NÃO TINHA REGISTRO NO CREA/ES
A Operação Lava Jato desnudou não só o sistema operacional
que desviava dinheiro dos cofres da Petrobras, com o tráfico de influência no
alto escalão da estatal, mas, o que é mais grave, a falência dos órgãos
fiscalizadores criados ao longo de décadas para monitorar o funcionamento de
empresas públicas e privadas, a começar pelos Conselhos de Administração e
Fiscal da Petrobras, mas também, e principalmente, as autarquias que devem
regular e fiscalizar a atuação de profissionais em diversos setores da
economia, com os contadores (Conselho Federal de Contabilidade) e os
engenheiros (Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.
No caso da Petrobrás, o Conselho de Administração – cuja
presidência passou de Dilma Rousseff (Governo Lula) para Guido Mantega (Governo
Dilma) – apesar de integrado por nomes que desempenham altas funções públicas, aprovou,
sem maiores cuidados, a compra da refinaria de Pasadena (EE.UU), sendo que, até
hoje, é aceita como incontestável a afirmação de Dilma de que o Conselho se
valeu de um informe falho, elaborado por Nestor Cerveró, que hoje está preso da
Superintendência da Polícia Federal no Paraná, por conta da delação premiada do
ex diretor Paulo Roberto Costa.
Quando a diretoria da Petrobras, ainda sob a presidência da
engenheira de petróleo Maria das Graças Foster, admitiu perdas de R$ 88 bilhões
pela superavaliação de ativos e desvios de dinheiro do Petrolão, era de se
esperar que o Conselho Fiscal da estatal, escolhido a dedo para vigiar as
contas da empresa, se manifestasse sobre o assunto, mas quedou mudo.
Enquanto testemunhas eram ouvidas em Curitiba sobre cerca
de 42 processos decorrentes da Operação Lava Jato, um navio de exploração
explode na costa do Espírito Santo, deixando 6 mortos e 3 empregados desaparecidos. Diante do acidente, o Crea capixaba se apressou
em revelar que a empresa norueguesa, que opera o navio sonda São Mateus, não
tem registro no órgão, isto é, a operação da embarcação é clandestina, apesar
do contrato ter sido firmado em 2009.
Não é por outa razão que tantos envolvidos no petrolão,
inclusive donos de empreiteiras, estão dispostos a fazer delação premiada,
alternativa à passaram alguns anos na Penitenciária da Papuda.
Daí se conclui que o petrolão é, na verdade, um rosário de
crimes, inclusive de prevaricação, praticados por quem foi encarregado por lei
de evitar desmandos de gestores, mesmo que sob o argumento especioso de falta
de experiência ou competência legal. Se um empresário entrega um veículo da
empresa nas mãos de um parente que não tenha habilitação para dirigi-lo, ele é
responsável direto em caso de atropelamento. E o que dizer de dirigentes de
órgãos como os Conselhos Federais de Contabilidade (finanças) e Engenharia
(qualificação técnica específica), quando se descobre não só o desvio de mais
de R$ 100 bilhões de uma empesa com registro em Bolsa de Valores de S. Paulo e
Nova York, mas também a contratação de uma empresa estrangeira sem registro no
Crea do Espírito Santo? E ainda há o caso de empregados da operadora do navio
sonda trazidos do exterior, sem o devido comprovante da autorização do
Ministério do Trabalho para contratá-los?
►PETROLÃO/1: TCU PODE INCRIMINAR DILMA
O ministro substituto André Luís de Carvalho, do Tribunal
de Contas da União (TCU), sugeriu quarta-feira (10) retomar a análise da
responsabilidade do Conselho de Administração da Petrobras na compra da
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
À época da compra da refinaria americana, o corpo de
conselheiros era presidido pela presidente Dilma Rousseff, cargo que acumulava
com o de Ministra de Minas e Energia, órgão encarregado de supervisionar as
empresas que atuam nos campos de energia elétrica, que pode causar apagão, e petróleo,
que pode resultar em novos petrolões.
►RACIONAMENTO CHEGARÁ TARDE
Ao comentar a crise hídrica que atinge o país, em
particular no estado de São Paulo, o diretor-presidente da Agência Nacional de
Águas (ANA), Vicente Andreu, disse na terça (10) que a restrição da oferta de
água no sistema Cantareira [racionamento] deveria ter começado “muito antes” e
que não basta controlar a água pela demanda mas pela oferta possível de ser
feita pelo sistema.
