PGR TEM 30 DIAS PARA DENUNCIAR
OS ENVOLVIDOS NO "PETROLÃO"
O ministro Teori
Zavascki, relatos do processo do “Petrolão” no Supremo Tribunal Federa, deu 30
dias ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que decida sobre a
apresentação da denúncia contra todos os envolvidos, com a devida identificação
e especificação dos crimes por eles cometidos. Como cerca de 70 parlamentares
foram citados pelo ex diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e pelo doleiro
Alberto Yousseff, caberá ao procurador geral Rodrigo Janot decidir quais
envolvidos serão processados no STF por terem foro privilegiado, com a possibilidade
dos demais envolvidos serão processados à parte, perante a Justiça Federal do
Paraná, que iniciou a ação penal.
Até agora, Janot tem tratado o tema com cautela, pois
avalia que devem ser esgotadas todas as diligências possíveis na fase
pré-processual para poder fundamentar a denúncia, que seja impermeável a
críticas da mídia e recursos de advogados.
O procurador Rodrigo Janot aguarda a finalização de todas
as delações premiadas que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal
acharem conveniente, com o cruzamento de dados bancários, contratos e outras
provas apreendidas. A própria Justiça Federal no Paraná, que comanda as
investigações, trabalha com a hipótese de que os próximos depoimentos dos
envolvidos presos nesta sexta abram novas frentes de investigação, como ocorreu
até agora.
As prisões mais importantes ocorridas na sexta-feira
foram do diretor-presidente da empresa Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho;
do diretor-presidente de desenvolvimento comercial da Vital Engenharia, empresa
do Grupo Queiroz Galvão, Othon Zanoide de Moraes Filho; do diretor de operações
da Iesa Óleo & Gás, Otto Garrido Sparenberg; do agente federal Jayme Alves
de Oliveira Filho e do ex-diretor da Petrobras, Renato de Souza Duque.
Diante do fato de que o operador do mensalão, Marcos
Valério, condenado a 37 anos de prisão, continua preso, enquanto os principais
envolvidos e detentores de cargos importantes no governo, como o ex ministro da
Casa Civil, José Dirceu, receberam penas mais leves e já foram beneficiados com
prisão domiciliar, não será surpresa se executivos e altos funcionários das
empreiteiras concordarem em colaborar com as investigações, através da delação
premiada, com a possibilidade de penas mais leves e até absolvição.
Na última quarta-feira (12), Janot confirmou que mais
investigados fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público
Federal. Segundo ele, três acordos aguardam homologação da Justiça e mais cinco
ou seis estão em curso. A lista se ampliará depois das ações de sexta-feira
(14). Estas delações e a busca de provas sobre elas serão os elementos que o
procurador espera para formalizar as denúncias contra os políticos no
STF.
Por conta disso, os próximos dias serão de muita tensão
em Brasília, principalmente pela promessa da presidente Dilma Rousseff de
anunciar o seu ministério para o segundo mandato e a disputa acirrada entre PT
e PMDB pelo comando das suas casas do Congresso Nacional, hoje nas mãos do
PMDB. (ABr)
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