SEU VOTO FOI PARAR
NO LIXO!
Nunca a Baixada Fluminense teve uma safra de políticos
tão alheios aos compromissos formalizados numa campanha eleitoral como na
legislatura encerrada laconicamente nesta segunda-feira (31). Simplesmente, a
classe política da região jogou no lixo milhões de votos que recebeu nas eleições municipais de 2008. A crise
sanitária que tomou conta dos municípios da região, com destaque para os casos
de Duque de Caxias, Belford Roso e Nova Iguaçu, precisam ser entendidos pelo
cidadão que os políticos eleitos há quatro anos simplesmente se divorciaram da
condição de agentes públicos para se transformarem em “croupiers” de uma casa de
tolerância em que todos os crimes são tolerados r incentivados, desde que
garantam o lucro do dono do negócio escuso.
Sem levarmos em conta possíveis irregularidades na
contratação das empresas para varrição de ruas e coleta de lixo domiciliar, o
que se viu foi o descumprimento dos contratos sem que as ditas autoridades
responsáveis tomassem qualquer providência, quer no sentido de punir os
inadimplentes, quer na imediata rescisão dos contratos, com a declaração formal
da inidoneidade das prestadoras de serviço Locanty (Duque de Caxias e Belford
Roso) e Delta (Nova Iguaçu), que foram destaques nas páginas policiais dos
maiores veículos do País, que, como pena
complementar, seriam impedidas de firmar contratos com órgãos públicos de todo
o país.
A impunidade chegou ao ponto do Secretário do Meio
Ambiente de Duque de Caxias vir a público acusar o prefeito do Rio, Eduardo Paes, de responsável pelos monturos de
lixo que tomaram ruas e praças do município simplesmente por ter fechado, sem
aviso prévio, o lixão do Jardim Gramacho, uma excrescência que reunia toneladas
de lixo da Região Metropolitana, empilhados á beira do espelho d’água da Baia
de Guanabara há mais de 35 anos, o que poderíamos chamar de lixo da Ditadura
implantada em 1964.
Em setembro de 2011, o prefeito Zito, de Duque de Caxias,
chamou ao seu gabinete os donos da Locanty e deu um prazo peremptório até o dia
1º de outubro para que a empresa regularizasse a coleta e disposição final do
lixo. Um ano depois, nada fora feito e a Locanty continuou a faturar R$ 234 mil
reais por dia para levar o lixo de um lado para o outro da cidade, contando com
a complacência da administração municipal. Nem a multa aplicada ao município no
valor de R$ 1,85 milhão – que será paga pelo contribuinte – foi motivo para que
governo e a prestadora de serviços regularizassem a coleta de lixo. A pena
posterior, aplicada pela Justiça, de R$ 50 mil diários para o prefeito e de R$
234 mil para a Locanty assustou os responsáveis pelo caos na cidade. Afinal,
caberia ao Ministério Público, autor da ação de improbidade que resultou nas
multas diárias aplicadas ao prefeito e à
Locanty, fiscalizar o devido cumprimento da ordem judicial. Ocorre que, em fim
de ano, a Justiça entra em recesso e MP segue junto. Assim, só na volta do
recesso do judiciário o MP irá verificar se o ex-prefeito Zito e a Locanty
cumpriram a determinação judicial e limparam a cidade.
Para o cidadão comum, que paga impostos e tem o direito
de receber, em troca, serviços de qualidade tanto na limpeza pública, como no
saneamento, no abastecimento de água e energia elétrica, fica a sensação de que
ele não passa de um palhaço nesse enorme circo chamado Brasil.
CAXIAS LIVRE DO LIXO
SOMENTE EM MARÇO
Em seu primeiro dia de trabalho, o novo prefeito de Duque
de Caxias, Alexandre Cardoso, afirmou à Agência Brasil nesta quarta-feira (2)
que a coleta de lixo na cidade da Baixada Fluminense, suspensa há cerca de 2
meses, será normalizada em até 60 dias.
