CÂMARA RESPIRA ALIVIADA
COM RENÚNCIA DE GENOÍNO
O pedido de renúncia
apresentado nesta terça-feira (3) pelo deputado licenciado José Genoino (PT-SP)
poupará a Câmara de um desgaste político-institucional, afirmam parlamentares
de partidos de oposição.
Segundo os oposicionistas, se
o processo de cassação fosse aberto e Genoino absolvido, haveria um desgaste
com o Supremo Tribunal Federal (STF).
"Seria ruim o STF tomar
uma decisão da importância que tomou e nós fazermos o contrário. Estaríamos
cometendo crime de desobediência", disse o líder do PPS na Casa, Rubens
Bueno (PR). Para ele, a renúncia de Genoino não surpreendeu. "A renúncia,
definitivamente, acaba com o processo na Câmara e não ficaremos mais com este
desgaste para a Casa."
"Foi uma atitude que
todos nós esperávamos, foi de bom-senso para não constranger mais esta Casa,
que já deveria ter cumprido a decisão do STF de dar como cassados todos os
deputados envolvidos na Ação Penal 470, o [processo do] mensalão", disse o
líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
O líder do PSD, Eduardo
Sciarra (PR), fez a mesma avaliação e considerou a renúncia "de bom
tamanho para a Câmara". Sciarra ressaltou que, com a decisão de
renunciar, Genoino procurou se poupar, não só do constrangimento, levando
também em conta os problemas de saúde que enfrenta.
A renúncia de Genoino
suspendeu a instauração de um processo de cassação de mandato. De acordo com a
Mesa Diretora da Câmara, a decisão não invalida o pedido de aposentadoria apresentado pelo parlamentar no início de setembro.
A junta médica da Câmara que examinou o deputado determinou que ele seja submetido a nova perícia em 90 dias. Segundo o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o parecer é que vai determinar se a aposentadoria será concedida. (Agência Brasil)
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