“Temos que gerenciar o risco de ficarmos sem essa água
[...] Se cinco [dias sem água] por dois [com água] conseguir fazer com que os
reservatórios sejam recuperados, é ótimo que seja adotado. Porém, como essa
decisão foi protelada ao longo de um ano, e não foi tomada, o receio que se tem
é que talvez o cinco por dois possa não dar a segurança necessária de que em
novembro de 2015 ainda tenhamos água no Sistema Cantareira”, disse Andreu ao
participar do programa Espaço Público,
da TV Brasil.
Segundo ele, a
Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) apresentou estudos
equivocados sobre a gravidade da crise no estado.
“Erraram porque a cultura de que a chuva viria, que não se
pode fazer uma gestão restritiva, que ela teria impacto sobre a opinião da
população [...] Se a gente não tiver coragem para tomar as medidas necessárias
neste processo, corremos o risco de não termos água em 2016”.
Para Andreu, é preciso haver mudanças de hábitos para
diminuir o volume de água que cada brasileiro consome, principalmente na Região
Sudeste, e evitar o desperdício. “Sempre se achou que a água era infinita no
Brasil e aí gerou todo tipo de desperdício, seja na agricultura, como no âmbito
das empresas de saneamento”, disse.
Ele também defendeu que o Brasil retome uma política de
construção de reservatórios. "Isso tem impactos sobre o meio ambiente?
Tem. Tem impacto sobre algumas comunidades? Tem. Mas temos que colocar do outro
lado os eventuais benefícios que uma política desse tipo tem, às vezes, até
para controlar enchentes", declarou.
►RECEITA
INVESTIGA CLIENTES DO HSBC
A Receita
Federal já investiga brasileiros com indícios de movimentação financeira no
Banco HSBC da Suíça. A lista foi divulgada pelo International Consortium of
Investigative Journalism (Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo)
e pode indicar fraude fiscal.
"São
6,6 mil contas bancárias abertas no banco no período de 1988 a 2006,
supostamente relacionadas a 4,8 mil cidadãos de nacionalidade brasileira, que
totalizariam saldo em 2006 e 2007 no valor de US$ 7 bilhões", destaca a
Receita.
O Fisco
informou ainda que, por meio de sua unidade de inteligência, teve acesso a
parte da lista contendo o nome de pessoas que teriam relacionamento financeiro
com a instituição financeira. “As análises preliminares de alguns contribuintes
já revelam hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações prestadas
ao Fisco Brasileiro, entre outros casos”, informa.
A Receita
Federal diz também que está aprofundando as pesquisas sobre o tema para obter
mais informações, inclusive mediante a cooperação internacional, para a correta
identificação do maior número possível de contribuintes relacionados e o
levantamento de possíveis valores não declarados. Caso tenha ocorrido, os
investidores são passíveis de autuação e de representação fiscal para fins
penais em razão da ocorrência de crime contra a ordem tributária.
“É
relevante notar que alguns desses contribuintes já haviam sido investigados
anteriormente pela Receita Federal, a partir de outros elementos constantes em
suas bases de dados”, diz o órgão.
A Receita
informa que articula com outras Instituições estratégias conjuntas para a
identificação e responsabilização desses contribuintes por eventuais crimes
contra o sistema financeiro, além da lavagem de dinheiro.
►BANCOS
DEVOLVEM DINHEIRO A SP
Embora o
ainda deputado federal (PP/SP) Paulo Maluf continue negando a existência de
contas bancárias em paraísos fiscais em seu nome, de parentes ou empresas
controladas por sua família, a prefeitura de São Paulo receberá US$ 10 milhões
do banco suíço UBS Zurique e US$ 15 milhões do Citibank, de Nova York, a título
de indenização, e ficam livres de ação judicial envolvendo o ex-prefeito da
capital Paulo Maluf, uma vez que os dois bancos foram usados nas movimentações
de recursos desviados naquela gestão (1993-1996).
Segundo o
promotor Silvio Marques, “trata-se de uma compensação pelo dano moral coletivo
sofrido pela população paulistana. Os dois bancos não reconheceram culpa, mas
foram extremamente corretos quando apresentamos as provas dos desvios
realizados por Paulo Maluf e outras pessoas, entre 1993 e 1998”.
