PARA EX-DIRETOR
DA PETROBRÁS
PASADENA
FOI UM BOM NEGÓCIO
A compra da Refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras não foi um mau
negócio, segundo o ex-diretor da Área Internacional da empresa brasileira,
Nestor Cerveró. Ele explicou que o empreendimento no Texas perdeu valor quando
a estatal redefiniu prioridades e concentrou os investimentos na exploração do
pré-sal.
Nestor Cerveró disse que investimento em Pasadena perdeu valor quando a
estatal concentrou os investimentos na exploração do pré-sal. Antônio
Cruz/Agencia Brasil
Hoje (16), durante uma audiência na Câmara, Cerveró rejeitou
enfaticamente o termo “malfadado”, atribuído ao negócio por vários deputados, que
questionaram aspectos do negócio. “O projeto, em si, não foi malfadado. Foi um
bom projeto na época. Estamos fazendo análise posterior a uma série de eventos
que modificam o cenário”.
Segundo ele, o projeto tinha rentabilidade “que nunca vamos saber se
seria atingida, porque foi feita por mudança estratégica drástica do conselho
de administração”, e completou: “Não posso condenar”, completou. Segundo ele, a
descoberta do petróleo em camadas mais profundas criou mais demandas para os
investimentos da estatal.
Perguntado sobre se faria, hoje, um resumo executivo igual ao que
apresentou à época, Cerveró disse que sim, desde que considerando as mesmas
condições de mercado. "Uma coisa é [falar] depois do jogo terminado. Sei
que o projeto não teve condições de ser realizado. Mas até a execução e a
aprovação, ele tinha todas condições econômicas de ser realizado. Se elas se
repetissem, faria de novo, mas dentro dos conhecimentos que eu tinha na
época", disse ele.
Nas contas apresentadas pelo ex-diretor, a Petrobras investiu US$ 1,23
bilhão no negócio. Ele disse que os custos de compra foram inferiores à média
negociada em outras refinarias à época. Por isso, descartou que a estatal tenha
pago um valor excessivo pela parte da refinaria norte-americana que pertencia
ao grupo belga Astra Oil, quando as duas empresas se desentenderam.
Segundo Cerveró, o prejuízo contabilizado no negócio de Pasadena é
contábil e que, nos primeiros meses, a refinaria teve resultados “muito
positivos” e que “as margens de petróleo leve eram altas”, disse.
Sobre a desvalorização das ações da Petrobras, Cerveró disse que a
redução no valor de mercado ocorre em função dos investimentos exigidos na
exploração de petróleo do pré-sal. “Mas especialistas reconhecem que a
Petrobras é um excelente investimento de médio prazo”, disse, ao lembrar que
também é acionista da empresa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário