CRISE
DO PETROLÃO AMEAÇA O
POLO
PETROQUÍMICO DE CAXIAS
A vida financeira das
construtoras envolvidas na Operação Lava Jato, que investiga o esquema de
corrupção nos contratos da Petrobras, anda tão difícil que nem as despesas mínimas
estão sendo pagas. Com o escândalo, dirigentes da empresa temem assinar
contratos e ordens de serviço. Com essa situação, até a Braskem, da qual a
Petrobrás é associada, teme não conseguir renovar o contrato de fornecimento de
nafta, que vence no dia 28. Com isso, a única empresa no País que transforma a
nafta em produtos químicos ameaça fechar três polos petroquímicos, inclusive o
de Campos Elíseos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que recebe a
nafta, um subproduto da refinação do petróleo, produzido pela Reduc,
Segundo a revista Veja, com
caixa debilitado e sem crédito na praça, as maiores empreiteiras do País vivem
um bombardeio de ações judiciais movidas por fornecedores, que cobram por
serviços prestados, venda de produtos e locação de equipamentos. Na outra
ponta, o reflexo tem sido a redução do ritmo das obras e do quadro de
funcionários de algumas construtoras.
Os problemas surgiram com
a sétima fase da operação Lava Jato, da Polícia Federal, desencadeada na
primeira quinzena de novembro e que prendeu executivos de várias construtoras,
como Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior, UTC, Engevix, Iesa, Galvão Engenharia
e Queiroz Galvão. No fim de dezembro, a situação se complicou ainda mais com a
lista de 23 empresas proibidas de participar de novas licitações da Petrobras.
Além das empreiteiras, a
petroquímica Braskem também está sendo prejudicada pelas denúncias de
corrupção da Petrobras. Um contrato entre as duas empresas vencerá no dia 28 de
fevereiro, mas a estatal ainda não se manifestou sobre uma renovação. O acordo,
de 9 bilhões de reais anuais, envolve o fornecimento pela Petrobras
de nafta, um derivado do petróleo usado na fabricação de resinas e
principal insumo da Braskem. A petroquímica ainda não sabe
se receberá a matéria-prima no mês que vem.
Hoje, a Braskem é a única compradora
de nafta no Brasil e maior fornecedora da indústria química. Segundo a empresa,
que tem como sócios o grupo Odebrecht (38%) e a própria Petrobras (36%), se a
situação chegar ao limite, três polos petroquímicos brasileiros, inclusive o de
Campos Elíseos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, podem ter de
interromper a produção, segundo o presidente da Braskem, Carlos Fadigas.
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