SÍNDROME DE VIÚVA PORCINA
ABALA O FUTURO MINISTÉRIO
Pela
primeira vez na História do Brasil, o governo é obrigado a desconvidar
políticos que iriam ocupar cargos no segundo mandato de Dilma Rousseff, o que
está sendo interpretado como a Síndrome da Viúva Porcina, que entrou para a
história a televisão pelo inesquecível personagem vivido por Regina Duarte na
novela “Roque Santeiro”, de Dias Gomes, em que era uma viúva sem nunca ter se
casado com o personagem-título vivido
por José Wilker, embora se apresentasse como a “Viúva Porcina”.
É que um
dos ministeriáveis no futuro governo é o atual presidente da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), cujo mandato termina no próximo
dia 31 de janeiro. Ele não disputou a reeleição, preferindo disputar o cargo de
governador de seu estado natal, sendo derrotado por Robson Faria, do PSD. Pela
sua lealdade ao Governo petista, ele era considerado um forte candidato a um
dos 39 ministérios no segundo mandato de Dilma Rousseff, não fosse um acidente
de percurso no rastro da Operação Lava Jato, comandada pelo Juiz federal Sérgio
Moro.
De acordo
com o jornal O Estado de S. Paulo,
o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa listou, em delação premiada, oito
nomes do PMDB, envolvidos no esquema de fraudes na Petrobras, como o dos
presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves (RN) e Renan
Calheiros (AL), respectivamente. Paulo Roberto citou, ao todo, dez nomes do PP,
oito do PT, um do PSB e um do PSDB, sendo sete senadores e 11 deputados
federais.
A lista
do ex-diretor da Petrobras inclui também ex-governadores como Sérgio Cabral
(PMDB-RJ), sucedido por Luiz Eduardo Pezão (PMDB), que foi vice-governador nas
duas gestões de Cabral e eleito, em outubro último, para o Executivo
fluminense, de 2015 a 2018.
Presente
à cerimônia de lançamento da candidatura do deputado Eduardo Cunha, do PMDB, à
Presidência da Câmara, o governador Luiz Fernando Pezão disse que é preciso
"ter tranquilidade" com a divulgação dos nomes. "As pessoas
citam os nomes das outras (...) Procurei ler a matéria e ela não fala em
valores, quantias. Então, temos que tomar cuidado e dar o direito de as pessoas
se defenderem", avaliou.
"Estive
sete ano e quatro meses ao lado do Sérgio [Cabral], e em nenhum momento vi
pedido de indicação para a diretoria da Petrobras ou de presidência. Então, tem
que ter tranquilidade", completou.
O jornal O Estado de S. Paulo, que obteve os
nomes da delação premiada com exclusividade, também menciona, entre os envolvidos,
o governador reeleito do Acre, Tião Viana (PT), a ex-governadora do Maranhão,
Roseana Sarney (PMDB) e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), já
falecido.
Na
delação, Paulo Roberto Costa diz que pessoas recebiam repasses de cerca de R$ 1
milhão, com frequência, e que o dinheiro foi usado nas campanhas.
Além de
políticos do PMDB fluminense, também participaram do lançamento da campanha de
Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados a líder do PTB, Cristiane
Brasil; do PSC, Pastor Everaldo, e o senador Francisco Dornelles (PP), vice-governador
eleito do RJ.
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