CARDOZO OBEDECE DILMA
E
DEFENDE AS EMPREITEIRAS
Em evento nesta quarta-feira, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, repercutiu a linha defendida pela presidente Dilma Rousseff no
sentido de excluir as empreiteiras das punições pelos crimes praticados por
seus diretores e controladores:
"Do ponto de vista das empresas, me parece que há um
desejo claro, que não afasta as punições de quem deva ser punido, e que nós não
criemos situações que atrapalhem a vida econômica dos brasileiros. (É preciso)
punir quem tem que ser punido. Economicamente tem de tomar as medidas
necessárias para que o mercado não sofra nenhum abalo. Aliás, é perfeitamente
possível o rigor da lei e a saúde econômica", disse o ministro
A declaração ocorre no dia em que o juiz federal Sérgio
Moro, em ofício ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), disse que “a única
alternativa eficaz” para afastar o risco à ordem pública seria suspender todos
os contratos com a Petrobrás e com todas os outros setores da administração
pública.

As obras paradas da Petrobras e das empreiteiras
investigadas pela Polícia Federal devem afetar a projeção para os investimentos
em infraestrutura e até a expectativa para o crescimento do PIB, de acordo com
estimativa da Tendências Consultoria. A empresa, que calculou o peso das
empreiteiras nos projetos do País, acredita que o resultado das apurações contra
corrupção podem retirar até 1,5% do crescimento econômico em 2015: "O
impacto deve ser maior do que imaginávamos anteriormente", afirma a
analista Alessandra Ribeiro.
As centrais sindicais apontam que, em menos de dois meses,
empresas envolvidas na operação Lava Jato demitiram mais de 12 mil
trabalhadores em todo o Brasil. Muitas delas entraram em processo de
recuperação judicial.
Além disso, no dia 21, a Alumini Engenharia S/A teve pedido
de recuperação judicial aprovado pelo juiz da 2ª Vara de Falências de São
Paulo. A empresa é a primeira das citadas na Operação Lava Jato a entrar com
pedido, protocolado no último dia 15.
A construtora ainda não está sob investigação formal nem
teve nenhum de seus diretores presos, mas deixou de receber R$ 1,2 bilhão em
aditivos contratuais.
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