A
prefeitura e o Ministério Público (MP) assinaram, na sexta-feira (13), termos
de ajustamento de conduta com os dois bancos. O acordo será homologado pelo
Conselho Superior do Ministério Público e pela Justiça de São Paulo, e a partir
do acordo, os bancos terão prazo de 30 dias para os depósitos.
A
administração municipal receberá 90% dos recursos. O restante ficará nos cofres
do estado, para cobrir gastos que o MP teve com a investigação, e também para o
Fundo Estadual de Interesses Difusos de São Paulo.
Fernando
Haddad, prefeito da capital paulista, disse em nota que “nossa política de
combate à corrupção teve mais uma vitória. Estamos conseguindo mais um acordo
com bancos que foram, inadvertidamente ou não, utilizados para a remessa de
recursos para o exterior”. Segundo ele, a prefeitura concorda em usar os
recursos para o Parque Augusta ou para creches, dependendo da viabilidade
jurídica do primeiro empreendimento.
Em
dezembro de 2014, a prefeitura recebeu do banco alemão Deutsche Bank o montante
de R$ 46,8 milhões, também como indenização por movimentação de dinheiro
desviado na gestão Maluf. O valor, segundo a prefeitura, será destinado à
construção de creches na capital paulista.
Além
disso, a prefeitura venceu uma ação na Ilha de Jersey contra Paulo Maluf, que
resultou em condenação no valor de cerca de US$ 33 milhões. Do total, já foram
depositados US$ 10 milhões, os outros US$ 23 milhões dependem apenas da
conversão em dinheiro das ações bloqueadas da empresa Eucatex (de propriedade
da família Maluf) na Ilha de Jersey, para que a prefeitura receba.
A
assessoria de imprensa de Maluf informou que o dinheiro movimentado não é do
ex-prefeito, e assegura que ele nunca teve conta no exterior.
►YOUSSEF ACUSA JOSÉ DIRCEU
O
advogado Antônio Figueiredo Basto, que representa o doleiro Alberto Youssef,
disse sexrta-feira (13) que há provas sobre a relação entre o ex-consultor da
Toyo Setal Júlio Camargo e o ex-ministro José Dirceu. Na quinta (12) a advogada
de Camargo e a assessoria de Dirceu repudiaram as acusações do doleiro, sem a
apresentação de provas.
Em
depoimento de delação premiada à força-tarefa de investigadores da Operação
Lava Jato, Youssef declarou que entregou dinheiro no escritório de Camargo em
São Paulo e que a quantia "servia para pagamentos da Camargo Corrêa e
Mitsui Toyo ao PT, sendo que as pessoas indicadas para efetivar os pagamentos à
época eram [o tesoureiro do PT] João Vaccari e [o ex-ministro] José Dirceu."
Para justificar
as acusações, o doleiro disse ter "convicção de que os valores eram
destinados ao PT e à Diretoria de Serviços da Petrobras, na pessoa de Renato
Duque.
De acordo
com Basto, as acusações de Youssef não se baseiam apenas em declarações.
"Isso é uma questão que tem que ser debatida nos autos, Eu tenho certeza
que meu cliente [Youssef] está falando a verdade. Nós temos provas disso aí.
Não é só a voz de meu cliente, há quebra de sigilos e outros indícios
documentais. Não é só falar. A colaboração de meu cliente foi homologada pelo
Supremo. Se não houvesse uma prova contundente isso não seria
homologado.", disse Basto.
O
advogado também não descartou uma acareação entre o doleiro e as pessoas
citadas nos depoimentos. "O confronto vai ter que existir, inclusive
pelo número de colaboradores que existem. Tenho certeza que vai chegar uma hora
que a gente vai ter que acarear todos esses caras para ver quem está falando a
verdade", sugeriu Basto.
Em nota à
imprensa, o ex-ministro José Dirceu repudiou as declarações de Yousseff de que
teria envolvimento com Julio Camargo ou com empresas investigadas pela Operação
Lava Jato. Ele negou ter representado o PT em negociações com Camargo ou
construtoras e disse que depois que deixou a chefia da Casa Civil, em 2005, sempre
viajou em aviões de carreira ou por empresas de táxi aéreo. A nota também
destaca a ausência de provas das acusações.
