PARA BALANÇO DO TCE
Um município, que é o terceiro colégio eleitoral e a
terceira economia do Estado do Rio, que sempre ocupou lugar de destaque no
ranking nacional em termos econômicos e de possibilidade de novos negócios,
como um novo Shopping que começará a ser construído este ano, não pode passar à
História como a cidade mais suja da América Latina, com hospitais e escolas
desmantelados e sucateados e, o que é pior, com o sistema de controle do seu
Patrimônio desatualizado há oito anos. Segundo o prefeito Alexandre Cardoso,
não é possível saber, por exemplo, de quantos carros, caminhões e outros
equipamentos pesados dispõe o município, o que seria de fundamental importância
para a reconstrução da cidade, em especial as áreas ribeirinhas.
A cidade já viveu situação parecida quando o ex-prefeito
Hidekel Freitas sucedeu ao professor Juberlan de Oliveira, em 1º de janeiro de
1989. Na época, o novo prefeito precisou apelar para a Justiça, onde a
Procuradoria Geral do Município ingressou com pedido de busca e apreensão para
recuperar veículos que tinham sido “emprestados” a amigos do ex-prefeito ou
simplesmente enviados para oficinas para reparos, mas sem os devidos registros
legais.
Situação semelhante viveu o saudoso prefeito Moacyr do
Carmo, no dia 1º de fevereiro de 1967, pois no imenso cofre da Prefeitura não
havia nem moedas, pois tudo fora “raspado” pelos auxiliares do ex-prefeito
Joaquim Tenório, que não conseguira eleger o seu candidato, Hidekel Freitas.
Pelo que disse o prefeito Alexandre Cardoso na
sexta-feira (4), a situação de hoje é bem pior, pois muitos órgãos, como a
FUNDEC, simplesmente foram desativados com uma só canetada, pois não tinha
quadro de servidores concursados, mas era coalhado de cargos em comissão e
servidores contratados através da Locanty. A antiga direção da Fundec
simplesmente demitiu os nomeados, cancelou os contratos do terceirizados e
fechou as portas da autarquia.
Agora, além de aguardar os resultados da auditoria que o
Tribunal de Contas do Estado iniciou nesta sexta-feira (4), o novo prefeito
terá de esperar até quinta-feira (10), quando a Secretaria de Fazenda do Estado
vai liberar os valores da cota do município na arrecadação do ICMS e do IPVA e,
a partir daí, organizar um cronograma de pagamento da imensurável dívida com
servidores [13º e salários, proventos e pensões referentes ao mês de dezembro],
fornecedores, instituições financeiras (inclusive o repasse dos descontos
feitos nos contracheques dos servidores que fizeram empréstimos consignados e
foram parar no SPC e SERASA), pois a única informação disponível sobre a saúde
financeira do município foi a fornecida pelos bancos no dia 2.
DEFESA CIVIL DO MUNICIPIO
SEMPRE FOI NEGLIGENTE
Em 1º de dezembro de 2011, ao comentarmos a audiência
pública (30/11/2011) convocada pelo vereador Mazinho, então presidente do
Legislativo, revelamos que, embora tenha recebido todas as informações sobre a
situação do município no quesito prevenção de desastres naturais, revelamos
que, nos bastidores do Governo, a discussão não era em torno de soluções
permanentes, como mapeamento de áreas de risco e remoção compulsória de
famílias que residissem nessas áreas. Veja o clip da audiência postado no You
Tube (http://www.youtube.com/watch?v=bxX13-DrMZ0).
Como alerta às novas autoridades do município e aos próprios
moradores, reproduzimos o que foi discutido e não resolvido em dezembro de
2011, principalmente no item de remoção de famílias residindo em áreas de
risco.
• Ao participar da audiência publica de
quarta-feira (30), na Câmara Municipal, convocada pelo vereador Mazinho,
presidente do Legislativo, para discutir os planos do Governo para enfrentar os
temporais do próximo verão, o Secretário de Segurança e Defesa Civil, Francisco
Fonseca Neto, tentou minimizar a péssima repercussão de uma matéria distribuída
pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura, com a previsão de que o Rio de
Janeiro deverá enfrentar a pior chuva em 70 anos, a partir de novembro;
• O alarme fora feito há poucos dias pela
Defesa Civil do município se baseou em uma declaração do geólogo Wilson Leal
Boiças, estudante do curso de doutorado em Geologia da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), em que previa que a Vila Urussaí, a menos de 500 metros
do Rio Saracuruna, no segundo distrito, seria a primeira região a sofrer
conseqüências das chuvas de verão. Ali, segundo ele, a lâmina d’água poderá
chegar a dois metros de altura, em apenas 40 minutos.
