JUSTIÇA FEDERAL
PROÍBE USO DOS
APLICATIVOS SECRET E CRYPTIC
A 5ª Vara Cível de
Vitória (ES) determinou, em decisão do dia 18, que a Apple e a Google removam
remotamente o aplicativo Secret
de suas lojas oficiais, e também dos smartphones dos usuários que já os
instalaram. A medida também vale outro aplicativo similar, o Cryptic, da Microsoft.
A rede social que
compartilha segredos anonimamente se tornou febre entre internautas brasileiros
desde que foi disponibilizado em português, no fim de julho. O Secret foi lançado nos Estados
Unidos e chegou a ser o segundo aplicativo mais baixado no país.
De acordo com o
Ministério Público do Espírito Santo, autor da ação civil pública, diversas
pessoas estão sendo vítimas de constrangimentos e ilícitos contra a honra sem
que possam se defender, dado o anonimato das postagens no aplicativo. Segundo o
texto, o Secret e o Cryptic fornecem o
instrumento apto ao cometimento do chamado “bullying virtual”.
Na decisão, o juiz
Paulo Cesar de Carvalho afirma ser “flagrante o potencial lesivo dos
aplicativos Secret e do
seu similar Cryptice, já
que não só permitem como incentivam compartilhamento de frases e fotos sem que
haja identificação de quem postou, havendo possibilidade, ainda, de destacar os
segredos “mais curtidos”, incrementando eventual lesão.
Nos termos do art.
5º, IV, da Constituição Federal, “é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato”. Todavia, o inciso X, do mesmo dispositivo, garante que
“são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurando o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação”.
As empresas têm um
prazo de dez dias para realizar a remoção dos aplicativos. Caso contrário, a
decisão prevê uma multa diária de R$ 20 mil.
Procurados, o Google
informou que ainda não foi notificado da decisão e não comenta específicos. De
acordo com o porta-voz do Google, "qualquer pessoa pode
denunciar um aplicativo se julgar que o mesmo viola os termos de uso e
políticas da Google Play ou a lei brasileira. O Google analisará a denúncia e
poderá remover o aplicativo, se detectar alguma violação". (Com Agência
Brasil)
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