A CRONOLOGIA DOS DESASTRES
DE UM GOVERNO INCOMPETENTE

A sequência da desastrosa ação do Governo do Estado do
Rio começou tragicamente no Réveillon de 2009, com deslizamento de terras em
Angra dos Reis, deixando elo caminho um rastro de destruição e morte.
O drama se repetiu em abril de 2010, quando uma montanha
de lixo conhecida como Morro do Bumba, em Niterói, ex capital fluminense, ruiu
levando de roldão dezenas de casa.
Em janeiro de 2011, a combinação de fortes chuvas com a
imprevidência governamental arrasou as cidades de Petrópolis, Teresópolis, Nova
Friburgo, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal, na Região Serrana
do Rio. Os bombeiros, com a imprescindível ajuda de voluntários, resgataram 961
corpos, inclusive toda uma guarnição do CBM que seguia em socorro às vítimas da
tragédia, enquanto 345 pessoas continuam desaparecidas.
A ligação dessas tragédias previsíveis está na corrente
que une prefeitos irresponsáveis, que permitem, por razões eminentemente eleitoreiras,
construções em áreas de risco, como barrancos, ou alagadiças, como as margens
dos rios, com um Governo do Estado obcecado pela Zona Sul e a Barra da Tijuca,
bem como por dois temas do agrado de empresários da construção e do turismo: a
Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Para coroar essa aliança do oportunismo político com o
favorecimento pessoal, o Governo Federal tem sido pródigo em fornecer recursos,
a fundo perdido, para obras na área da mobilidade urbana que se arrastam
enquanto sorvem bilhões, como o Arco Metropolitano, a ligação Barra-Galeão, a
duplicação de vias importantes como a Via Light, a Av. Governador Leonel
Brizola (de apenas 15 km).
Outro ponto que liga o Governo do Estado a essas
tragédias é a demora em executar as obras de contenção de encostas, remoção de
famílias de áreas de risco e construção de casas em terrenos firmes, para
abrigar os sobreviventes de tanta incúria política e administrativa.
►NÃO FALTOU AVISO SOBRE
DESASTRES
No dia 17 de novembro de 2011,
um ano antes das últimas eleições, o presidente do Serviço Geológico do Estado
(DRM-RJ), Flavio Erthal esteve no Teatro Raul Cortez, em Duque de Caxias, para falar sobre o mapeamento
de áreas de risco realizado e na Baixada Fluminense.

“Continuamos à disposição para
apoiar os municípios na estruturação de seus Planos de Emergência frente a
escorregamentos generalizados, cuja estruturação básica engloba: listagem das
ações de prevenção e remediação levadas a termo por todas as secretarias;
ratificação ou retificação do Cadastro de Moradias Interditadas (via BO);
montagem de grupo reduzido e específico para comunicação em situação de crise”,
explica Flavio Erthal.
O Sistema de Meteorologia do
Estado (SIMERJ) e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) também estarão
apresentando os seus projetos para Baixada, juntamente com a Defesa Civil
Estadual.
No Mapa de Risco relativos a
Duque de Caxias, foram indicados 92 pontos passíveis deslizamento,
desmoronamento e até inundação, incluindo o Distrito de Xerérm, atingido por um
temporal nos primeiros dias de janeiro último.
►CHEFE DA DEFESA CIVIL
DEMITIDO
No dia 11 de janeiro último,
poucos dias depois da tragédia de Xerém, que deixou dezenas de famílias ao
relento e matou um funcionário da Cedae que cuidava de um dos reservatórios da
empresa no rastro Distrito, o “Caxias Digital’ reproduzia a seguinte nota,
postada nesse blog:

O tenente-coronel CB José
Ronaldo dos Reis (foto), ex-Coordenador da Defesa Civil de Duque de Caxias, em
correspondência enviada ao moderador do blog do Alberto Marques, confirmou a
existência de relatório sobre de 98 áreas de risco em Duque de Caxias, mapeadas
pela Secretaria de Estado do Ambiente e entregue ao Governo municipal durante
uma reunião em junho de 2012, da qual participaram, além do coronel Ronaldo, o
vice-prefeito e médico Jorge Amorelli e técnicos do INEA e da Defesa Civil do
Município.
Em seu blog (http://blogdocoronelronaldo.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html), além de comentar o referido documento, o coronel Ronaldo Reis postou
cópias dos relatórios, indicando cada ponto onde havia risco de
desmoronamento/escorregamento. Por conta do seu atrevimento em tornar público
um documento que deveria ser mantido no mais completo sigilo, o Coronel foi
demitido do cargo de Coordenador da Defesa Civil, mesmo depois de ter
conseguido uma verba de R$ 1 milhão junto ao Ministério da Integração Nacional
para reaparelhamento da Defesa Civil do município e R$ 500 mil do Ministério
das Cidades para o mapeamento detalhado das áreas de risco em todo o município.
Além das vidas ceifadas e da
destruição causadas pela enxurrada, o que poderia ter sido evitado com
investimentos, a fundo perdido, da irrisória quantia de R$ 1,5 milhão, terá de
ser reconstruído ao custo de pelo menos R$ 30 milhões, segundo as primeiras
estimativas do prefeito Alexandre Cardoso.
O Coordenador da Defesa Civil
Reinaldo Reis foi demitido pelo então prefeito Zito por insistir em distribuir
uma cartilha na rede escolar do município, informando sobre o perigo para quem
morava nos 92 pontos mapeados pelo Serviço Geológico do DRM (estadual), sob o
pretexto de que a cartilha poderia levar pânico á população. As vítimas das
chuvas de Xerém dispensariam, de bom grado, essa preocupação mal explicada do
ex prefeito.
►PATRULHA CONTRA ENCHENTES
O governo do Rio
de Janeiro vai pedir recursos ao governo federal para criação de uma patrulha
que atuará na recuperação de estragos provocados pelas chuvas nos municípios da
Baixada Fluminense. A patrulha terá pessoal treinado e equipamentos como
retroescavadeiras, para retirar entulho e desobstruir rios e ruas.
A criação das
patrulhas foi discutida sexta-feira (13), em reunião do governador Sérgio
Cabral com o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, e o
secretário nacional de Defesa Civil, Adriano Pereira Júnior, além de oito
prefeitos da Baixada Fluminense.
“É uma
força-tarefa para a limpeza de ruas e de casas, com equipamentos que podem ser
comprados ou alugados. É uma patrulha para essas situações de emergência”,
disse Cabral.
O governo
fluminense também deve pedir à União recursos para a conclusão do projeto de
controle de inundações e revitalização dos rios da Baixada Fluminense, que
prevê o desassoreamento desses rios, a construção de reservatórios para captar
o excesso de água e o reassentamento de pessoas que vivem nas margens.
O projeto, que
integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está sendo executado em
três fases. A primeira já foi concluída e a segunda, que tem recursos
garantidos, deve ser iniciada no início do ano que vem. O governo estadual
precisa de R$ 450 milhões para a terceira fase.
Segundo Cabral, o
vice-governador Luiz Fernando Pezão deve se reunir no início da próxima semana
com a ministra Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil da Presidência da
República, para acertar detalhes dos pedidos de recursos.
►CAMPOS CONTRA O CAIXA DOIS
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
presidenciável do PSB, declarou, nesta sexta-feira (13), ser favorável à
proibição de doações de empresas para as campanhas político-eleitorais, que
está sendo votado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Tudo o que vier a diminuir a presença do dinheiro
na campanha política ajuda as forças políticas como a nossa, que nunca tiveram
estrutura para fazer exatamente a campanha. Torço para que isso ganhe força e
crie um grande debate para uma reforma [política] sistêmica. Mas, ao lado
disso, tem que vir também um forte processo de repressão ao caixa dois e ao
dinheiro sujo na campanha", afirmou.
Quatro dos 11 ministros do STF já consideraram que as
doações feitas por empresas, principais financiadoras dos candidatos, são
inconstitucionais.
