BRASIL
SOBE EM RANKING DE MAIOR
CUSTO DE
ENERGIA PARA A INDÚSTRIA
Com os quatro últimos reajustes autorizados pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o custo médio da energia elétrica para a
indústria brasileira subiu em 2014 de R$ 292,75 por megawatt-hora (MWh) para R$
301,66 MWh. O aumento de 3% fez o Brasil perder uma posição no ranking internacional de maior custo
de energia elétrica formado por 28 nações, passando a ocupar a décima
colocação.
Os dados constam de estudo Quanto Custa a Energia Elétrica para a
Indústria do Brasil? divulgado hoje (16) pela Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no site da entidade.
O custo médio internacional atinge R$ 269,07 por MWh. Entre os países
analisados, a Índia apresenta o custo de energia elétrica mais alto (R$ 630,92
por MWh). Em seguida, vêm Itália (R$ 500,52), Singapura (R$ 460,25), República
Tcheca (R$ 398,36), Turquia (R$ 393,80), Colômbia (R$ 376,90), El Salvador (R$
348,17), México (R$ 322,42) e Portugal (R$ 321,60).
Falando à Agência Brasil,
a economista Tatiana Lauria, especialista em competitividade industrial e
investimentos do Sistema Firjan, explicou que os diferentes custos
observados nos países dependem de fatores como a matriz energética de cada
país, os custos da produção de energia, a forma como se está produzindo ou
comprando energia e os impostos, entre outros.
“O fato importante é que quando o industrial vai competir lá fora, ele
está vendo esse custo. E vai ter que competir com os mais baratos, que são
nossos concorrentes”. Tatiana destacou, por outro lado, que a elevação do custo
da energia para a indústria acaba tirando a competitividade do produto
nacional.
Chamou a atenção para o fato de o Brasil, na parte de geração de
energia, estar optando pela construção de usinas a fio d'água, que exigem o
complemento das térmicas. “Os nossos reservatórios estão com uma
capacidade de armazenamento [de água] menor. Então, a gente precisa
complementar com térmicas, o que é caro. E esse custo vai ser repassado. Quando
isso ocorre, tem impactos para a própria sociedade”, disse a economista. O uso das
térmicas para complementar a geração hidrelétrica é, salientou, o principal
fator para o aumento do custo da energia industrial no Brasil.
Com o aumento de 11,8% no custo da energia, após o reajuste da Centrais
Elétricas Matogrossenses (Cemat), Mato Grosso deixou a segunda posição e passou
a ocupar a liderança no ranking
estadual de custo médio industrial, apontou a Firjan. O custo do megawatt-hora
no Mato Grosso atingiu este ano R$ 424,27.
Já no Rio de Janeiro, após o reajuste na tarifa da Ampla, o custo da
energia elétrica para a indústria teve elevação de 7,4%, alcançando R$ 368,94 o
MWh, o que colocou o estado no quarto lugar na classificação geral. Na
avaliação anterior, o Rio de Janeiro ocupava a sexta colocação.
Tocantins e Rondônia, com custos de energia para a indústria de R$
403,91 e R$ 377,49, respectivamente, ocupam os segundo e terceiro lugares no ranking dos estados. Em
contrapartida, o estado com custo de energia mais barato para a indústria é o
Amapá (R$ 159,05 o MWh). (ABr)
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