A
advogada Beatriz Catta Preta, que representa Júlio Camargo, também divulgou
nota na qual afirmou que as declarações de Youssef são "temerárias porque
absolutamente inverídicas". Segundo ela, todos os fatos que eram de
conhecimento de Camargo foram delatados aos investigadores e não há
pendendências.
Beatriz
também esclareceu o suposto uso do jatinho. Segundo ela, a TAM administrava o
afretamento do avião e recebia os valores dos deslocamentos.
"Já
quanto à ilusória e absurda conclusão de que o Sr. Julio Camargo tenha uma
relação 'muito boa' com o Sr. José Dirceu, apenas porque este teria viajado em
avião de sua propriedade, deve ser esclarecido que a aeronave em questão,
qualificada como taxi aéreo, era deixada sob a administração da TAM, a qual tem
o dever de cuidar da manutenção, hangarm e afretamento da mesma. Isso significa
que, ao haver interessados no afretamento da aeronave, a TAM apenas pergunta ao
proprietário se utilizará o avião naquele período ou não", disse a
advogada.
A defesa
de Renato Duque nega que ele tenha recebido valores indevidos durante o período
em que esteve na Diretoria de Serviços da Petrobras.
Citados
na delação premiada de Pedro Barusco, João Vaccari e o PT rechaçam as
declarações sobre recebimento de valores indevidos. No entendimento do partido,
as declarações de irregularidades são para envolver a legenda em acusações sem
provas ou indícios e não merecem crédito.
Em nota,
a secretaria de Finanças do PT afirma que todas as doações recebidas pelo
partido foram feitas dentro da lei e declaradas à Justiça. "A afirmação de
Youssef causa profunda estranheza, pois sua contadora, Meire Bonfim Poza,
declarou à CPI Mista da Petrobras, no último dia 8 de outubro, que não conhece
e que nunca fez transações financeiras com Vaccari Neto", declarou o
partido.
►PETROBRAS TEM SEDE HIPOTECADA
A Petrobras informou que, quando for intimada,
vai recorrer da decisão da Justiça do Rio de Janeiro de hipotecar o
edifício-sede da empresa, no centro do Rio, como garantia de pagamento de uma
dívida de R$ 935 milhões com a Refinaria Manguinhos por danos materiais. A
decisão da juíza Kátia Torres, interina da 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro,
atende ao pedido de hipoteca feito pela refinaria para assegurar o pagamento
futuro.
Em dezembro do ano passado, a
juíza titular da 25ª Vara Cível, Simone Gastesi condenou a Petrobras ao
pagamento requerido pela refinaria, que alega prejuízos causados pela política
de preços dos combustíveis praticado pela estatal.
A Petrobras esclareceu que a
decisão é de primeiro grau e, por isso, está sujeita a recurso ao tribunal
local e aos tribunais superiores. A companhia contesta que a hipoteca seja necessária
como forma de evitar um calote, como chegou a ser noticiado pela imprensa. “A
Petrobras, tão logo intimada, vai recorrer. Portanto, não se pode falar em
dívida, muito menos na possibilidade de calote”, explicou por meio de nota.
A estatal entendeu que a
hipoteca representa garantia de condenação, que ainda não é definitiva e,
portanto, inadmite execução. “A companhia também avalia os reflexos do
prematuro ônus imposto pelo juízo de primeira instância para adoção das medidas
judiciais cabíveis”, completou a nota. A hipoteca é um instrumento jurídico
para garantir pagamento de dívidas que estão sendo discutidas na Justiça.
►ESTELIONATO: STF INVESTIGA SENADOR
O senador
Acir Gurgacz (PDT-RO) responderá, no Supremo Tribunal Federal (STF), por
prática de estelionato e por crimes contra o sistema financeiro. De acordo com
a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), enquanto foi
diretor das filiais da empresa de ônibus Eucatur, em Manaus (AM) e Ji-Paraná
(RO), em 2002, Gurgacz teria fraudado documentos para obter financiamento no
Banco da Amazônia (Basa). Os recursos – R$ 1,5 milhão –, foram usados na compra
de combustível, o que não estava prevista em contrato.
O Ministério Público defende que a prática de
estelionato foi caracterizada no uso de diversos documentos falsos, para
comprovar a aquisição de sete ônibus novos, ao custo de R$ 290 mil cada. Laudos
periciais apontaram que os ônibus tinham mais de dez anos de uso, foram
adquiridos por R$ 12 mil – preço unitário – e receberam carrocerias novas, fato
reconhecido pela empresa.
