terça-feira, 16 de dezembro de 2014

SOBE PAR 19 A LISTA DE RÉUS
NO PROCESSO DO PETROLÃO 
Responsável pelas investigações da Operação Lava Jato em primeira instância, o juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta segunda-feira (15) mais denúncias feitas pelo Ministério Público contra investigados no esquema bilionário de corrupção na Petrobras, totalizando 19 réus até agora. A maioria dos novos denunciados operava para as empreiteiras OAS e Galvão Engenharia. Mais cedo, o juiz havia acatado acusação de outras nove pessoas. As decisões referem-se à sétima fase das investigações, que apura a participação de executivos e representantes de nove grandes empreiteiras em fraudes nos contratos com a estatal, em montante estimado em R$ 59 bilhões.
De acordo com o juiz, há provas e depoimentos de delação premiada, feitos por Youssef e Paulo Roberto Costa, de que os contratos assinados entre a OAS e empresas controladas pelo doleiro foram feitos sem a comprovação da prestação dos serviços. “Em decorrência do esquema criminoso, os dirigentes da OAS teriam destinado pelo menos 1% sobre o valor dos contratos e aditivos à Diretoria de Abastecimento da Petrobrás. Parte dos valores foi paga a Paulo Roberto Costa, enquanto ele ainda era diretor de Abastecimento, e outro montante após a saída dele”, afirmou o juiz.
Em seu despacho, ele diz que “depósitos vultosos” demonstram a ilicitude de algumas operações. “Mais do que os depoimentos prestados pelos criminosos colaboradores, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, além daqueles prestados por outros acusados e testemunhas, há prova documental dos contratos celebrados entre a Galvão Engenharia e as empresas controladas por Youssef, com a realização de depósitos vultosos sem aparente causa econômica lícita, e que bastam para conferir, nessa fase, credibilidade à denúncia”, acrescentou Sérgio Moro.
Na semana passada, o Ministério Público Federal no Paraná denunciou 36 pessoas investigadas na sétima fase da Operação Lava Jato. A maioria delas é ligada às empreiteiras. Entre os suspeitos que podem virar réus, decisão que é aguardada ainda para esta semana, estão Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), suspeito de ser o emissário de Youssef no pagamento de propinas; Angelo Alves Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior; Antonio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini, advogado que seria receptador de propina de Youssef; e Dalton Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa.

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