JUSTIÇA SUPENDE OS SUPER
SALÁRIOS DE 11 MINISTROS
A Advocacia-Geral da União (AGU) está preparando o
recurso contra a liminar da Justiça Federal em Passo Fundo (RS), que determinou
a suspensão do pagamento dos salários de 11 ministros, cuja remuneração ultrapassa o teto constitucional do
funcionalismo público federal, de R$ 26,7 mil. A decisão prevê a suspensão em
até dez dias. Para que o salário dos ministros não extrapole o limite, o juiz
titular da 2ª Vara Federal em Passo Fundo, Nórton Luís Benites, responsável
pela decisão, também proibiu o exercício remunerado de funções em organizações
estatais, em caso de acúmulo com os cargos ocupados nos ministérios.
O recurso será apresentado pela AGU esta semana e vai
manter a mesma linha da defesa inicial, no sentido da legitimidade da ocupação
concomitante dos cargos sob o argumento de que “a retribuição pelo exercício de
função em conselho de entidade de direito privado guarda um caráter próprio,
correspondente à retribuição de representação”.
Em seu despacho, o juiz destacou que “caso os ministros
continuem a receber os valores indevidos, há possibilidade de que no futuro não
sejam obrigados a restituí-los ao erário. Impõe-se, portanto, que o Poder
Judiciário, neste momento, não se omita e atue em favor da proteção do
interesse público.”
A Lei Federal 9.292, de 12 de julho de 1996, que trata da
remuneração dos membros dos conselhos de administração e fiscal das empresas públicas
e das sociedades de economia mista federais, assim como das demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela União, diz no Artigo 119 que “o
servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão”.
A liminar cita os ministros Celso Amorim (Defesa), Miriam
Belchior (Planejamento), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior), Guido Mantega (Fazenda), Helena Chagas (Secretaria de
Comunicação Social da Presidência), Marco Antonio Raupp (Ciência, Tecnologia e
Inovação), Paulo Bernardo (Comunicações), Paulo Sérgio Passos (Transportes),
Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Wagner Bittencourt (Secretaria da
Aviação Civil) e Luis Inácio Adams (AGU).
Na decisão, constam ainda o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social Participações (Bndespar), a BR Distribuidora, a Brasil Cap,
a Brasil Prev, as Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), a Companhia das
Docas do Estado da Bahia (Codeba), a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), a Financiadora de Estudos e
Projetos (FINEP), a Petrobras Biocombustíveis, a Petróleo Brasileiro S/A e a
Usina Hidrelétrica de Itaipu.
MINISTROS PARTICIPARAM DE
COMÍCIOS EM VEÍCULOS OFICIAIS
A presença de autoridades do governo em diversas
campanhas pelo país chamou atenção durante o período eleitoral, principalmente
nas cidades teve segundo turno. No caso da presidente Dilma Rousseff, além do
transporte oficial por questões de segurança, os seus gastos, segundo instrução
normativa da Secretaria-Geral da Presidência, devem ser obrigatoriamente
ressarcidos aos cofres do governo. Os ministros não estão sujeitos à mesma
orientação.
No segundo turno, que acabou neste domingo (28), as
movimentações do alto escalão do governo foram intensas. Na terça-feira (23)
passada, por exemplo, o vice presidente da República, Michel Temer, veio ao Rio
de Janeiro em avião da FABR, de onde se deslocou em um helicóptero da Força
até Volta Redonda, depois para Nova
Iguaçu e, finalmente, Duque de Caxias, de onde retornou ao Galeão. Nas três
escalas, Temer participou de comícios de candidatos do seu partido, o PMDB. O
mesmo itinerário foi feito pelo governador Sérgio Cabral, inclusive utilizando
veículos oficiais.
Pela legislação eleitoral (Lei 9.504, de 1997), os
agentes públicos, como ministros, senadores e deputados, são proibidos de usar
transporte oficial ou qualquer outro tipo de serviço do governo no período
eleitoral. Contudo, é tarefa difícil rastrear a procedência dos recursos
utilizados pelos chefes de Estado ou parlamentares.