Segundo o
relator no STF, ministro Teori Zavaski, a acusação indicou elementos
suficientes que caracterizam a obtenção de vantagem indevida. Com isso, a
instituição financeira foi induzida ao erro e liberou o financiamento com base
em documentação falsa: notas fiscais, faturas, recibos, certificados e
registros de ônibus.
“A
materialidade e os indícios de autoria – elementos básicos para o recebimento
da denúncia – encontram-se presentes. As provas indiciárias juntadas aos autos
demonstram que, de fato, foi apresentada ao Banco da Amazônia documentação
referente à aquisição de sete ônibus novos, com ano de fabricação 2004, o que
levou a instituição a liberar R$ 1.522.500,00 na conta da empresa Eucatur.
Todavia, descobriu-se mais tarde, em razão de informação da Delegacia
Especializada em Acidentes de Trânsito de Manaus que os veículos não haviam
sido fabricados em 2004, mas sim em 1993”, destacou o relator.
Apesar de
a denúncia contra o senador ter sido recebida com unanimidade de votos, nesta
semana, a parte que acusava o parlamentar de corrupção ativa foi rejeitada, por
não haver indícios de que Gurgacz teria corrompido uma funcionária do Basa,
para facilitar a concessão de empréstimo do Fundo Constitucional de Financiamento
do Norte (FNO).
Em nota,
o senador nega ter cometido qualquer ilegalidade relacionada à denúncia do
Ministério Público, acatada pelo STF. “Na época, era sócio cotista da empresa
de transporte rodoviário e urbano, com 5% de quotas-parte, fui apenas avalista
do financiamento”, explicou. Gurgacz mantém o posicionamento da empresa, que
alega ter usado os recursos para a aquisição de ônibus, óleo diesel e
incremento no capital de giro, tudo, segundo ele, dentro da legalidade.
►BARUSCO ENVOLVE A ROLLS-ROYCE
De acordo com
informações divulgadas pelo site do jornal "Financial Times", o
ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco envolveu a gigante Rolls-Royce na Lava
Jato.
Ele teria dito que
a empresa britânica - que fabrica turbinas usadas nas plataformas da Petrobras
- pagou propina em troca de um contrato de US$ 100 milhões com a estatal. Só
ele teria recebido da Rolls-Royce US$ 200 mil.
Em nota enviada ao
site, a Rolls-Royce, que deve inaugurar uma fábrica em Duque de Caxias em
março, disse que "queria deixar claro que não tolera condutas impróprias
de nenhum tipo e que tomará todas as medidas necessárias para garantir
isso."
►TCE PUNE POLÍTICOS E
GESTORES
O Tribunal de Contas do
Estado do Rio voltou do recesso de fim de ano com lupas ultrapoderosas para
investigar mal feitos de políticos e gestões de órgão públicos. O ex-presidente da
Câmara Municipal de Macaé Eduardo Cardoso Gonçalves da Silva, por exemplo, foi
condenado pelo TCE a devolver aos cofres públicos a quantia de R$ 95.889,80
(35.358,90 Ufir-RJ). O valor corresponde à diferença paga, além do valor de
mercado, à locadora Transol de Macaé Ltda, com a qual o Poder Legislativo
municipal assinou contrato, em 2007, para o aluguel de 16 veículos, pelo prazo
de onze meses. O valor do contrato era de R$ 607.200,00.
O Tribunal identificou
o superfaturamento equivalente a 11,74%, se comparados aos preços praticados no
ano anterior, em contrato semelhante, já descontados a inflação, de 3,48% no
período. Além disso, o contrato foi firmado sem justificativa para a composição
do preço contratado. A decisão dos conselheiros seguiu voto do relator do
processo, conselheiro José Maurício Nolasco
Pela irregularidade, o TCE-RJ também aplicou multa de R$
9.491,65 (3.500 Ufir-RJ) ao ex-presidente da Câmara, que tem 30 dias para
ressarcir os cofres públicos, contados a partir do recebimento da notificação
do Tribunal.