►CABRAL EM QUEDA LIVRE
O governador do
Rio, Sérgio Cabral (PMDB), tem a quarta pior avaliação entre os 27 governadores
do País, perdendo apenas para a democrata Rosalva Ciarlini (Rio Grande do
Norte), para o petista Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e para o socialista
Camilo Capibaribe (Amapá). É o que aponta a pesquisa Ibope/CNI, divulgada
sexta-feira (13).

De acordo com as
estatísticas, 65% da população do Estado do Rio disseram que não confiam em
Cabral, enquanto apenas 28% declararam que confiam no gestor; 7% não quiseram
responder. No que diz respeito às áreas do sue governo, a saúde foi apontada
por 63% dos entrevistados como o pior setor da gestão do peemedebistas.
Segundo o
levantamento, 40% da população revelaram ter preocupações com a violência; 36%
com o combate às drogas e 30% com o crescimento econômico do estado.
Mais bem
avaliados
Os mais bem
avaliados são os governadores do Amazonas, Omar Aziz (PSD), e de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB). No caso do pessedista, 74% dos entrevistados acham que
sua gestão é ótima ou boa; 17%, regular, e 7%, ruim ou péssima. Apenas 2% dos
ouvidos não responderam.
Em relação ao
chefe do Executivo pernambucano, pré-candidato à Presidência da República, 58%
da população pernambucana avaliam o seu governo como ótimo ou bom; 26%,
regular, 13%, ruim ou péssima; 3% não opinaram.
A pesquisa ouviu
15.414 eleitores acima de 16 anos em 727 municípios, entre os dias 23 de
novembro e 2 de dezembro.
►DEFENSORES DA NATUREZA
Para 240 alunos da rede de ensino do município, quinta-feira (12) foi um
dia muito especial. Eles receberam das mãos da secretária de Meio Ambiente, Lauricy
Silva, o diploma de conclusão do curso de Multiplicadores Ambientais. O
projeto, iniciado em setembro, reuniu estudantes do primeiro segmento de seis
escolas dos 2º, 3º e 4º distritos para capacitá-los, transformando-os em
agentes de conscientização sobre a importância da proteção e preservação do
meio ambiente. A solenidade de formatura foi realizada no Parque Municipal da
Taquara, local onde as aulas aconteceram.
Os multiplicadores fazem parte do projeto Instituto Fábrica de Florestas
(IFF), implantado em Duque de Caxias através de uma parceria firmada entre o
governo municipal e a indústria Braskem. “Nosso país precisa ser exemplo em
preservação. Temos esperança de que conseguiremos mudar esta cidade mas para
isso precisamos sonhar juntos. Este é o primeiro passo para uma grande vitória,
que é a vitória da natureza, a vitória da vida”, declarou a secretária
Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, Lauricy Silva.
Além da formação dos estudantes, a iniciativa prevê a geração de 20 mil
mudas de espécies nativas da Mata Atlântica para serem replantadas na cidade. O
Parque Natural Municipal da Taquara foi selecionado para a instalação do
viveiro, que também funciona como uma sala de aula para os estudantes da
região, como explicou o diretor do Instituto Fábrica de Florestas (IFF), Álvaro
Oyama. “Nesta luta, temos que agradecer a todos que nos apoiam e aqui em Duque
de Caxias, são a Prefeitura, através da secretaria de Meio Ambiente, e a Braskem.
Um dia, vocês, multiplicadores ambientais, poderão dizer aos seus filhos e
netos: eu ajudei a construir aquela floresta”, disse.
► ÔNIBUS DO CONSUMIDOR VAI A BELFORD ROXO
O ônibus da Comissão de Defesa do Consumidor da
Assembleia Legislativa prestará atendimento no município de Belford Roxo, na
Baixada Fluminense, de segunda (16) a quarta-feira (18/. Ele ficará estacionado
na Estrada Manoel de Sá – no entorno da Praça Três Amigos –, no Bairro Lote XV,
onde atenderá a população das 9h às 17h.