• O secretário anunciou um Plano Emergencial
de Prevenção de Chuvas, que seria implantado pela Prefeitura a partir desta
semana, quando as anunciadas chuvas de verão serão intensificadas pelas
condições climáticas do Sudeste, devido á formação de uma área de muita
instabilidade sobre o Estado do Rio provocada pela umidade vinda da Amazônia
nesta época do ano.
• Convidada para a audiência, a meteorologista
e coordenadora do Sistema de Alerta de Cheia do Inea, Priscila Luz, destacou
que ninguém consegue prever com exatidão o volume das chuvas. “Nós trabalhamos
com possibilidades. Não há um equipamento que possa prever com precisão como
serão as chuvas de uma região, porque tudo pode mudar de repente de acordo com
a direção e velocidade dos ventos”, explicou Priscila.
• Ela destacou que o mais importante é a
elaboração de planos de emergência, como o da Prefeitura de Duque de Caxias,
que permite alertar os moradores no momento das chuvas. “Isso tudo observando o
nível dos rios e a quantidade e densidade das nuvens. Não há motivos para
pânico”, concluiu a especialista.
• O chefe do Centro Operacional do Instituto
Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Paulo Viana, disse que o Governo do Estado
cumpriu todo o cronograma do Projeto Iguaçu, Botas, Sarapuí, incluído no PAC,
do Governo Federal, com a limpeza e desassoreamento dos principais rios da
Baixada Fluminense.
• “Foram aplicados R$ 370 milhões na prevenção
de enchentes em toda a região da Baixada Fluminense, com a instalação de
estações de bombeamento. Hoje, os rios estão limpos e não haverá problemas como
o que ocorreu em dezembro de 2009”, garantiu o representante do Inea.
• O secretário de Segurança e Defesa Civil,
Francisco Fonseca Neto, lembrou que a parceria entre a Prefeitura e o Estado,
através do Inea, permitirá a instalação de estações meteorológicas nos
principais pontos crítico da cidade.
• “Com isso, conseguiremos prevenir os
moradores sobre a intensidade das chuvas, reduzindo os riscos e salvando
vidas”, observou o secretário. Francisco disse que o trabalho é de prevenção e
não uma afirmação de que “irá” ocorrer uma grande tempestade. “Como bem colocou
Priscila, a meteorologia informa que há possibilidade de chuvas, não com a
afirmação de que vai chover”, concluiu o secretário.
• Fonseca Neto anunciou que a Defesa Civil do
município pretende promover palestras para a população sobre a previsão do
tempo. “Firmamos uma parceria com o Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de
Janeiro (Simerj), a qual nos permitirá a instalação de estações meteorológicas
em vários pontos da cidade”, disse o secretário,
• Para isso, será disponibilizado pela Defesa
Civil do Município um blog na internet: www.defesacaxias.blogspot.com/ , contendo
informações e orientações sobre a previsão do tempo e outros assuntos para a
população. O secretário destacou, também, a importância da formação pela
população de Núcleos de Defesa Civil nos bairros.
• Trocando em miúdos todas essas informações
da Defesa Civil, o que teremos, na prática, é o seguinte: o Governo vai adotar
a campainha para alertar sobre chuvas (se não faltar luz) e a Defesa Civil vai
retirar os moradores das áreas de risco, tal e qual imagina o prefeito Eduardo
Paes, no Rio de Janeiro.
• Obras de limpeza de rios e canais, como dos
Caboclos (foto), ao lado do Shopping Center, e do Jacatirão, no bairro Dr. Laureano,
por exemplo, e contenção de encostas e barrancos, nem pensar. Falido, Duque de Caxias agora, mais do que
nunca, depende da Divina Providência!
Pelo visto, nossos governantes não aprenderam
as lições deixadas pelos desmoronamentos em Angra dos Reis, no Morro do Bumba e
na Região Serrana. A recomendação do Governo parece muito simples: Orai e
vigiai (as nuvens no céu)!