Empossado na véspera(1º), ele disse que foram
contratadas, de forma emergencial, duas empresas que farão o serviço. O
contrato é de três meses, renovável por mais três. Nesse período deverá ser
feita uma licitação para contratar as empresas que ficarão responsáveis pelo
trabalho.
Entre os dias 28 e 31 de dezembro, o então prefeito
eleito organizou um mutirão para recolher o lixo das ruas, trabalho que retirou
10 mil toneladas de resíduos, das 50 mil acumuladas. Cardoso informa que as
empresas contratadas estão fazendo o trabalho nas ruas e o mutirão vai ser
estendido por mais cinco dias.
Alexandre Cardoso disse que a situação encontrada na
prefeitura é crítica, com o prédio sem internet nem telefone, a segunda parcela
do décimo terceiro salário dos funcionários sem ser paga e o caixa zerado.
Cardoso falou também que a situação da saúde está precária, com poucos
funcionários, e o município tem 42 escolas interditadas.
“Saúde, educação, lixo, é tudo emergência, porque a
cidade ficou 'literalmente' parada. A prefeitura foi abandonada. Na saúde,
vamos contratar médicos emergencialmente, na educação vamos fazer um mutirão de
recuperação das escolas”.
Como primeiras medidas, o prefeito anunciou o pagamento
do décimo terceiro salário dos funcionários e dos salários dos trabalhadores
das empresas que prestavam serviço à prefeitura. Haverá contratação de
profissionais para a área de saúde, operação tapa-buraco e corte de 30% dos
cargos comissionados.(EBC)
DIVIDA DO HOSPITAL DE NOVA
IGUÇAU PASSA DOS R$ 200 MI
O novo prefeito de
Nova Iguaçu – um dos maiores municípios da Baixada Fluminense –, Nelson
Bornier, disse nesta quarta (2) que o Hospital da Posse, o principal da cidade,
tem uma dívida de cerca de R$ 200 milhões. Por causa disso, prestadores de serviço
estão há meses sem receber, o que tem prejudicado a qualidade de atendimento na
unidade.
“Faltou gestão para dizer ao Ministério da Saúde que os
recursos transferidos da União para o município não são suficientes.
Consequentemente houve um acúmulo de dívidas que já estimamos em cerca de R$
200 milhões”, disse. Segundo o prefeito, a lavanderia não é paga há nove meses,
a empresa de alimentação, há dez, e a empresa de segurança, há um ano. Bornier
disse que pretende repactuar com o Ministério de Saúde os valores recebidos.
O prefeito assumiu o cargo ontem (1º) e determinou o
fechamento da prefeitura para uma auditoria e também por não haver condições de
trabalhar no prédio, que teve todos os telefones cortados por falta de
pagamento. “Os telefones estão todos cortados, inclusive o do gabinete do
prefeito. [A prefeitura de] Nova Iguaçu está com o nome no Serasa e no Serviço
de Proteção ao Crédito (SPC). Estamos sem crédito sequer para comprar um
algodão a prazo.”
De acordo com o prefeito, a falta de pagamento do aluguel
de imóveis – um deles desde janeiro de 2005 – levou a uma ação de despejo do
prédio onde funciona o principal posto de saúde do município: “Isso é o fim”,
desabafou.
Nova Iguaçu tem a quarta maior população do estado, com
795 mil habitantes, e ocupa a 45ª posição no ranking do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), entre os 92 municípios fluminenses.
CAIXA PUNE CONSTRUTORA ACUSADA
DE EXPLORAR TRABALHO ESCRAVO
A Caixa Econômica Federal suspendeu a concessão de novos
financiamentos à MRV Engenharia. A decisão foi tomada depois que o Ministério
do Trabalho e Emprego incluiu a construtora na lista de empregadores que mantêm
relação trabalhista em condições análogas à escravidão.
