SUL TEM 76% DAS
FAMÍLIAS
ENDIVIDADAS, DIZ
PESQUISA
A Região Sul concentrou o maior número de famílias
endividadas no ano passado (76%), contra uma média nacional de 62,5%. O dado
consta do Perfil Regional de Endividamento e Inadimplência 2013, divulgado
nesta terça(4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC). O estudo foi elaborado com base na Pesquisa de Endividamento e
Inadimplência do Consumidor (Peic) da entidade, de periodicidade mensal.
A economista Marianne Hanson, da CNC, disse à Agência Brasil que o Sul vem
registrando um crescimento acentuado das concessões de crédito, com base
em dados do Banco Central para operações acima de R$ 1 mil. Marianne
destacou que, além de a Região Sul ter mais famílias declarando
endividamento, essas famílias demonstram um pessimismo maior em relação à
quitação de suas dívidas, em comparação às demais regiões do Brasil. Em
torno de 8,8% das famílias sulistas se declararam sem condições de pagar contas
em atraso. No Brasil, esse percentual caiu de 7,1%, em 2012, para 6,9%, no ano
passado.
“A Região Sul não é a região com maior índice de
inadimplência, mas tem o maior índice de famílias que estão inadimplentes e
dizem que vão continuar inadimplentes. Elas têm uma perspectiva pouco favorável
em relação à sua capacidade de pagamento”. Segundo a economista, o
endividamento maior na Região Sul não está ligado a uma taxa de inadimplência
alta, mas está levando as famílias a ficarem mais pessimistas em termos de
sua capacidade de pagamento.
A Região Sudeste mostrou o menor percentual de
endividados, 56,3%, e também a menor taxa de inadimplentes (18,8%). “Não só tem
um número menor de famílias endividadas, como tem uma menor proporção de
famílias com conta em atraso”. Marianne Hanson esclareceu que isso tem muito a
ver com a parcela da renda comprometida com o pagamento mensal de
dívidas, em torno de 27,8% no Sudeste, contra uma média no Brasil de
30,2%.
A modalidade de dívida mais citada pelas famílias de
todas as regiões foi o cartão de crédito (76,4%), com ênfase para o
Nordeste (81,7%). Marianne salientou que desde 2010, o cartão de crédito vem
sendo apontado pelas famílias, a cada ano, como o principal tipo de dívida. A
segunda modalidade de endividamento mais citada em 2013 foram os carnês, com
média no Brasil de 16,9%. O Norte foi a região que concentrou o maior
percentual de dívidas por carnês (45,8%).
A economista da CNC disse que o alongamento do prazo de
pagamento permitiu que as famílias acomodassem suas dívidas sem aumentar muito
o comprometimento médio com o endividamento. “Isso ajuda a manter a
inadimplência em patamar baixo”. (Alana Gandra - Agência Brasil)
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