domingo, 19 de outubro de 2014

URUGUAI TEME QUE DERROTA DE DILMA
ATRAPALHE AS OBRAS DO NOVO PORTO 
O porto de águas profundas, uma das maiores obras de infraestrutura que o governo do Uruguai planeja, depende das próximas eleições do Brasil, afirmou neste sábado (17) o presidente do Uruguai, José Mujica. "Tenho a palavra da presidente do Brasil de apoiá-lo, se não eu não teria entrado nessa dança", afirmou Mujica, em entrevista exclusiva para a emissora Radio El Espectador.
No próximo domingo (26), quando ocorre o segundo turno no Brasil, também serão realizadas no Uruguai as eleições gerais, nas quais, segundo as pesquisas, o candidato da coalizão governante de esquerda Frente Ampla, o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), deverá ser o mais votado, porém com empate técnico entre Vázquez e Luis Alberto Lacalle Pou, do Partido Nacional, o que pode levar o pleito a segundo turno.
A construção de um porto de águas profundas no departamento (estado) de Rocha, no leste do Uruguai, perto da fronteira com o Brasil, é um dos principais projetos de infraestrutura do governo de Mujica, que já iniciou o processo de chamado aos interessados.
Cerca de 20 empresas internacionais mostraram interesse no projeto que, segundo estimativas oficiais, custaria entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão. O Governo brasileiro recomendou ao BNDES que reserve o dinheiro necessário para financiar as obras, o que incentivou as grandes empreiteiras – grandes financiadoras das eleições no Brasil – para que organizem consórcios capazes de abocanhar essa grande obra, a exemplo do que ocorreu com o porto cubano de Mariel, construído com financiamento do BNDES mas que o governo cubano acaba de oferecer às empresas norte-americanas diante de uma possível suspensão do bloqueio econômico imposto à ilha desde a tomada do poder por Fidel Castro. O porto uruguaio vai desviar cargas que hoje utilizam os portos de Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR).

O presidente Jose Mujica reconhece que as exportações uruguaias "não justificam" a construção de um porto de águas profundas, mas o projeto "está pensado para a região", destacando que pode ser a saída ao mar para as "milhões de cabeças de gado" do Mato Grosso ou da soja do Paraguai

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