ONDE TEM UPPS 30% DOS JOVENS
NÃO ESTUDAM NEM TRABALHAM
Cerca de 34% dos
jovens de 18 a 29 anos de idade que moram em comunidades pacificadas do Rio de
Janeiro, não trabalham nem estudam. O dado consta do estudo Somos os Jovens das
UPPs, divulgado hoje (27) pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Rio
de Janeiro). Na faixa de 15 a 18 anos, o percentual dos jovens que não estudam,
nem trabalham cai para 12%.
O levantamento foi
feito com 1.652 jovens de 15 a 29 anos de sete comunidades com unidades de
Polícia Pacificadora (UPPs) – Jacarezinho, Manguinhos, Mangueira,
Prazeres/Escondidinho, São Carlos, Vidigal e Coroa/Fallet/Fogueteiro. São áreas
nas quais a Firjan desenvolve o Programa Sesi Cidadania.
De acordo com a
Firjan, os números apontados no estudo mostram a necessidade de investimento em
educação nessas comunidades. Um dos dados revela que 46% dos jovens entre 15 e
17 anos ainda não chegaram ao ensino médio, e dos que têm 18 anos ou mais, 57%
não conseguem completar o ensino regular escolar.
Outros dados
apontados no estudo mostram a precocidade com que os jovens das comunidades
pesquisadas assumem responsabilidades de adultos: 17% dos que têm entre 15 e 29
anos tiveram filhos entre os 12 e os 17 anos, e 13% dos que estão na faixa de
15 a 17 anos já ajudam financeiramente suas famílias.
Segundo a Firjan,
um fator positivo apontado no diagnóstico é o grande avanço dos jovens de hoje
em relação à geração anterior. Enquanto 48% dos maiores de 21 anos pesquisados
no estudo têm pelo menos o ensino médio completo, entre seus pais e mães a
escolaridade é bem menor, de 14% e 16%, respectivamente. Com relação ao ensino
superior, apenas 3% dos pais chegaram à universidade, contra 12% de seus filhos
maiores de 21 anos.
O estudo aponta
ainda a importância dada à educação pelos jovens de hoje das comunidades
contempladas com UPPs, mesmo entre aqueles que não conseguiram chegar ao ensino
médio. Valorizado por 94% dos jovens, o fato de ter um diploma é considerado
por 20% deles o aspecto mais importante para o mercado de trabalho. (Paulo
Virgilio – Repórter da Agência Brasil)
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