Quarta e quinta-feira,19 e 20 de outubro, a
Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Roseli Duarte, se reúne
com autoridades estaduais da área de assistência social para tratar vários
assuntos. As previsões de chuvas fortes também serão colocadas no encontro. “Se
as regiões mapeadas pela Defesa Civil forem mesmo afetadas, iremos precisar da
ajuda do estado para atender a população afetada”, disse Roseli Duarte.
Além das regiões identificadas pela Defesa
Civil municipal o mapeamento do INEA detectou 98 áreas com risco de
deslizamentos que podem atingir 680 imóveis e afetar 2.680 pessoas. Também está
sendo discutida a distribuição de cartilhas com orientações sobre enchentes e
deslizamento e combate e prevenção da dengue, que contaria com ajuda dos
professores e alunos que seriam multiplicadores em suas comunidades.
A Defesa Civil de Duque de Caxias conta com
2.360 voluntários membros do Processo Apell, lideranças comunitárias,
presidentes de associações de moradores e participantes de 40 Núcleos de Defesa
Civil espalhados nos quatro distritos.
AJUDA PROMETIDA POR LULA
AINDA NÃO CHEGOU EM CAXIAS
Mais de três anos após a enchente que atingiu Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense, em novembro de 2009, o município ainda não viu a
cor do dinheiro prometido na ocasião pelo governo federal para socorro às
vítimas e infraestrutura. A denuncia foi feita neste sábado na edição eletrônica
do jornal “O Estado de S. Paulo”. Assinada pelo jornalista Marcelo Gomes, a
reportagem revela que em 15 de dezembro
de 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou a Medida
Provisória 473, que abriu crédito extraordinário de R$ 400 milhões para o
Ministério da Integração Nacional ajudar municípios em estado de calamidade. A
MP foi convertida em lei em maio de 2010. O programa "Apoio a obras
preventivas de desastres" recebeu crédito extraordinário de R$ 100
milhões. A rubrica "Socorro e assistência às pessoas atingidas por
desastres" ficou com R$ 60 milhões. Já a atividade "Restabelecimento
da normalidade no cenário de desastres" ganhou mais R$ 240 milhões.
O procurador da República Renato Machado está cobrando
explicações do ministério sobre o motivo do atraso na transferência da verba
federal para Caxias. "A última justificativa do ministério foi de que o
município não tinha infraestrutura. Ora, se a chuva destruiu a cidade, a verba
era justamente para reconstruí-la", disse Machado, que não descarta
ajuizar uma ação civil pública para obrigar a União a enviar o dinheiro ao
município.
Em nota, o ministério informou que "em 2011 colocou
à disposição do Estado R$ 150 milhões. Destes, R$ 70 milhões para pagamento de
aluguel social para 7 mil famílias. Os R$ 80 milhões restantes aguardam
licitação para 73 pontes".
RÁPIDAS
• O
prefeito de Duque de Caxias deverá começar a definir nesta segunda-feira (7) as
regras para o pagamento das indenizações, no valor de R$ 5 mil, às famílias
atingidas pelas chuvas que destruíram barragens da Cedae em Xerém e provocaram inundações e desabamentos nas áreas ribeirinha
das localidades de Café Torrado, Mantiquira e Pedreira.
• Alexandre
Cardoso decidiu que que o benefício, anunciado na sexta-feira (4), será pago a
quem recebe até três salários mínimos. "Também vamos verificar onde a
pessoa mora. Não adianta dar os R$ 5 mil e a pessoa continuar a morar em área
de risco". Ele ainda não sabe se o valor será dado em dinheiro ou em carta
de crédito.
• Segundo
o prefeito, embora não tenha sido registrado nenhum casos de gastroenterite na
área afetada pela “cabeça d’água”, a água fornecida aos moradores está sendo
tratada. "Vamos colocar um dosador de cloro e tentar antecipar a ligação
de água da Cedae de quarta-feira (9), para terça (8)". Alexandre Cardoso
disse, também, que a energia elétrica já foi religada nas áreas liberadas pela
Defesa Civil e que apenas as áreas sob
risco de curto circuito ainda estão sem luz.