Os gastos de partidos, comitês e candidatos com
transportes ou deslocamentos durante a campanha eleitoral, por exemplo, não
deixam claro quem foram os colaboradores beneficiados. As despesas vão desde
táxi e transportes aéreos até pedágios em estradas. Conforme mostra a segunda
prestação de contas eleitorais divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral, R$
3,5 milhões foram gastos por campanhas com transportes ou deslocamentos. Os
maiores gastos são realizados pelos candidatos (R$ 2,7 milhões). Comitês e
partidos políticos gastaram R$ 720,5 mil e R$ 88,3 mil, respectivamente.
Para o especialista em direito eleitoral Weslei Machado,
a maneira como a prestação de contas é realizada prejudica a fiscalização dos
gastos. “As viagens dos ministros nesse período, por exemplo, precisam ser mais
controladas. É muito difícil separar quando estão atuando como cidadãos
(apoiadores de campanhas eleitorais) ou como chefe de Estado”, explica.
A falta de transparência abre a possibilidade para que
agentes públicos usem transporte do governo para campanhas de maneira
indiscriminada e sem que a população possa ter conhecimento. Outra situação
corriqueira é que a agenda das autoridades coincida com a de ações eleitorais
de candidatos.
COM 13 MIL VOTOS NA FRENTE
ALEXANDRE VENCE EM CAXIAS
O candidato Alexandre Cardoso (PSB), com 51,51% dos votos
válidos, venceu a disputa pela prefeitura de Duque de Caxias. Seu adversário, Washington
Reis (PMDB) conseguiu 48,49% dos votos válidos. Os votos em branco somaram
2,48%; e os nulos, 4,79%. A abstenção ficou em 20,57%.
Com pouco mais de 3 mil votos de diferença entre o
primeiro e o segundo colocados no dia 7 de outubro, o município de Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense, ficou entre as prefeituras com disputas mais
equilibradas do Brasil. No primeiro turno, o mais votado, Cardoso, ficou com
33,99% dos votos, enquanto Washington Reis alcançou 33,29% do eleitorado. O
atual prefeito, Zito, do PP, ficou em terceiro lugar, com 16,01%.
Nascido em Duque de Caxias, Cardoso está no quinto mandato como deputado
federal e foi secretário de Saneamento e Recursos Hídricos e de Ciência e
Tecnologia do estado.
A saúde foi considerada prioritária durante a campanha
eleitoral. Durante a campanha, Cardoso prometeu reabrir o Hospital Duque e
transformar o Hospital Moacyr do Carmo em universitário, ligado à Unigranrio,
amparado por políticas do governo federal, para formar mais médicos e
profissionais de saúde. Também propõe criar um posto de saúde 24 horas para
cada 50 mil habitantes da cidade.
Apesar ter um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 25,7
bilhões, puxado pelo Polo Gás-Químico, que tem entre as principais empresas a
Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, o município tem um dos piores
índices de pobreza do estado, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). O sistema de coleta e tratamento de esgoto do
município também é considerado pelo Instituto Trata Brasil um dos dez piores
entre as 81 maiores cidades do Brasil.
RÁPIDAS
• O
candidato Nelson Bornier (PMDB) venceu a disputa pela prefeitura de Nova Iguaçu,
conquistando 55,36% dos votos válidos. A atual prefeita Sheila Gama (PDT) ficou
com 44,64% dos votos válidos. Os votos brancos ficarm em 5,31% e os nulos,
8,3%. A abstenção ficou em 22,75%.
• Maior
município em extensão territorial da Baixada Fluminense, com 11,1% da área
metropolitana do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu é, segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a sexta maior economia do estado e a 48ª do
país. Conforme o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do município chegou, em
2009, a R$ 9,5 bilhões. A participação do setor de serviços no PIB fica em
torno de 88% e a da indústria, em quase 15%.
