quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MPF ACUSA RENAN DE RECEBER
PROPINA DE EMPREITEIRA 
Sete anos após renunciar à presidência do Senado para escapar da cassação, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), volta a enfrentar problemas na Justiça com a denúncia de que teve despesas pessoais pagas pelo lobista de uma empreiteira em troca de emendas ao orçamento. O Ministério Público Federal em Brasília denunciou o senador por improbidade administrativa na 14ª Vara Federal do DF no último dia 2. Na ação, os procuradores acusam Renan de se enriquecer ilicitamente, de ter evolução patrimonial incompatível com o cargo e de forjar documentos para comprovar que tinha dinheiro para bancar despesas pagas, segundo a denúncia, pela Mendes Júnior. 
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso com exclusividade à ação que pede à Justiça que Renan, a Mendes Júnior e o lobista Cláudio Gontijo sejam tratados a partir de agora como réus. A Procuradoria da República também recomenda a perda do mandato do senador em caso de condenação.
Em 2007, o peemedebista foi acusado pela jornalista Mônica Veloso, sua ex amante, de usar dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, para pagar suas despesas com a pensão da filha e o aluguel de um imóvel. Essa foi a principal de uma série de denúncias que o parlamentar alagoano enfrentou no Conselho de Ética do Senado naquele ano. Por duas vezes, ele escapou da cassação no plenário em votação secreta.
A ação por improbidade é desdobramento na esfera cível dessas investigações. Segundo os repórteres Ricardo Brito e Beatriz Bulla, o Ministério Público afirma agora que a Mendes Júnior pagou pelo menos R$ 246 mil para Mônica Veloso. O lobista e o senador confirmaram, na época, os repasses à jornalista. Mas alegaram que o dinheiro pertencia a Renan. “Não é minimamente crível que o senador tivesse preferido sacar o dinheiro, entregá-lo ao requerido Cláudio para então repassá-lo à senhora Mônica, quando poderia tê-lo feito diretamente”, afirmam os procuradores no processo.
A ação sustenta, ainda, que Renan não conseguiu comprovar de que maneira pagou uma dívida de R$ 100 mil de pensão alimentícia da filha. De acordo com a acusação, o peemedebista beneficiou a empreiteira com emenda ao orçamento nos anos de 2005 e 2006, ao sugerir o direcionamento de recursos para obras tocadas pela empresa no Porto de Maceió.

Por meio de sua assessoria, Renan informou que não vai se manifestar sobre o assunto. A Mendes Júnior também não se pronunciou. Já Cláudio Gontijo não foi localizado.

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