A Caixa informou que os contratos já firmados serão
mantidos. “Os empreendimentos já contratados terão seu curso normal, tanto no
que diz respeito à liberação das parcelas, quanto ao financiamento para os
adquirentes das unidades habitacionais”, diz nota da instituição.
O Banco do Brasil (BB) também se pronunciou nesta quarta
(2), em nota, sobre o assunto, mas não confirmou oficialmente se suspendeu
novos contratos de financiamento com a construtora. O banco alegou que as
relações da instituição com os clientes são protegidas pelo sigilo bancário e
comercial. Mas a instituição informou que cumpre rigorosamente o estabelecido
na Portaria Interministerial n° 2, de 12 de maio de 2011, que trata da inclusão
de empresas infratoras no cadastro. O BB acrescentou que também é signatário do
Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil.
Em comunicado ao mercado, a MRV disse que a inclusão no
cadastro do ministério decorre de fiscalização feita em 2011, em que foram
identificadas supostas irregularidades promovidas por uma empresa terceirizada.
De acordo com a construtora, a empresa terceirizada não trabalha mais para a
companhia desde 2011.
A MRV acrescentou que está tomando todas as medidas e
ações para retirar o nome do cadastro e prestar os esclarecimentos necessários
aos órgãos competentes e ao mercado.
A inclusão no cadastro do ministério é resultado de
operação de fiscalização em obra do Edifício Cosmopolitan, em Curitiba, em
2011. Não foi a primeira vez que a construtora entra na lista. No ano passado,
também houve inclusão, mas uma liminar garantiu a retirada do registro. A MRV é
uma das principais parceiras da Caixa no Programa Minha Casa, Minha Vida.
RÁPIDAS
• A equipe que vai
ajudar o novo governo a reconstruir Duque de Caxias tomou posse na Praça
Roberto Silveira, durante um culto ecumênico, já que o prefeito Alexandre
Cardoso não viu motivos para comemorar os 69 anos de emancipação do Município
(31/12).
• Como o blog já
antecipara, o secretário de Administração será o professor Sidney Guerra, a de Assistência Social: Cláudia Peixoto: Comunicação,
Relações Institucionais, Cerimonial: Tatyane Lima: Defesa Civil: Tenente-coronel BM
Marcello da Silva Costa; Desenvolvimento
Econômico: Pedro Paulo Novellino do Rosário; Educação: Marluce Gomes da Silva; Esporte e Lazer: Gilberto Silva; Governo: Luiz Fernando Couto;
• Para o Meio Ambiente foi confirmada a professora Laurecy
Fátima Silva de Jesus; de Planejamento,
Urbanismo e Habitação: Luiz Edmundo Costa Leite; Procuradoria: André Luís Mançano Marques; Saúde: Camilo Lelis Junqueira; Segurança: Coronel PM Mário Sérgio Duarte; Serviços Públicos: Tarce Filho; Trabalho e Renda: Ezequiel Domingues Lourenço (Quiel do Canarinho
• Não houve surpresa na
eleição para a Mesa da Câmara de Duque de Caxias para o biênio 2012/2013. O
vereador Eduardo Moreira, do PT (foto), o mais votado das últimas eleições (5.911 votos), foi eleito presidente, tendo como1º Vice-presidente Juliana
Fant Alves, 2º Vice-presidente Marcus Vinicius de Moraes Guimarães
1º Secretário Sérgio Alberto Corrêa da Rocha e, como 2º
Secretário, Ademir Martins da Silva
• Para a direção geral
do Legislativo, foi nomeado o servidor de carreira da Câmara Laurecy Villar.No
início de 2009, ele foi nomeado para o mesmo cargo, onde ficou cerca de 30
dias, afastando-se do cargo em virtude de um desentendimento por questões
funcionais com o presidente da Câmara à
época, o vereador Mazinho.