• Com
renda per capita de R$ 237,50, o município ocupa a 45ª posição no ranking
estadual em índice de desenvolvimento humano. Nova Iguaçu tem mais de um terço
de sua extensão territorial coberto por florestas e abriga importantes áreas de
preservação ambiental, além de uma generosa bacia hidrográfica, tendo como
principais rios o Iguaçu e o Guandu.
• Com
300 quilômetros de rodovias federais, estaduais e municipais, e situada à
margem de uma das mais importantes, a Via Dutra, que liga o Rio de Janeiro a
São Paulo, Nova Iguaçu tem 87 escolas estaduais e 126 municipais. De acordo com
o site da prefeitura, 81% dos mais de 297 mil domicílios têm acesso à rede
geral de abastecimento de água e 52% têm esgoto sanitário ligado à rede de
coleta.
• A
Justiça Eleitoral prendeu, no início da tarde deste domingo (), em Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense, um homem com a quantia de R$ 10 mil, por
suspeita de compra de votos. A prisão foi feita por fiscais da 78ª Zona
Eleitoral e o suspeito foi levado para prestar depoimento na 59ª Delegacia de
Polícia, no centro do município.
• De
acordo com o delegado Márcio Esteves, o dinheiro estava no carro de um policial
militar afastado, que participava de um churrasco com correligionários de um
dos candidatos Washington Reis, do PMDB. Dentro do carro, havia também material
de campanha do candidato, acrescentou Esteves
• Segundo
a juíza eleitoral Natasha Tostes de Oliveira, responsável pela coordenação da
fiscalização em Duque de Caxias, que divulgou a informação, é grande o número
de irregularidades constatadas no município. Natasha disse que ficou surpresa
com o número de casos, principalmente boca de urna, distribuição irregular de
material de campanha e apreensão de dinheiro.
• “Está
mais complicado do que prevíamos. Tivemos uma reunião com os candidatos, quando
foi repassado o que poderia ser feito. Mas o pleito está muito acirrado na
cidade", ressaltou a juíza.
• Mais
cedo, o comitê eleitoral de Washington Reis chegou a ser fechado, por causa da
apreensão de 15 mil kits de lanches encontrados no local, que seriam repassados
a cabos eleitorais responsáveis por boca de urna, informou a Justiça Eleitoral.
Os lanches foram doados a uma instituição de caridade.
• A
Justiça Eleitoral em Duque de Caxias prendeu a vereadora Margarete da Conceição
de Souza Gardoso (PSD), conhecida como Gaete. A juíza eleitoral Daniela Barbosa
deteve a parlamentar em flagrante, quando entrava em uma escola usada como
local de votação acompanhando três eleitores.
• De
acordo com a juíza, foram encontrados nos bolsos da vereadora a quantia de R$
1,5 mil em notas de pequeno valor, o que configuraria captação ilícita de
sufrágio, como é conhecida juridicamente a compra de votos, que é crime
inafiançável.
• O
advogado Francisco Pinolla, que defende Gaete, negou que sua cliente estivesse
fazendo compra de votos. Disse que as três pessoas que a acompanhavam eram
parentes e que a quantia encontrada com ela não era significante. A parlamentar
foi levada para a 59ª Delegacia de Polícia, para prestar declarações. (Agencia
Brasil)
• Alexandre
Cardoso, prefeito eleieto de Duque de Caxias pelo PSB, votou pela manha na
Escola Municipal Joaquim Salgueiro, em frente à Praça da Maçonaria, no bairro
25 de Agosto e ao lado da casa onde nasceu e foi criado (Rua Ana Nery). Para o
candidato, o segundo turno deixou muito a desejar, pois foi utilizado por seu
adversário para discutir questões pessoais e não nas discussões para a cidade.
• "Nessa
campanha não discutiram propostas e projetos. Foram só ataques. Queriam
discutir se eu acreditava em Deus. Isso é o retrato do desespero de quem está
perdendo nas pesquisas", afirmou o ex Secretário de Ciência e Tecnologia
do Governo Sérgio Cabras, mas cujo candidato era Washington Reis.
