ONG CRIADA PELO PAI DE EX MINISTRO
RECEBEU R$ 1,5 MILHÃO DO GOVERNO
Os recursos desembolsados pelo governo federal para a
Koinonia, ONG fundada pelo pai do ex ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
chegaram a R$ 1,5 milhão entre 2001 e 2014. O montante foi transferido para a
organização por meio dos ministérios da Justiça, Esporte, Desenvolvimento
Agrário e Cultura. Na lista de parceiros na administração federal também estão
as secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e de Direitos
Humanos, ligadas à Presidência da República.
Em 2004 e 2005, as ordens bancárias para entidade somaram
R$ 60 mil e R$ 244,6 mil, respectivamente. Em 2010, os valores repassados foram
de R$ 117,5 mil, passando para R$ 400 mil em 2011 e R$ 195,7 mil em 2012. No
ano passado, as cifra recebida pela Koinonia foi de R$ 211,7 mil. Em 2014, os
valores já somam R$ 262,2 mil. Nos anos de 2001, 2002, 2003, 2006, 2007, 2008 e
2009 não foram emitidas ordens bancárias para a ONG.
De acordo com o Portal da Tranparência, a ONG já teve
pelo menos nove convênios com o governo federal. Do total, oito contratos foram
firmados depois que o PT chegou ao poder em 2003. De acordo com o site, os
convênios somaram a quantia de R$ 1,55 milhão.
Até quinta-feira (30), a ONG também possuía convênio com
o Ministério da Saúde, no valor de R$ 199,8 mil. No entanto, o órgão cancelou o
acordo firmado com a ONG no dia 28 de dezembro de 2013 para prestar serviços de
“promoção e prevenção de vigilância em saúde”. A parceria, no entanto, ainda
consta no portal.
O convênio com valor mais elevado firmado entre a
Koinonia e o governo federal foi por meio do Ministério do Esporte. O contrato
de R$ 400 mil foi feito para o desenvolvimento de atividades de esporte
recreativo e de lazer em 4 núcleos para atendimento de 1,6 mil crianças e
adolescentes, jovens, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais.
As atividades foram realizadas no município de Duque de Caxias.
Em nota encaminhada à imprensa, a Koinonia informou que
grande parte da receita da entidade é obtida por meio do financiamento das
entidades e organismos internacionais. Segundo a organização, em 2013, do total
do orçamento da entidade, 85,96% foi composto por doações internacionais e
nacionais não-governamentais.
De acordo com a Koinonia, Anivaldo Padilha, apontado como
fundador da ONG, é associado da entidade e exerceu a função de Secretário de
Planejamento e Cooperação, de 01 de janeiro de 2007 a 25 de setembro de 2009.
Em 2009, a organização afirma que Anivaldo Padilha
entregou carta pedindo afastamento das funções de Secretário de Planejamento e
Cooperação, na véspera da posse de Alexandre Padilha como ministro da
Secretaria de Relações Institucionais do governo federal.
Filiado ao PT e pré-candidato do partido ao governo de
São Paulo, Padilha disse que mandou cancelar o convênio com a ONG ligada a seu
pai. Segundo ele não há irregularidades, mas é preciso “poupar a instituição [a
ONG] da exploração politica que se vai tentar fazer”. Ele também afirmou que
vai “entrar em uma missão em que cada ato vai querer ter exploração politica” e
que precisa não deixar dúvidas sobre a “lisura” de seus atos no ministério. “Eu
tomei a decisão hoje de solicitar ao jurídico do ministério que tome todas as
medidas legais possíveis para cancelar esse convênio”, disse.
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