• Nem todos os 5.564
municípios brasileiros verão os prefeitos eleitos em 2012 tomarem posse neste
1º de janeiro. Em 59 cidades, os candidatos que tiveram mais de 50% dos votos
concorreram com os registros de candidatura indeferidos e isso levará à
realização de novas eleições. Nestes casos, os presidentes das câmaras de
vereadores irão assumir as prefeituras até que o novo pleito aconteça.
• Em sete municípios as
novas eleições já estão marcadas. É o caso de Guarapari (ES), onde a Justiça
Eleitoral já convocou a nova votação para o dia 3 de fevereiro. Em Campo Erê
(SC), Criciúma (SC), Tangará (SC), Balneário Rincão (SC), Bonito (MS) e Camamu
(BA), os pleitos estão marcados para o dia 3 de março.
• O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) não conseguiu encerrar o ano do Judiciário, no último dia 19,
tendo julgado todos os processos relativos às eleições municipais de 2012.
Apesar disso, a presidenta do tribunal, ministra Cármen Lúcia, anunciou que 90%
dos 7.781 recursos sobre registros de candidaturas foram julgados e tiveram
alguma decisão. Com isso, cerca de 780 recursos ainda ficaram pendentes de
decisão e os casos devem ser resolvidos em 2013.
• Ao todo, os processos
referentes às últimas eleições municipais somaram 9.189 casos. Entre esses e
outros casos, o tribunal julgou um total de 14.048 processos em 2012. Segundo o
TSE, a quantidade de processos distribuídos em 2012 foi 30% maior do que a das
eleições municipais de 2008. Naquele ano, a corte recebeu 6.026 processos sobre
registros de candidatura, sendo que 96% haviam sido julgados até o encerramento
do ano.
• As últimas eleições
foram as primeiras com plena aplicação da Lei da Ficha Limpa. Aprovada em 2010,
a norma endureceu as regras para que um político possa se candidatar. O
percentual de julgamento de recursos da Lei da Ficha Limpa é ligeiramente menor
que a média geral: dos 3.366 recursos recebidos pelo TSE, 2.971 foram julgados,
cerca de 88%.
• As sessões de
julgamento do plenário do TSE serão retomadas em 1º de fevereiro, mas o
tribunal funciona em esquema de plantão até o dia 6 de janeiro com a presença
da presidenta Cármen Lúcia. No entanto, ainda não é possível saber se os
processos pendentes sobre as últimas eleições poderão ter decisões monocráticas
da ministra, ou se deverão aguardar pelo retorno das atividades plenárias.
• Cada vez mais próxima
de superar a barreira de R$ 2 trilhões, a Dívida Pública Federal (DPF) contou
com impulso do governo em 2012. Uma série de injeções de recursos em bancos
oficiais com títulos do Tesouro Nacional elevou o endividamento do governo em
R$ 61,8 bilhões neste ano. No entanto, medidas definidas pelo governo melhoraram
o perfil da dívida e reduziram o risco de administrá-la.
• Em fevereiro, o
Tesouro Nacional determinou que os fundos extramercado, formados por recursos
de algumas estatais e pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e pelo Fundo de Defesa da
Economia Cafeeira (Funcafé), trocassem R$ 61,2 bilhões em títulos corrigidos
pela Selic (taxa básica de juros) por papéis prefixados e vinculados à
inflação. Em abril, foi a vez de o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
repetir a operação e substituir mais R$ 44 bilhões em títulos indexados à Selic
que estavam em seu poder.
• Essas operações
reduziram o risco da dívida pública, porque os títulos vinculados à Selic
pressionam o endividamento do governo quando os juros sobem. Caso o Banco
Central reajuste os juros básicos, a parte da DPF corrigida pela Selic aumenta
imediatamente. Dessa forma, o governo prefere os papéis prefixados, que têm as
taxas definidas no momento da emissão, ou os títulos corrigidos pela inflação,
que refletem o crescimento da economia.