• O candidato peemedebista Washington Reis chegou à sua zona eleitoral às 9h35 desde domingo acompanhado do presidente regional de seu partido, Jorge Picciani. Ele votou no Colégio Estadual Santo Antônio, na Vila Santa Alice em Xerém, zona 128, seção 035. Antes de ir votar, o candidato foi à igreja Internacional da Graça de Deus no bairro de Santa Cruz da Serra.
• O candidato peemedebista Washington Reis chegou à sua zona eleitoral às 9h35 desde domingo acompanhado do presidente regional de seu partido, Jorge Picciani. Ele votou no Colégio Estadual Santo Antônio, na Vila Santa Alice em Xerém, zona 128, seção 035. Antes de ir votar, o candidato foi à igreja Internacional da Graça de Deus no bairro de Santa Cruz da Serra.
• Washington
Reis agradeceu mais uma vez a Deus e a população de Duque de Caxias pelo
carinho recebido durante os 112 dias de campanha. “Hoje é o dia de consagrar
esse trabalho. Eu estou confiante na vitória e que vamos reconstruir Duque de
Caxias. Hoje termina o abandono da nossa querida cidade. Hoje o cenário
nacional é muito favorável para construirmos uma cidade desenvolvida e
estruturada e é isso que vamos fazer”.
• O
vereador por São Gonçalo (RJ) Marcelo Amendoim (PDT) foi preso fazendo boca de
urna. Segundo informações do TRE-RJ, o político foi levado para a 74ª Delegacia
de Polícia, no bairro de Alcântara. Também foi preso um homem fazendo
transporte de eleitores em uma van.
• Os
dois presos vão responder por crimes previstos no Código Eleitoral e na Lei das
Eleições. Para transporte de eleitores, definido no Artigo 302 do Código Eleitoral,
a pena prevista é de reclusão de quatro a seis anos. A boca de urna, crime
tipificado no Artigo 39, Parágrafo 5º, Inciso 2º, da Lei das Eleições, é punida
com detenção de seis meses a um ano.
• Promotores
de Justiça do Ministério Público Eleitoral (MPE) apreenderam na noite de sábado
(27), em Volta Redonda, na região sul do estado, grande quantidade de materiais
de campanha dos dois candidatos à prefeitura da cidade no segundo turno,
Antônio Francisco Neto (PMDB) e Jorge de Oliveira, o Zoinho (PR).
• A
operação contou com o auxílio do Grupo de Apoio a Promotores (GAP), das
polícias Federal, Civil e Militar e de fiscais do Tribunal Regional Eleitoral
do Rio de Janeiro (TRE-RJ) e ocorreu nos comitês de campanha dos dois
candidatos, no bairro do Aterrado.
• Segundo
nota divulgada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a ação foi
possível após a Justiça Eleitoral expedir mandado de busca e apreensão
requerido pela 90ª Promotoria Eleitoral. Foram recolhidos milhares de santinhos
e panfletos que seriam lançados durante a madrugada em logradouros próximos aos
locais de votação.
• Ainda
segundo o MPE, os mandados começaram a ser cumpridos às 22h de sábado e não
houve resistência nos comitês. O material apreendido está acautelado no
cartório eleitoral de Volta Redonda, e na manhã deste domingo as promotoras Ana
Carolina e Flávia Marcondes percorreram várias ruas da cidade, constatando o
êxito da operação.
• Sob
sol forte e com policiamento reforçado, os eleitores de Petrópolis, na região
serrana do estado, não enfrentam problemas para votar hoje (28). Segundo o
Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), duas pessoas foram
detidas na cidade porque estavam fazendo boca de urna. No primeiro turno, mais
de 100 pessoas foram flagradas fazendo boca de urna.
