos, não tendo nenhum programa de trabalho afinado com a Política de Saúde do Governo, em especial nas áreas de controle de doenças infanto-juvenis, DST,diabetes, hipertensão, psiquiatria e até doenças gastrointestinais.
  O vereador conhecido como Ricardo da Karol (Ricardo Corrêa de Barros), que trocou uma problemática reeleição em Duque de Caxias pela Prefeitura de Magé, perdeu a eleição, mas poderá ganhar um mandato de deputado estadual, que ele disputou em 2010 pela coligação PSB/PMN
  É que os deputados Alessandro Calazans (Nilópolis) e os suplentes Pedro Rogério (Nova Friburgo) e Rubens Bomtempo (Petrópolis), eleitos por essa coligação, terão de renunciar ao mandato para assumir os novos cargos. Na coligação, o vereador caxiense, com 25.684 votos, era o 4º suplente. Com a saída de Calazans e dos dois suplentes  para assumirem as prefeituras, Ricardo da Karol passará a ser o lº suplente.
  Se o deputado Cristino Áureo, que disputou e perdeu a eleição para prefeito de Macaé, reassumir o cargo de Secretário de Agricultura do Estado, Ricardo da Karol assumirá uma cadeira na Assembléia Legislativa pelo menos até o início de 2014.
  Passadas as eleições municipais, governadores de estados do Nordeste e do Centro-Oeste correram a Brasília, e nesta terça (30) foram ao Senado para reivindicar ao presidente José Sarney (PMDB-AP) que acelere o processo de votação do projeto de lei que altera as regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e a proposta que trata da redistribuição dos royalties do petróleo (ainda em tramitação na Câmara).  A intenção do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), é iniciar a votação dos royalties esta semana
  O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, pediu a ajuda de Sarney para marcar uma audiência dos governadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste com a presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, os estados dessas regiões também reivindicam a renegociação de suas dívidas e compensações à desoneração de tributos compartilhados como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
  André Puccinelli disse que, sem uma redistribuição igualitária dos royalties do petróleo e das novas regras do FPE, os estados menos desenvolvidos vão se rebelar. “É preciso que fique claro que as regiões são diferentes. Temos que ter compensações. Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem a região do Pantanal que é intocável, onde não podemos realizar investimentos como infraestrutura”, exemplificou ele.
  Outro que esteve pouco antes com Sarney para tratar de assuntos específicos e desses em particular foi o governador do Piauí, Wilson Martins. Sobre as novas regras para o FPE, ele julgou importante que o Senado mantenha no texto repasses maiores aos estados mais pobres e os em desenvolvimento. “Para aprovar a matéria [em 2012] só precisa querer e ter um entendimento”, destacou Wilson Martins.
  O governador piauiense acrescentou que as articulações do Congresso sobre a matéria devem ter como aliado o governo federal, principalmente a presidenta Dilma Rousseff. Ele disse ainda que o Senado e a Câmara têm que priorizar as mudanças nas regras do FPE, determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob pena de os estados deixarem de receber os repasses constitucionais a partir de janeiro de 2013.
  O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que só um crescimento sustentado da economia entre 3% e 4% ao ano vai garantir a melhoria das condições financeiras dos estados e da sociedade como um todo. Ele também esteve com o presidente do Senado e pediu pressa na votação da medida provisória que cria mecanismos para reduzir o valor da conta de energia elétrica ao consumidor.
   “Sem um crescimento permanente da economia vai faltar pão para todo mundo, não só para os governadores”, disse Paulo Skaff, ao tomar conhecimento das reivindicações dos governadores Wilson Martins e André Puccinelli. O presidente da Fiesp disse que, além de um crescimento permanente, é necessário que o fortalecimento da indústria nacional e que as medidas tomadas pelo governo se traduzam em competitividade e investimentos em educação.
  As inscrições de representantes dos tribunais brasileiros e membros de instituições do Judiciário nacional para participação no VI Encontro Nacional do Judiciário, que ocorrerá em Aracaju/SE em 5 e 6 de novembro, foram prorrogadas até esta quarta-feira (31). Até segunda (29), 223 representantes de tribunais já estavam inscritos para participar do evento. Em relação à Justiça Federal, apenas o TRF 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo) não concluiu o processo de inscrição.
