INVESTIGAÇÕES
DE CARTÉIS PELO
CADE
RENDERAM R$ 53 MILHÕES
Longe do
bombardeio de empreiteiras e empregados da Petrobrás investigados na Operação
Lava Jato, que tiram o sono de políticos e governantes, o Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade) homologou na semana passada seis acordos em
investigações de cartéis que renderão R$ 53 milhões ao Fundo de Direitos
Difusos (FDD). Projetos de recuperação de danos ao meio ambiente, aos
consumidores e a bens de uso histórico, turístico e artístico terão direito a
mais recursos em breve.
Pelos
termos firmados, as empresas acusadas admitiram a participação de condutas
suspeitas e comprometeram-se a cessar a prática e a colaborar com o Cade nas
investigações, num sistema semelhante à delação premiada. Os termos foram
negociados na Superintendência-Geral do Cade, responsável pelos processos
administrativos. Sem os acordos, os casos iriam a julgamento no tribunal do
órgão.
Os
maiores acordos foram firmados com empresas acusadas de cartel nos mercados de
tubos de imagens para televisão e monitores de computador. Dois termos
assinados com a Philips, a LP Displays International e mais duas empresas
coligadas e cinco pessoas físicas renderão R$ 24,3 milhões ao FDD. Em outros
dois acordos, a LG Eletronics comprometeu-se a pagar R$ 17 milhões.
Em outro
acordo, a Ceva Logistics, uma empresa coligada e uma pessoa física
desembolsarão R$ 9,7 milhões. As partes são investigadas por cartel na
prestação de serviços de agenciamento de frete internacional aéreo e marítimo
de cargas. Os carregamentos teriam o Brasil como origem e destino.
O último
acordo firmado foi com a Samsung e seis pessoas físicas suspeitas de cartel
internacional de memória dinâmica de acesso aleatório (memória RAM),
equipamento usado em computadores. As partes acusadas comprometeram-se a pagar
R$ 2 milhões para ficarem livres do processo.
Constituído
de recursos de decisões judiciais, multas e indenizações, o FDD é vinculado ao
Ministério da Justiça e administrado por um Conselho Federal Gestor com sete
representantes do governo e três da sociedade. O Conselho define que ações
recebem dinheiro do fundo. Tanto órgãos públicos, quanto o entidades civis
podem inscrever projetos.
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