CNBB DENUNCIA A FALÊNCIA DO
SISTEMA CARCERÁRIO DO PAÍS
A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – divulgou nesta
quinta (6) nota em que manifesta repúdio aos fatos ocorridos desde o início do
ano no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. No comunicado, a CNBB
destaca a falência do sistema carcerário brasileiro e cobra uma reforma urgente
nos presídios de todo o país.
“É lamentável que o Estado e a sociedade só tenham olhos para a situação
carcerária quando os presídios são palco de cenas estarrecedoras, como as do
Maranhão. Nesses casos, as soluções emergenciais propostas não enfrentam os
problemas nas suas raízes, nem levam às reformas estruturais que requer o atual
sistema penitenciário”, acrescenta a nota.
Em entrevista coletiva, o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich,
disse que a falência do sistema prisional brasileiro é sustentada por uma
política de encarceramento em massa. Ele lembrou que, dos mais de 500 mil
presos no país, cerca de 40% aguardam julgamento e milhares de outros milhares
estão com penas já vencidas.
“Não se trata de números, mas de pessoas presas. Quase sempre, quando
temos dados, temos números, não temos rostos”, ressaltou. “Nossas prisões não
possibilitam uma vida digna e uma reinserção social”, completou.
Durante a cerimônia, a Igreja lançou, em parceria com a Cáritas
Brasileira, uma campanha de solidariedade ao povo sírio. O presidente da CNBB,
cardeal Raymundo Damasceno, ressaltou que mais de 6 milhões de pessoas tiveram
de ser deslocadas internamente na Síria por causa da situação de guerra civil
que o país vive desde 2011, enquanto 2 milhões se refugiaram em países
vizinhos.
“A situação exige de nós um gesto concreto de solidariedade para com
eles. Fazemos esse apelo a toda a população do Brasil”, afirmou dom Damasceno.
As informações sobre como fazer as doações podem ser encontradas no site da
Cáritas. (Paula Laboissière - Agência Brasil).
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