segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

SÍNDROME DE VIÚVA PORCINA
ABALA O FUTURO MINISTÉRIO 
Pela primeira vez na História do Brasil, o governo é obrigado a desconvidar políticos que iriam ocupar cargos no segundo mandato de Dilma Rousseff, o que está sendo interpretado como a Síndrome da Viúva Porcina, que entrou para a história a televisão pelo inesquecível personagem vivido por Regina Duarte na novela “Roque Santeiro”, de Dias Gomes, em que era uma viúva sem nunca ter se casado com o personagem-título  vivido por José Wilker, embora se apresentasse como a “Viúva Porcina”.
É que um dos ministeriáveis no futuro governo é o atual presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), cujo mandato termina no próximo dia 31 de janeiro. Ele não disputou a reeleição, preferindo disputar o cargo de governador de seu estado natal, sendo derrotado por Robson Faria, do PSD. Pela sua lealdade ao Governo petista, ele era considerado um forte candidato a um dos 39 ministérios no segundo mandato de Dilma Rousseff, não fosse um acidente de percurso no rastro da Operação Lava Jato, comandada pelo Juiz federal Sérgio Moro.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa listou, em delação premiada, oito nomes do PMDB, envolvidos no esquema de fraudes na Petrobras, como o dos presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves (RN) e Renan Calheiros (AL), respectivamente. Paulo Roberto citou, ao todo, dez nomes do PP, oito do PT, um do PSB e um do PSDB, sendo sete senadores e 11 deputados federais.
A lista do ex-diretor da Petrobras inclui também ex-governadores como Sérgio Cabral (PMDB-RJ), sucedido por Luiz Eduardo Pezão (PMDB), que foi vice-governador nas duas gestões de Cabral e eleito, em outubro último, para o Executivo fluminense, de 2015 a 2018.
Presente à cerimônia de lançamento da candidatura do deputado Eduardo Cunha, do PMDB, à Presidência da Câmara, o governador Luiz Fernando Pezão disse que é preciso "ter tranquilidade" com a divulgação dos nomes. "As pessoas citam os nomes das outras (...) Procurei ler a matéria e ela não fala em valores, quantias. Então, temos que tomar cuidado e dar o direito de as pessoas se defenderem", avaliou.
"Estive sete ano e quatro meses ao lado do Sérgio [Cabral], e em nenhum momento vi pedido de indicação para a diretoria da Petrobras ou de presidência. Então, tem que ter tranquilidade", completou.
O jornal O Estado de S. Paulo, que obteve os nomes da delação premiada com exclusividade, também menciona, entre os envolvidos, o governador reeleito do Acre, Tião Viana (PT), a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), já falecido.
Na delação, Paulo Roberto Costa diz que pessoas recebiam repasses de cerca de R$ 1 milhão, com frequência, e que o dinheiro foi usado nas campanhas.
Além de políticos do PMDB fluminense, também participaram do lançamento da campanha de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados a líder do PTB, Cristiane Brasil; do PSC, Pastor Everaldo, e o senador Francisco Dornelles (PP), vice-governador eleito do RJ.

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