• Segundo
o coronel Silva Costa, da Defesa Civil do município, 100 casas foram totalmente
destruídas, enquanto outro tanto está sendo vistoriado para o Governo decidir
se os moradores podem retonar para seus antigos endereços sem risco de novos
desabamentos.
• Também
deverá ser liberada nesta segunda a ponte principal de acesso a Mantiquira, que
fora parcialmente destruída pelo temporal da madrugada de quinta-feira (3). Até
esse domingo, estava sendo utilizado um desvio pela região conhecida como
Pedreira.
• Começou
a funcionar neste domingo (6) no posto
de saúde de Xerém, um Centro de Hidratação de pacientes com Dengue ou com suspeita
de ter contraído a doença. O Centro conta com 12 cadeiras para hidratação e tem
capacidade de atender 300 pessoas por dia.
• Este
centro é uma ação preventiva da Secretaria estadual de Saúde para dar apoio ao
município, tendo em vista a quantidade de lixo acumulado na cidade, aumentando
a possibilidade de proliferação de mosquito da dengue”, disse secretário
segundo a assessoria.
• Ainda
em Duque de Caxias, o secretário de Saúde do Estado, Sérgio Cortes (Foto R7), reuniu-se
com o secretário municipal de saúde, Camillo Junqueira, e com a coordenadora da
Força Nacional de Saúde, Conceição Mendonça. E decidiram, que o Estado
entregará um segundo kit calamidade a Caxias. Cada kit tem capacidade para
atender 500 pessoas e inclui medicamentos para a atenção básica, antibióticos,
hipoclorito de sódio e álcool. Além disso serão enviados também para o
município, 3 mil comprimidos de antibiótico para uma ação preventiva contra
leptospirose.
• Em
nota, a assessoria de comunicação explicou que as medidas adotadas pela
Secretaria estadual de Saúde procuram evitar a proliferação de doenças que
podem surgir com água contaminada. Entre as doenças estão a leptospirose,
hepatite A e diarreia.
• A
análise de amostras coletadas nos sete abrigos de Xerém pela Vigilância da
secretaria foi considerada insatisfatória pelo Laboratório Central Noel Nutels
(Lacen), Por isso, as equipes trabalham na desinfecção diária desta água,
informou a assessoria, que destacou a necessidade dos moradores fazerem o
mesmo. Isso pode ser feito com o uso de hipoclorito de sódio.
• “A
população que está em abrigos ou de volta as suas casas deve fazer o mesmo.
Usar água mineral para consumo e higiene de alimentos. Além disso, usar o
hipoclorito nas caixas d'água. Os abrigos estão fazendo essa distribuição,
explicou o secretário.
• Foi
encontrado neste sábado (5) o corpo do homem que estava desaparecido desde
quinta-feira (3) em Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense,
local mais atingido pelas chuvas. Com isso, sobe para dois o número de mortes
causadas pelas fortes chuvas no distrito, segundo a Defesa Civil Estadual.
• De
acordo com a Defesa Civil, desde o dia 3, nove casas foram destruídas e 38
danificadas, 65 pessoas estão desalojadas, 160 desabrigadas e 2.380 foram
retiradas de Angra dos Reis, na Costa Verde. Em Mangaratiba, também na Costa
Verde, são cinco edificações danificadas e uma destruída, com 90 pessoas desalojadas.
• Na
Baixada Fluminense, Belford Roxo tem 550 desalojados e oito desabrigados. Duque
de Caxias teve 45 casas destruídas e 200 danificadas. Mil pessoas ficaram
desalojadas e 276 desabrigadas. Em Nova Iguaçu, uma criança estava
desaparecida, mas já foi encontrada. Seropédica teve 17 casas danificadas e 35
pessoas estão desalojadas. Paracambi tem 30 desalojados.Na região serrana,
Petrópolis teve três casas destruídas e quatro danificadas, deixando 30 pessoas
desalojadas. E Teresópolis registrou 51 desalojados.
• Neste
domingo(6), a Defesa Civil enviou para Xerém 1.100 colchonetes com roupa de
cama, 6 mil litros de água e 600 cestas básicas. Ainda foram enviados 4 mil
litros de água para Belford Roxo; 300 colchonetes com kits de roupa de cama e
200 cestas básicas para Mangaratiba; 300 colchonetes com kits (roupa de cama) e
200 cestas básicas para Angra dos Reis e 100 cestas básicas para Petrópolis.
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