PF VAI INDICIAR 18 SUSPEITOS DE
FRAUDAR FINANCIAMENTOS DA CAIXA
A
Polícia Federal (PF) diz que já tem elementos suficientes para indiciar 18 suspeitos
de envolvimento em um esquema de fraude em financiamentos imobiliários
concedidos pela Caixa Econômica Federal no Maranhão. A suspeita de
irregularidades resultou na deflagração, na segunda-feira (18), da Operação
Cartago. Não está descartado o envolvimento de outras pessoas.
Segundo
o delegado federal responsável pela operação, Sandro Jansen, pesam contra os 18
suspeitos “fortes indícios” de participação em irregularidades. Entre eles, há
12 servidores da Caixa. Jansen informou que também devem ser indiciados seis
investigados, além de parentes e pessoas próximas dos servidores que atuavam
como laranjas do esquema, assumindo como sua a propriedade de escritórios de
representação imobiliária pertencentes aos funcionários da Caixa.
Embora
ainda não saiba precisar o valor obtido ilegalmente pelo esquema, o delegado
afirma que informações obtidas com autorização judicial na Receita Federal
apontam que seis suspeitos fizeram movimentações acima de R$ 1 milhão e 12
acima de R$ 500 mil, totalizando R$ 12 milhões.
Ainda
não está claro de quanto os suspeitos se apropriaram a título de taxa de
corretagem, mas, segundo a PF, os correspondentes bancários irregulares
recebiam, em média, 3% do valor do financiamento concedido pela Caixa. Há
indícios de que o grupo atuava em pelo menos seis agências da capital
maranhense desde 2010 e que os mais de 5 mil contratos sob suspeita assinados
durante o período totalizem movimentação financeira em torno de R$ 500 milhões.
“Ainda
estamos em fase de análise da documentação e dos depoimentos das 18 pessoas
ouvidas ontem [18] e continuaremos as investigações, mas já há elementos
suficientes para pedir o indiciamento”, disse o delegado à Agência Brasil, destacando que a
Polícia Federal investiga o esquema há dois anos.
Nesse
período, a PF concluiu que os servidores da Caixa criavam empresas fictícias em
nome de parentes ou pessoas próximas. As empresas eram, então, contratadas para
prestar serviços como correspondentes bancários imobiliários, pelos quais
recebiam comissões, mesmo com os contratos sendo fechados nas próprias agências
da Caixa pelos funcionários ligados ao esquema.
Ainda
de acordo com a PF, escritórios de atendimento aos interessados foram montados
no interior das agências bancárias, usando espaço físico e equipamentos da Caixa.
Os empregados dessas empresas chegaram a ter acesso às senhas restritas de
empregados do banco público. Pelas regras da própria Caixa e do Banco Central,
correspondentes bancários estão proibidos de ter parentes trabalhando nos
bancos e de trabalhar dentro de agências e postos de atendimento. (Agência
Brasil)
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