MP DEFENDE LIBERDADE
DE IMPRENSA
DEPOIS DA PRISÃO DE
ATIVISTA EM BH
O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), por meio da
Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Apoio Comunitário e
Controle Externo da Atividade Policial, expediu recomendação para as forças de
segurança do estado a fim de que “sejam tomadas medidas para garantir o direito
de ir, vir e permanecer e o livre exercício da profissão dos repórteres e
jornalistas que estejam cobrindo qualquer evento, especialmente, no contexto de
possíveis manifestações, independentemente de estarem credenciados ou
vinculados a empresas jornalísticas”.
A decisão foi tomada após Karinny de Magalhães,
integrante da Mídia Ninja, grupo que registra e transmite protestos em todo o
país na internet, ter sido presa, quando transmitia ao vivo a manifestação
contra a Copa do Mundo em Belo Horizonte. O grupo denuncia que a jovem sofreu
agressão policial. Na recomendação, que foi enviada aos comandantes do
policiamento especializado, do policiamento da capital e do Batalhão Copa, o MP
argumenta que, desde a ocorrência dos protestos na Copa das Confederações,
“vários foram os relatos de ações repressivas e violentas das forças policiais
contra os comunicadores que cobriam os protestos, cerceando o exercício
legítimo da profissão e o direito da população de ter acesso à informação”.
De acordo com a Polícia Militar, ao todo, 13 adultos
foram detidos e dois adolescentes apreendidos quinta-feira (12). Quatro dos 13 continuam presos. Sobre o
caso de Karinny, o chefe de imprensa da PM, major Gilmar Luciano, disse que “a
Mídia Ninja não está cadastrada como órgão de imprensa” e que “ela [Karinny]
até agora não apresentou nenhuma credencial”.
Segundo o grupo, Karinny, de 19 anos, transmitia a
manifestação contra a Copa do Mundo ontem (12), em Belo Horizonte, quando foi
abordada por um policial. Conforme imagens veiculadas pelo grupo na internet,
policiais militares abordaram Karinny e pelo menos uma outra pessoa. A jovem
questiona a abordagem agressiva. Em resposta, policiais dizem para eles calarem
a boca, além de xingamentos. Pouco depois, a transmissão é interrompida.
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