  No segmento da Justiça Estadual, a maioria dos tribunais confirmou presença, faltando apenas três — Amazonas (TJAM), Espírito Santo (TJES) e Rio Grande do Norte (TJRN). Na Justiça do Trabalho, dos 24 tribunais regionais, apenas os TRTs da 7ª, da 11ª e da 12ª Região ainda não concluíram suas inscrições. Entre tribunais eleitorais, apenas oito ainda não confirmaram presença e todos os tribunais militares já se inscreveram para o evento.
  A abertura do VI Encontro Nacional será feita pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, às 9h, do dia 6. No dia 5, acontecerão o credenciamento, fotos oficiais e coquetel de abertura. Veja programação aqui.
  Ao longo da programação, presidentes, vice-presidentes, corregedores e outros membros dos tribunais brasileiros discutirão os desafios atuais do Judiciário, entre eles gestão e administração do Judiciário e a visão da sociedade sobre a Justiça brasileira.
  Para os painéis, foram convidados o empresário Jorge Gerdau, a jornalista Eliane Cantanhêde, o secretário de Ações Estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros, além do procurador do estado do Rio de Janeiro e professor de Direito Público da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Gustavo Binenbojm.
  Realizado anualmente sob a coordenação do CNJ, o Encontro Nacional do Judiciário têm o objetivo de avaliar a Estratégia Nacional estabelecida para a Justiça e analisar o desempenho dos tribunais no cumprimento das ações, dos projetos e das metas nacionais. Além disso, no evento, os presidentes das 91 Cortes brasileiras definem novas metas e ações prioritárias a serem perseguidas pelo Judiciário nos anos seguintes.
  A quantidade de processos que chegou à Justiça em 2011 foi maior que o número de processos julgados no mesmo ano. A repetição desta situação, ano a ano, levou o Judiciário a acumular estoque de 63 milhões de processos em 2012. Os números foram divulgados hoje (29) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e integram o estudo Justiça em Números.

   “A Justiça não consegue reduzir o estoque. Tem sido a batalha do Poder Judiciário conseguir atingir o mesmo numero de processos que entra a cada ano”, disse o conselheiro Guilherme Vasi Werner, ao comentar o estudo do CNJ. De acordo com o levantamento, o estoque não parou de subir nos últimos três anos, com incremento de 3,6% entre 2010 e 2011.
  Nem mesmo o aumento na produtividade dos magistrados e tribunais, que foi 7,4% em 2011 em relação ao ano anterior, está conseguindo conter a avalanche de processos. Gestores do Judiciário analisam que a situação dificilmente vai ser normalizada enquanto a proporção entre novos processos e processos julgados não parar de crescer. De 2010 para 2011, a demanda aumentou 8,8%.
  Uma das soluções possíveis para amenizar a situação no curto prazo, segundo Werner, é o investimento em conciliação e mediação. “O CNJ tem incentivado que os tribunais criem centros de mediação não só para resolver de forma mais eficiente os processos em estoque, mas trabalhar em conflitos que ainda não chegaram ao Judiciário”, declarou.
  O conselheiro também aponta o excesso de recursos permitidos por lei como um dos entraves para a resposta mais ágil da Justiça para a sociedade. Ele lembrou que um novo projeto de Código de Processo Civil (CPC) tramita no Legislativo para tentar solucionar parte desses problemas.
   “Mas infelizmente a resposta não é única. Não é um procedimento ou providência que vai resolver. É preciso garantir estrutura que permite que os magistrados julguem com tranquilidade e eficiência”, ressaltou.
  Recentemente, o CNJ encaminhou documento ao Congresso Nacional com sugestões para novo CPC. Os gestores do Judiciário estão preocupados com a forma evasiva com que a conciliação está sendo tratada até agora. A ideia é que o método não seja apenas uma alternativa, e sim prioridade para a solução de conflitos.

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