• Apesar dessas ações
que tornaram mais fácil conter a expansão do endividamento do governo, a Dívida
Pública Federal enfrenta a ameaça de superar a barreira de R$ 2 trilhões. O
número final de 2012 só será divulgado pelo Tesouro Nacional no fim de janeiro,
mas a DPF encerrou novembro em R$ 1,965 trilhão. Não fossem as ajudas aos
bancos oficiais, a dívida estaria em R$ 1,904 trilhão.
• Apesar dos receios
com o ritmo de crescimento da dívida pública, especialistas ouvidos pela
Agência Brasil disseram que a situação está longe de ser preocupante. Isso
porque, quando se leva em conta não apenas a dívida bruta (o que o governo
efetivamente deve), mas a dívida líquida (que registra o que o governo tem a receber),
a relação fica estável.
• “O que interessa no
endividamento do governo é a relação da dívida líquida com o PIB [Produto
Interno Bruto, a soma de bens e serviços produzidos no país], que indica a
capacidade de pagamento do país. A dívida líquida está sob controle e não será
problema no ano que vem”, diz o economista-chefe da Corretora Convenção,
Fernando Montero. Para ele, o Brasil tem uma dinâmica “salutar” nessa área,
principalmente se comparado aos países desenvolvidos, que enfrentam problemas com
a explosão da dívida pública.
• Mesmo com as emissões
para os bancos oficiais, a dívida líquida do setor público caiu de 36,4% do
PIB, no fim de 2011, para 35% em novembro, segundo dados divulgados pelo Banco
Central na última sexta-feira (28).
• Professor de economia
da Fundação Getulio Vargas (FGV), Robson Gonçalves concorda que a dívida
pública não representa fonte de preocupação. “A dívida líquida está
estabilizada, e o endividamento bruto aumentou com as injeções de recursos nos
bancos oficiais, mas continua baixo em relação aos parâmetros internacionais”,
diz.
• A dívida bruta do
setor público saltou de 54,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em dezembro de
2011 para 59,7% do PIB em novembro, segundo os números mais recentes do Banco
Central. Na maioria dos países avançados, a dívida bruta está próxima de 100%
do PIB, superando esse percentual na Grécia (160%), na Itália (120%) e na
Irlanda (106%). No Japão, a dívida bruta supera 200% do PIB.
• Por meio da dívida
pública, o Tesouro Nacional emite títulos e pega dinheiro emprestado dos
investidores para honrar compromissos. Em troca, o governo compromete-se a
devolver os recursos com alguma correção, que pode seguir a taxa Selic, a
inflação, o câmbio ou ser prefixada (definida com antecedência
• O preço do bilhete
unitário dos trens da Supervia passou de
R$ 2,90 para R$ 3,10 a partir desta quarta-feira (2). O reajuste foi aprovado
em dezembro passado pela Agetransp, agência reguladora do Rio de Janeiro.
• Na mesma ocasião, o
Conselho Diretor da Agetransp multou a SuperVia em cerca de R$ 36 mil devido a
incidente ocorrido em 19 de novembro de 2011. Na ocasião, devido a um problema
mecânico uma composição da concessionária não pode seguir viagem e os
passageiros tiveram que desembarcar na linha férrea na parte superior da
estação Coelho da Rocha.
• No último boletim
Focus do ano, o Banco Central indica que analistas e investidores do mercado
financeiro estimam o crescimento da economia abaixo de 1% e a inflação medida
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5,71% em 2012. De acordo
com o documento, a nova expectativa é um crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) de apenas 0,98%, inferior à projeção de 1% divulgada anteriormente. Já a
estimativa de inflação, que no boletim anterior estava em 5,69%, passou para
5,71%.
