DE PIRES NAS MÃOS
MUNICÍPIOS
NÃO CUMPREM METAS DO
PNE
Dirigentes municipais apontam a falta de recursos como dificuldade para cumprir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado quarta-feia (28) pela Câmara dos Deputados. Faltam professores, infraestrutura, materiais, e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), segundo os gestores, não é suficiente. Os municípios devem investir no mínimo 25% da arrecadação em educação. Por lei, pelo menos 60% do fundo devem ser usados para pagamento de salários dos professores em exercício.
Dirigentes municipais apontam a falta de recursos como dificuldade para cumprir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado quarta-feia (28) pela Câmara dos Deputados. Faltam professores, infraestrutura, materiais, e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), segundo os gestores, não é suficiente. Os municípios devem investir no mínimo 25% da arrecadação em educação. Por lei, pelo menos 60% do fundo devem ser usados para pagamento de salários dos professores em exercício.
Em Jaboatão dos Guararapes (PE), 80% do Fundeb é
comprometido com a folha de pagamento. "Tivemos que tirar dinheiro de
construção para colocar na educação básica", diz o secretário executivo de
Educação de Jaboatão, Francisco Amorim. A preocupação é ter que incluir, por
lei, todas as crianças de 4 e 5 anos. "Seremos cobrados, e não temos
recursos", diz.
O PNE estabelece metas para a educação a serem cumpridas
nos próximos dez anos. Entre as diretrizes estão a erradicação do analfabetismo
e a universalização do atendimento escolar. O plano destina também 10% do Produto
Interno Bruto (PIB, soma das riquezas e bens produzidos no país) para a
educação até o final dos dez anos - atualmente são investidos 5,3% do PIB.
Grande parte dos recursos vem dos municípios, 2,3% do
PIB, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), que constam no Anuário Brasileiro da Educação Básica de
2014, do movimento Todos pela Educação. Os estados gastam o equivalente
a 2,2% do PIB, e a menor fatia, de 1% do PIB, cabe à União. A intenção é que,
com o PNE, aumente o percentual da União.
A secretária de Educação de Natal, Justina Iva de Araújo
Silva, diz que no município, todo o Fundeb é comprometido com o pagamento da
folha. "Não se pode discutir plano sem discutir financiamento. Sem que
chegue mais recurso, não adianta fazer um plano bonito, que ele não será
executado".
A questão foi reforçada pela presidenta da União Nacional
dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, na abertura do
6º Fórum Nacional Extraordinário da entidade, encerrado em Florianópolis nesta
sexta-feira (30).
"As metas do PNE são claras, são factíveis.
Precisamos de receitas novas e olhar a educação como prioridade de fato. Ela é
de direito, mas não é de fato".
A educação contará com a destinação de 75% dos recursos
dos royalties do petróleo, pela
Lei dos Royalties sancionada no ano passado. No entanto, apenas esses recursos
não serão suficientes para atingir a marca de investimento de 10% do PIB, que
significam R$ 240 bilhões a mais. No final do ano passado, o então ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, disse não ter fonte segura que garanta esse
recurso. (ABr)
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