REFLORESTAMENTO PODE RECUPERAR
AS BACIAS HIDROGRÁFICAS NO RJ
Para
preservar a água, o replantio de mudas é uma solução eficaz desde o século 19,
no Rio de Janeiro. Diante da crise hídrica, o imperador Pedro II ordenou
desapropriações de extensa área na Capital do Império, devastado por plantações
de café, e iniciou um amplo reflorestamento do que hoje é a Floresta da Tijuca,
onde hoje é Parque Nacional da Tijuca,.
Reflorestamento é solução para salvar bacias hidrográficas do Rio de Janeiro (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil |
A estratégia propiciou a recuperação
natural da mata, que sofria com erosão e estava degradada, segundo a chefe do
Laboratório de Geohidroecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Ana Luiza Coelho Netto.
“Naquela
época, o solo e as rochas não conseguiam armazenar tanta água, porque sem as
florestas, a água acaba escoando na superfície do terreno, não entra no solo
[vai para o mar]. Então, o nível de água subterrânea caiu muito, como nos dias
de hoje”, lembrou a pesquisadora sobre a situação na floresta. Na época, a
corte e as comunidades do entorno da Tijuca eram abastecidas por essas águas.
Com as
medidas do imperador, acrescentou, sem a pressão da ocupação urbana, a área se
recuperou e hoje é um dos maiores parques urbanos do país, com opções de
trilhas e visitas a cachoeiras.
De acordo
com Ana Luiza, embora a Floresta da Tijuca não tenha condições de abastecer
toda a população carioca, de mais de 6 milhões, cumpre um papel importante
no clima e na recarga dos lençóis freáticos.
“A
floresta ajuda a água da chuva a infiltrar [no solo] e lança no ar. Ela bebe
20% da água da chuva e o resto devolve por meio das raízes”, explicou.
Diante de
uma das maiores estiagens no estado, que
baixou o nível dos reservatórios, a professora diz que a criação de corredores
ecológicos – que facilitam o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e
aumento da cobertura vegetal – são fundamentais para a sustentabilidade das
matas. Ela defende, ainda, a execução de projetos de reflorestamento
comunitário, que pode empregar moradores de áreas em talude – plano de terreno
inclinado que tem como função dar estabilidade a um aterro. (Com Agência
Brasil).
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