quarta-feira, 16 de julho de 2014

PARTIDOS NÃO CUMPREM A COTA
DE 30% DE MULHERES NA CHAPA 
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) faz, desde março deste ano, uma campanha por rádio e televisão para incentivar as mulheres a ingressarem em partidos e concorrerem às eleições. No entanto, mesmo com os esforços da Corte, a quantidade de mulheres já cadastradas para o pleito de outubro sequer atingiu a cota mínima instituída por partido ou coligação, de 30%. No último sábado, cada partido cadastrou no TSE e no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) seus candidatos. No somatório, obteve-se um total de 13.642 candidatos para todos os cargos. Destes, apenas 3.955 são mulheres, o que corresponde a 28,99%.
A chamada “minirreforma eleitoral de 2009” (Lei 12.034/09) definiu que no mínimo 30% dos candidatos de cada partido ou coligação haveria de ser mulheres. Agora, os partidos têm até o dia 6 de agosto para preencher vagas remanescentes e, assim, cumprir a lei. Ainda não foi apresentado os números discriminados por partido e coligação, mas se analisados a quantia global dos candidatos já cadastrados para as eleições de outubro, a diferença mais discrepante está na disputa para governador. Há 118 candidatos já cadastrados concorrendo aos cargos das 27 unidades federativas do Brasil. Destes, apenas 15 são mulheres, o que corresponde a 12,71%.
“O nosso sistema político é patriarcal, excludente e elitista. Não possibilita a chegada de novas lideranças nesse espaço do exercício do poder. As cotas, nesse sentido, permitem demonstrar e evidenciar a forma excludente e patriacal que o sistema político foi formado”, explica a socióloga e fundadora do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Guacira Oliveira.
Com as cotas, houve a tentativa de deixar as eleições menos desiguais na questão de gênero, no entanto, o número de candidatas – para não se apelar com as eleitas – longe está de ser proporcional à quantidade de mulheres do país. Enquanto se tenta estabelecer uma representatividade de 30% na concorrência de cargos políticos do país, as mulheres se traduzem em 51,5% da população brasileira (110,5 milhões). “Mesmo cumprindo as cotas, o número de mulheres eleitas permaneceu praticamente o mesmo. Pelo sistema eleitoral, só se elege quem já está aliado ao poder econômico ou no poder. E as mulheres não estão nesse espaço,” aponta Oliveira.
Para Oliveira não basta estabelecer cotas se todo o sistema continua o mesmo. Para ela, é preciso uma reforma política radical, pois só desta maneira se modificaria o panorama atual, considerado incapaz de promover sua própria democratização, por sua vez, a justiça e a igualdade, (Fonte: Portal Contas Abertas)

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