ODEBRECHT EMBOLSOU R$ 3 BI COM
PROJETO DO SUBMARINO NUCLEAR
Em 2012, a Odebrecht se tornou a primeira empreiteira a
receber mais de R$ 1 bilhão do governo federal. O motivo do alto “rendimento”
foi o programa de submarinos da Marinha. O projeto recebeu R$ 3,3 bilhões de lá
pra cá, deixando a Odebrecht no topo do ranking de empreiteiras da União. O
volume dos negócios chamou a atenção da Polícia Federal depois que a empresa
foi alvo da Operação Lava Jato. Em ação no início da semana, a PF procurou
documentos para embasar suspeitas de que houve irregularidades na execução do
programa.
As suspeitas surgiram em etapas anteriores da Lava Jato, em
que a Odebrecht foi alvo das investigações. Os recursos destinados à
empreiteira, maior parceira nacional do projeto, visavam a construção de
submarino de propulsão nuclear, que tem previsão de ser colocado no mar em
2025. Além disso, a Odebrecht está implantando estaleiro e base naval para a
construção e manutenção de submarinos convencionais e nucleares, em Itaguaí, no
Rio de Janeiro.
O projeto chegou a receber R$ 1,13 bilhão no ano passado.
Em 2013, o valor foi de R$ 833,2 milhões e em 2012, primeiro ano das obras, R$
1,12 bilhão foi repassado para que a empresa tocasse as obras. A previsão é que
o empreendimento custe R$ 25 bilhões aos cofres públicos.
Neste ano, os valores diminuíram. Até o momento, R$ 214
milhões foram repassados pelo governo federal para o programa. A previsão no
orçamento é que R$ 1,4 bilhão fosse investido. De acordo com a Marinha, no
entanto, para além das investigações da Lava Jato, o programa também enfrenta o
ajuste fiscal deste ano. Houve redução de R$ 719,1 milhões no valor a ser
investido este ano.
“Em face desse ajuste fiscal, o cronograma
físico-financeiro do PROSUB vem passando por ajustes proporcionais ao valor
inicialmente previsto e ao referido corte” explicou a Marinha. A Pasta ainda
ressaltou que os objetivos do projeto serão concretizados. Assinado em 2009, o
programa é parte do acordo militar Brasil-França, o maior da história do país.
O trato foi uma das estrelas do segundo mandato de Lula. A parceria prevê que
os franceses fornecerão tecnologia para a construção de quatro submarinos
convencionais, movidos por motores diesel-elétricos, e um nuclear – a menina
dos olhos dos almirantes, já que apenas seis países operam esse tipo de
armamento hoje. A fabricação já está em curso, com seções do primeiro modelo
convencional sendo integradas no Rio.
A Odebrecht foi subcontratada pelo estaleiro DCNS francês
para assumir as obras da nova base por € 1,7 bilhão. A DCNS ter longo currículo
de acusações de pagamentos de propina e outras suspeitas em negócios com os
mesmos submarinos na Índia e Malásia. Os franceses sempre negaram
irregularidades. A Odebrecht nega acusações contra ela no âmbito da Lava Jato.
*Com informações jornal Folha de S. Paulo
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