• Nas contas externas,
a previsão de déficit em conta-corrente melhorou de US$ 54 bilhões para US$
53,56 bilhões, com a balança comercial em US$ 19,3 bilhões e os investimentos
estrangeiros diretos em US$ 60 bilhões. A projeção para a dívida líquida do
setor público foi mantida em 35,01% do PIB em 2012.
• Para 2013, a
estimativa para o crescimento da economia não foi alterada e ficou em 3,3%. A
expectativa para a inflação medida pelo IPCA também foi mantida, em 5,47%, mas
a projeção para o câmbio foi elevada de R$ 2,08 para R$ 2,09. A taxa básica de
juros (Selic) foi mantida em 7,25% ao ano.
• O déficit em
conta-corrente foi projetado em US$ 63 bilhões no próximo ano. Já a dívida
líquida do setor público foi mantida em R$ 34 bilhões.
• “Vocês nunca mais vão
ouvir falar de uma ação tão longa, de um julgamento tão complexo.” Foram com
essas palavras que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Joaquim Barbosa, encerrou o julgamento da Ação Penal 470, o processo do
mensalão, após mais de quatro meses de trabalho.
• Responsável por
conduzir o caso na condição de relator, Barbosa admitiu que o mensalão trouxe
“traumas” e que chegou a ter dúvidas sobre a conclusão do julgamento.
• Além do grande
impacto político, a complexidade da Ação Penal 470 vem da própria estrutura do
processo. Originalmente com 40 réus, a ação produziu mais de 50 mil páginas e
demandou a oitiva de 600 testemunhas. O julgamento durou 53 sessões e consumiu
204 horas de funcionamento do plenário, monopolizando o trabalho do STF no
segundo semestre – em geral, a Corte leva até quatro sessões para julgar casos
mais complexos.
• A denúncia
apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2006 apontava
indícios de funcionamento de esquema de pagamento de propina a políticos e
desvio de dinheiro público entre 2003 e 2004. Depois de anos de apuração, o
procurador-geral, Roberto Gurgel, concluiu que o mensalão foi “o mais atrevido
e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no
Brasil".
• Os crimes descritos
pelo Ministério Público foram corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, gestão
fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e formação de
quadrilha. Entre os denunciados estavam políticos ligados ao governo,
parlamentares, assessores, donos e funcionários de empresas da área financeira,
publicitária e de corretagem e um funcionário público.
• Dos 40 réus iniciais,
três não chegaram a ser julgados pelo STF. Ex-secretário-geral do PT, Silvio
Pereira fez um acordo com o Ministério Público e prestou serviços comunitários;
José Janene, ex-líder do PP na Câmara dos Deputados, morreu em 2010; e o
empresário Carlos Alberto Quaglia, dono da corretora Natimar, será julgado pela
Justiça comum devido a um erro processual no STF.
• O julgamento do
mensalão começou no dia 2 de agosto, depois de quase sete anos de tramitação na
Suprema Corte, com a solução de questões preliminares e a apresentação das
teses de acusação e de defesa. A fase de condenações e absolvições começou em
16 de agosto e terminou apenas em outubro. Dos 37 réus, 25 foram condenados e
12 absolvidos.
• A etapa da fixação
das penas começou no dia 23 de outubro e só acabou no início de dezembro. A
Corte decidiu que 11 réus devem cumprir a pena em regime inicialmente fechado,
11 em regime semiaberto, um em regime aberto e dois tiveram a pena substituída
por medidas restritivas de direito, como pagamento de multa e proibição de
exercício de função pública. Ao todo, as
condenações somaram 273 anos, três meses e quatro dias de prisão, e as multas
superaram R$ 20 milhões em valores ainda não atualizados.