Outro púnico pelo TCE foi o ex-secretário de Assistência
Social e Prevenção da Violência de Nova Iguaçu Sebastião Wagner Berriel,
multado em R$ 6.779,75 (2.500 Ufir-RJ) por não ter prestado esclarecimentos
sobre o convênio firmado, em junho de 2009, no valor de R$ 2.172.875,35, entre
a prefeitura e a Associação Alerta Verde. De acordo com o convênio, a entidade
ficou incumbida de cadastrar e acompanhar o "Programa Leite de Nova
Iguaçu" destinado a 30 mil famílias daquele município.
O voto do relator José Gomes Graciosa, acolhido pelos
demais conselheiros, determinou, ainda, que o prefeito Nelson Bornier encaminhe
ao TCE-RJ cópia da prestação de contas apresentada pela Associação Alerta
Verde. Anteriormente, em decisão plenária realizada em março de 2012, o TCE-RJ
decidiu multar em R$ 12.736,50 (5 mil Ufir-RJ) o também ex-secretário de
Assistência Social e Prevenção da Violência Luiz Eduardo Bento de Mello Soares
em cuja gestão foi assinado o convênio no qual foram encontradas diversas
irregularidades.
O Tribunal de Contas do Estado do Rio também condenou o
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Açúcar e do Álcool a devolver R$
61,7 mil (22.777,49 Ufir-RJ) aos cofres da Prefeitura de Campos dos Goytacazes.
Conforme o voto do conselheiro-relator, Marco Antonio
Barbosa de Alencar, o sindicato utilizou, de forma irregular, parte dos
recursos repassados pelo município, em 2007, na forma de convênio, com o
objetivo de prestar assistência, nas áreas de saúde e educação, aos trabalhadores
sindicalizados.
Ao prestar contas ao TCE-RJ sobre as despesas efetuadas, o
sindicato apresentou comprovantes de gastos realizados entre julho de 2005 e
dezembro de 2006, período anterior ao da vigência do convênio, celebrado
somente em janeiro de 2007.
Outros problemas encontrados foram a ausência da lista de
nomes dos beneficiados pelos serviços médicos realizados e despesas que
extrapolam o objeto do convênio, como gastos com gasolina no valor de R$
323,50.
Em outra decisão, os conselheiros do Tribunal de Contas do
Estado do Rio decidiram multar em R$
8.135,70 (3 mil Ufir-RJ) o ex-presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio
de Pádua (Região Noroeste) Adenilson Ferreira, por ultrapassar o limite de
gastos com a folha de pagamento no exercício de 2012.
De acordo com o voto do conselheiro-relator, José Graciosa,
o limite era R$ 2.280.614,94 e a Câmara gastou R$ 2.285.818,18, ou seja, R$
5.203,24 a mais. O ex-presidente, que ordenou a despesa, descumpriu o
estabelecido pela Constituição, que estipula que a Câmara não pode gastar mais
de 70% da receita com folha de pagamento, incluindo o subsídio dos vereadores.
O TCE também multou
o prefeito de Cabo Frio, Alair Francisco Corrêa, em R$ 6.779,75 (2.500
Ufir-RJ), por não ter cumprido a decisão do TCE-RJ, de 23 de setembro de 2014,
determinando o encaminhamento das cópias das notas de empenho do contrato
assinado entre a prefeitura e o Posto de Combustíveis Salinas Ltda, em
fevereiro de 2012.
O contrato se destinou ao fornecimento de combustíveis para
veículos e máquinas da prefeitura, pelo prazo de 11 meses, no valor de R$
2.128.000,00. De acordo com o voto do relator, conselheiro José Maurício
Nolasco, o prefeito terá que justificar o não atendimento à decisão do TCE-RJ,
além de entregar a documentação anteriormente solicitada.
O TCE-RJ, seguindo voto do conselheiro-relator Aloysio
Neves, decidiu multar em R$ 6.779,75 (2.500 Ufir-RJ) o secretário de
Administração e Recursos Humanos de Campos, Fábio Augusto Viana. Ele foi
multado por não ter atendido à determinação do TCE-RJ, para que comprovasse as
vantagens obtidas pelo município no contrato celebrado, em 2009, no valor R$
13.899.600,00 pela Prefeitura de Campos e a empresa George A. P. da Silva
Comércios Produtos Automotivos Ltda, para a locação de ambulâncias. O
secretário terá 30 dias para pagar a multa, a contar da data em que for
notificado da decisão do TCE-RJ
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