• No fim
da manhã deste domingo (28), policiais militares retiraram diversas propagandas
irregulares de veículos no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. De
acordo com o juiz da 82ª eleitoral, João Batista Damasceno, no dia da eleição,
os veículos não podem circular com adesivos, fotos nem números dos candidatos.
• "A
propaganda teve seu encerramento às 22h de ontem [sábado]. Hoje, isso não é
mais permitido. Estamos indo em algumas ruas do município para poder retirar
esses adesivos. Algumas pessoas até usam da artimanha de colocar o carro
estacionado em frente à porta de casa com os adesivos. Eles devem colocar os
veículos dentro da garagem", explicou o juiz.
• O prefeito
eleito de Belford Roxo, Dennis Dauttmam, do PCdoB, que obtee 61,46% dos votos
válidos e que fora o mais votado no primeiro turno, votou por volta das 9h30 na
100ª Seção da 154ª Zona Eleitoral, em uma escola infantil no centro da cidade,
localizada na Baixada Fluminense.
• A burla à legislação
sobre o teto de remuneração no serviço publico vem sendo uma constante. Por
isso, o
Ministério Público Federal (MPF) apoiou a suspensão dos
salários dos Ministros-Marajá. Para o MPF, a atuação dos ministros nos
conselhos consultivos das estatais é um artifício usado com a finalidade de
proporcionar remuneração acima do teto constitucional para o alto escalão do
governo.
• O parecer do MPF afirma
ainda que “não são necessárias maiores digressões para concluir pela
imoralidade da utilização do pagamento de jetons para burlar a norma
constitucional”.
• A decisão do juiz
atendeu a uma ação civil pública, movida em maio, pelo procurador federal
Marcelo Zeni.
• No Governo Lula, a
Ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff era, tambem, presidente do Conselho
de Administração da Petrobrás, subordinada àquele ministério. No atual Governo,
o Ministro Guido Mantega, da Fazenda, “herdou” a cadeira.
• O número excessivo de
presos em situação provisória, ou seja, sem que estejam definitivamente
condenados pelo trânsito em julgado do processo, comprova que prevalece no país
uma “lógica do encarceramento”, segundo a opinião de especialistas reunidos no
seminário Prisão Provisória e Seletividade, que está sendo realizado sexta-feira
(26) na sede do Conselho da Justiça Federal, em Brasília.
• De acordo com o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), organizador do evento junto com o
Ministério da Justiça e a Rede Justiça Criminal, quatro de cada dez presos são
mantidos encarcerados no Brasil sem julgamento definitivo, equivalentes a 40%
da população carcerária brasileira, que é aproximadamente 500 mil detentos.
• Os dados apresentados
durante o seminário apontam que muitos dos crimes praticados por encarcerados
em prisão cautelar não oferecem grave ameaça à sociedade, a exemplo de pequenos
furtos, depredação de patrimônio e brigas, entre outros.
• Participaram do
evento, cujo objetivo foi debater alternativas para o uso abusivo da prisão
provisória no país, magistrados, advogados, policiais e representantes de
organizações da sociedade civil, do Judiciário, do Congresso Nacional e do
governo federal.
• “Há no Brasil, um
excessivo número de presos provisórios. É preciso oferecer instrumentos
diversos à prisão para aqueles casos em que ela não é necessária”, observou o
coordenador da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça,
Luiz Antônio Bressane.
• Desde julho de 2011,
com a Lei 12.403/11, os juízes têm novas opções, chamadas medidas cautelares,
além da prisão preventiva, para afastar ameaças à condução do processo
criminal. A lei determina também que a prisão provisória só deva ser realizada
em caráter excepcional.
• Entre as medidas
alternativas oferecidas pela lei estão a prisão domiciliar, o monitoramento
eletrônico e a proibição de viajar. Contudo, estes instrumentos não vêm sendo
utilizados pela maioria dos magistrados
• Na avaliação do
secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flávio Caetano, é
preciso construir um pacto interinstitucional pela melhoria do sistema
carcerário brasileiro. “A situação é realmente muito ruim. Precisamos, em
conjunto, buscar condições de aplicar a nova lei e avaliar se ela tem
contribuído para reduzir a banalização do uso da prisão provisória no país”.