• A partir de 5 de
dezembro, os ministros decidiram questões residuais, ajustando penas e
autorizando a perda de mandato de parlamentares. O julgamento terminou em 17 de dezembro, mas a ação penal continua
tramitando. É esperada para o início de 2013 a publicação do acórdão, documento
que sintetiza os principais acontecimentos do julgamento. Somente com o acórdão
as sentenças podem ser executadas ou recorridas pelos advogados, que já
prometeram acionar o STF para contestar as condenações e penas aplicadas
• O
ano de 2012
acabou e o que fazer com os recibos na hora de limpar as gavetas? Separá-los e organizá-los,
sejam de pagamento de impostos, sejam de quitação de outras dívidas, recomenda
o Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec). A
instituição destaca que, no caso de pagamentos de impostos, os recibos devem
ser guardados por cinco anos.
• Segundo Geraldo
Tardin, presidente do Ibedec, é comum no início do ano as pessoas descobrirem
que deixaram de pagar uma parcela de algum imposto. “Por isso, é importante
para o cidadão ter tudo organizado e separado. No caso de documentos fiscais, o
prazo é sempre cinco anos. Não se deve descartar nada”, recomenda.
• Devem ser guardados,
também por cinco anos, os comprovantes de despesas usados na Declaração do
Imposto de Renda, como os relativos a empréstimos bancários, a investimentos e
a aquisições de bens, como imóveis, informou Tardin. No caso de transações de
pessoa física com pessoa física, como recibo de aluguel, por exemplo, o prazo é
menor: três anos.
• Para as relações
protegidas pelo direito do consumidor, que são de pessoa física com pessoa
jurídica, os documentos devem ser guardados também por cinco anos. Caso a
compra seja parcelada, o presidente do Ibedec recomenda que os cinco anos sejam
contados a partir do pagamento da última parcela e, claro, arquivados todos os
recibos anteriores.
• Ter cuidado com os
comprovantes é importante, assim como ter os documentos organizados em pastas
separadas. Segundo Tardin, não adianta guardar os documentos em mesmo lugar,
porque pode ser difícil encontrá-los na hora em que mais precisar.
• No caso dos
trabalhadores, o Ibedec recomenda o armazenamento de papéis que comprovem sua
vida laboral, como os contracheques. “Isso porque quando chega a época da
aposentadoria, se faltar comprovar algum período trabalhado muito distante, a
pessoa poderá ter dificuldade. Infelizmente, existe sim a burocracia”, destaca
Geraldo Tardin.
• Os consumidores que
programam quitar as dívidas com débito em conta não devem descuidar de
verificar o extrato bancário no dia posterior à data do pagamento para ver se a
operação foi concretizada. Também devem ter cuidado com os cheques predatados,
pois os valores ao serem debitados, podem deixar o saldo inferior ao necessário
para pagar as dívidas programadas no banco.
• Um erro muito comum,
segundo Tardin, ocorre com o pagamento feito por meio do código de barras. O
consumidor acredita que está tudo certo, mas depois descobre que programou o
pagamento com erros. “Tem que ter a atenção redobrada para esses problemas e
evitar uma dor de cabeça futura. Nesses casos, a prova é única e exclusiva da
pessoa”, explica.
• O consumidor deve
também deve evitar atrasar o pagamento de faturas como as do cartão de crédito
porque o boleto não chegou no endereço indicado para correspondência até a data
do vencimento.
• “Muitas vezes, as
pessoas aguardam até a data do pagamento para ver se o boleto chega. É errado.
Se o boleto não chegou, ligue para a administradora do cartão ou entre no site
da companhia para pedir pelo menos o código de barras e efetuar o pagamento.
Senão, pagará juros e multas remuneratórias”, alerta.
• Os prestadores de
serviço são obrigados por lei a mandar a declaração de quitação de débitos em
maio de cada ano. Mas, segundo Tardin, muitas empresas resistem e não cumprem
essa obrigação. Para ele, no entanto, se não encaminham, “admitem uma confissão
velada de que o consumidor não está devendo nada”. Legislação federal
estabelece que a declaração de quitação anual substituirá os recibos e
comprovantes mensais emitidos ao longo do ano anterior.
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