EMPRÉSTIMO DE R$ 11 BI ÀS ELÉTRICAS
VAI PESAR NAS CONTAS DE LUZ EM 2015
Na última quarta-feira (9), o
Ministério da Fazenda anunciou que o empréstimo que as distribuidoras terão que
tomar no mercado para cobrir os gastos extras com o uso das termelétricas e com
a compra de energia no mercado livre será operado por 13 bancos e totalizará R$
11,2 bilhões. Inicialmente, o governo tinha anunciado que o empréstimo
corresponderia a R$ 8 bilhões, mas o valor final da operação foi ampliado.
A falta de chuvas nos últimos
meses contribuiu para que o empréstimo que as distribuidoras terão que fazer no
mercado seja maior do que o previsto. Isso porque, com menos chuvas, subiu o
valor que as distribuidoras pagam pela energia no mercado livre, fazendo com
que o total do empréstimo tivesse que ser maior. Com relação ao atraso crônico
das obras de construção de novas hidrelétricas e a geração de energia eólica
(vento) e solar, o Ministério de Minas e Energia não se pronunciou.
“Quando estimamos os R$ 8
bilhões, trabalhamos com um valor menor para o PLD do que temos agora para os
próximos 12 meses”, explicou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), Romeu Rufino. Segundo ele, o que fez com que o custo do PLD
ficasse acima das expectativas do governo foi a menor ocorrência de chuvas do
que o esperado. “O PLD que trabalhávamos lá atrás tinha uma expectativa de
regime hidrológico mais favorável do que foi, por isso o PLD está mais alto
agora. A previsão [de chuvas] tem sido pior do que o esperado”, disse.
Atualmente o PLD está próximo do preço limite, acima de R$ 800.
Outro fator que contribuiu
para o aumento do valor do empréstimo foi a decisão do Tesouro de alocar parte
dos recursos que seriam passados para as distribuidoras diretamente para a
Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Dos R$ 4 bilhões previstos para
entrar na conta das empresas, R$ 2,8 bilhões foram realocados para a CDE, um
fundo setorial que cobre parte dos custos do setor.
Apesar da previsão de que o
valor desse empréstimo seja repassado para as tarifas de energia dos
consumidores a partir de 2015, Rufino disse que ainda não é possível estimar de
quanto será o aumento na conta de luz.
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