• Para Flávio Caetano,
muitas vezes os juízes não aplicam as medidas cautelares porque não se sentem
seguros com a sua efetividade, devido à ausência de estrutura necessária para
aplicar as medidas. “Nosso desafio é construir uma rede de apoio para
fiscalizar a aplicação das medidas”, destaca.
• A deputada federal
Érika Kokay (PT-DF) disse na abertura do seminário que existe um recorte
definido para a população carcerária no Brasil, fenômeno que chamou de “prisão
seletiva”, e que afeta a população de baixa renda, jovem e de origem negra. “O
encarceramento indevido, situação da maior parte dos presos provisórios,
desumaniza”, argumentou.
• A opinião é
compartilhada pelo assessor jurídico da Pastoral Carcerária, José de Jesus
Filho. Ele argumenta que a prisão provisória vem substituindo, para essa
população, o lugar das políticas sociais, como saúde e educação, que
permitiriam a ressocialização: “a prisão provisória acaba se convertendo numa
espécie de porta giratória: eles vão e voltam”.
• No Brasil, segundo o
Ministério da Justiça, 273.040 mil presos não completaram o ensino fundamental,
o que corresponde a mais da metade da população carcerária brasileira (63,5%).
Desses, 25.319 sequer são alfabetizados.
• José de Jesus defende
que o Estado invista mais em políticas preventivas, principalmente no que diz
respeito aos dependentes de drogas, como o crack. “A resposta que estamos dando
aos problemas relacionados com a vulnerabilidade dessas pessoas é a prisão. Não
dá para nós mantermos um sistema de aprisionamento em massa. É inviável”,
constata.
• A Rede Justiça
Criminal, uma das organizadoras do evento, é integrada pelas seguintes
entidades da sociedade civil: Instituto Sou da Paz; Pastoral Carcerária;
Associação pela Reforma Prisional; Instituto de Defesa do Direito de Defesa;
Instituto Terra, Trabalho e Cidadania; Justiça Global; Núcleo de Estudos da
Violência da Universidade de São Paulo (USP); Conectas Direitos Humanos, e
Instituto de Defensores de Direitos Humanos.
• Passou
de 100 o número de presos por crime eleitoral no estado do Rio. De acordo com o
presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), Luiz
Zveiter, o maior número foi registrado em São Gonçalo – segundo maior colégio eleitoral
do estado, com 47 presos. Entre eles estão o vereador do PDT Marcelo Amendoim,
flagrado transportando eleitores do candidato a prefeito Adolpho Konder (PDT).
• Além
disso, segundo o presidente do TRE-RJ, o 3º sargento da Polícia Militar
Hércules Constâncio foi preso pela juíza Daniela Barbosa com R$ 10.450 e
material de propaganda do candidato a prefeito pelo PMDB, Washington Reis.
• “Ele foi pego com duas listas de pagamentos:
uma de anistia de gatonet [serviço ilegal de TV a cabo] e outra de compra de
voto. Ele é réu da Operação Duas Caras que investiga milicianos”, disse o
presidente do TRE-RJ que informou também que a prisão foi feita após denúncia
anônima.
• Ele
foi enviado para a 59ª Delegacia de Polícia, em Caxias, e pode responder por
crime de compra de votos. Em São Gonçalo, 47 pessoas foram presas; em Duque de
Caxias, 25; Niterói, 19; Belford Roxo, quatro; Nova Iguaçu, oito e em
Petrópolis, duas.
• No
total, 36 urnas precisaram ser substituídas no estado neste segundo turno – 12
equipamentos em Duque de Caxias, quatro em Belford Roxo, sete em São Gonçalo,
quatro em Nova Iguaçu, duas em Volta Redonda e uma em Niterói. Em nenhuma seção
eleitoral foi preciso adotar a votação manual.
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