PETROBRÁS RESCINDE CONTRATO E
EMPREITEIRA DEMITE NA SEGUNDA
Cerca de 1000 empregados serão demitidos na segunda-feira |
A prisão
de executivos de empreiteiras contratadas pela Petrobrás, bem como o bloqueio
de bens desses empresários e a rescisão de contratos pela Petrobrás, começa a
se refletir no mercado de trabalho de diversos estados. No Rio Grande do Sul, a
Iesa Óleo e Gás, uma das empresas investigadas na Operação da Polícia Federal,
pretende demitir na segunda-feira (24) os mil funcionários que possui em sua
unidade do município de Charqueadas, que monta módulos de plataforma de
petróleo. A companhia passa por crise financeira depois do fim de um contrato
de R$ 800 milhões com a Petrobras e teve executivos presos na última
sexta-feira 14, dia da deflagração da Lava Jato, e precisa cortar custos. Mais
demissões podem atingir a Ecovix, empresa controlada pela Engevix, outro alvo
da Lava Jato.
Fabricante
de cascos de plataformas para a estatal, a companhia vem tendo dificuldades
para receber pagamentos e também já fala em redução de custos. Para isso, teria
de cortar 40% da força de trabalho composta por 9,5 mil trabalhadores até o
início de dezembro. Ela, porém, nega as demissões, segundo reportagem do jornal
Zero Hora. O sindicato da categoria se mobiliza para tentar evitar que o
escândalo se estenda para o principal polo naval do estado.
Uma
comitiva de Charqueadas e prefeitos de municípios próximos se reuniram terça-feira
(18) com o vice-presidente da República, Michel Temer, em busca de uma solução
para as demissões da Iesa. O receio é de que os trabalhadores sejam demitidos
sem receber a verba rescisória, uma vez que, se a Petrobras não bancar, a Iesa
não teria condições para isso. Na manhã desta quarta-feira (19), um grupo de
funcionários foi ao Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueada pedir o apoio da
entidade para o pagamento dos direitos trabalhistas.
"O
que a gente esperava é que ia ter um desfecho negativo, mas sempre com a
esperança de que a gente pudesse reverter esse quadro. Agora não. As demissões
estão a caminho e a gente está pedindo uma solução rápida do governo federal,
através da Petrobras ou do BNDES para que a gente possa achar uma
solução", afirmou o prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar de Abreu Souza
(PDT). "Estamos tentando uma alternativa para que os módulos sejam
produzidos por outra empresa em Charqueadas e que não vá tudo para a
China", acrescentou.
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