“O trabalho do ônibus é importante por causa das
prestações de serviços deficitários, como água, luz, gás e coleta de lixo. Em
muitos lugares ainda temos reclamações constantes sobre a questão do asfalto,
do saneamento básico e da iluminação pública”, informa o deputado Luiz Martins
(PDT), que preside a comissão encarregada do serviço.
Os casos que não puderem ser resolvidos no local serão
encaminhados online para sede da comissão, no Edifício Leonel de Moura Brizola,
na Rua da Alfândega, 8, Centro, Rio de Janeiro. Os consumidores ainda podem se
dirigir ao térreo desse endereço, onde estão disponíveis guichês de
atendimento. O serviço funciona nos dias úteis, das 10h às 16h. Os interessados
em entrar em contato com a comissão para tirar dúvidas ou fazer reclamações de
serviços e produtos podem também fazê-lo através do atendimento telefônico, o
Disque Defesa do Consumidor (0800 282 7060), ou pelo site http://www.alerj.rj.gov.br/cdc/.
►CPI DAS CONSTRUTORAS OUVE URBANISTA E OAB
A CPI das Construtoras da Assembleia Legislativa do Rio
de Janeiro ouvirá nesta segunda (16) o
arquiteto e urbanista, Canagé Vilhena e o coordenador da Comissão de Direito
Imobiliário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Frederico Price.

►ZARUR NÃO DEPÕE NA CPI DA SANTA CASA
O antigo provedor da Santa Casa de Misericórdia, Dahas Zarur, não
compareceu na sexta-feira (13) à CPI da
Santa Casa de Misericórdia da Assembleia Legislativa do Rio para prestar
depoimento. O advogado de Zarur, Fernando Thompson, alegou motivos de saúde
para a sua ausência e entregou um atestado médico à comissão.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Domingos Brazão (PMDB),
Zarur será convocado de novo. “A nós, cabe acatar. Ele se colocou à disposição
para uma nova convocação, mas caso isso não aconteça e se nós percebermos que
há por trás disso alguma manobra, vamos tentar ouvi-lo em sua residência”,
disse o parlamentar.
Brazão afirmou que outras pessoas serão ouvidas pela CPI: “Também iremos
convocar o Raimundo Marcelo, responsável pela administração dos imóveis da
Santa Casa, além do Ministério do Trabalho, para saber como está a situação dos
funcionários”.
O deputado disse ainda que pretende convocar a Comissão Municipal de
Cemitérios para que dê explicações sobre os documentos apreendidos pela CPI.
►ENTRE PANETONES E ESPUMANTES
O Conselho Comunitário de Segurança Pública de Duque de
Caxias realiza nesta segunda (16) o último café da manhã do ano. Será na sede
da OAB/Caxias, na Rua Passo da Pátria, no 25 de Agosto, mas a pauta está sob
sigilo. É que na última reunião do Conselho, realizada num Ciep do bairro
Amapá, os integrantes do Conselho e moradores da região foram “recepcionados”
por dois cadáveres deixado no caminho para o CIEP, numa afronta às Polícias
Civil e Militar que integram o Conselho.
Além dos dois corpos com marcas de muitos tiros, os
moradores do Amapá se confessaram abandonados pelo Poder Público, citando, além
do problema da (falta de) Segurança, a suspensão da linha de ônibus que ligava o
Amapá à Central do Brasil. Segundo a empresa concessionária da linha outorgada
pelo Detro (estadual), o motivo da suspensão dos serviços é decorrente do
excesso de buracos na estrada que liga o Amapá à BR-O40. A razão dos buracos,
além da falta de manutenção por parte do Governo, é o tráfego pesado de carretas
que trabalham na construção do Arco Metropolitano, que o ex presidente Lula
prometera, em discurso assistido pelo governador Sérgio Cabal, inaugurar antes das eleições de 2010.
Nesta segunda-feira, devido à proximidade do Natal, a
conversa deverá ser mais amena e em torno de uma mesa guarnecida por nozes, avelãs, panetone e espumantes estupidamente gelados.
SE A VOZ DO POVO É DELE...
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