ENVOLVIDAS
EM TRABALHO ESCRAVO
A Justiça
Federal em Bauru, no interior de São Paulo, condenou dois empresários
denunciados pelo Ministério Público Federal por aliciar e reduzir à condição
análoga à de escravo 21 pessoas na zona rural de Pratânia, a 273 quilômetros da
capital paulista. José Alves da Silva e Odairo da Silva convidavam os
trabalhadores no interior de Sergipe, prometendo-lhes bons salários,
alimentação e moradia. Porém, uma vez no município de destino, as vítimas eram
submetidas a condições degradantes de trabalho, jornadas exaustivas e tinham
sua locomoção restringida em razão de dívidas contraídas com os empregadores.
Os réus eram responsáveis pela empresa José Alves da Silva Hortifrutigranjeiros
– ME, que atuava no serviço de colocação de frangos em gaiolas para o futuro transporte
aos frigoríficos.
A Justiça
Federal fixou em quatro anos e seis meses de reclusão a pena dos dois réus para
o crime de reduzir os empregados a condição análoga à de escravo, previsto no
artigo 149 do Código Penal, em regime inicial semiaberto. A sentença determinou
ainda pena de detenção de dois anos para ambos pelo delito de aliciamento, em
regime inicial aberto. Apesar de a empresa José Alves da Silva
Hortifrutigranjeiros – ME ter quitado o acordo feito nos autos da ação civil
pública que tramitou perante a Vara do Trabalho de Botucatu, o compromisso
firmado não afetou o andamento da ação penal, visto que as esferas cível,
criminal e administrativa são independentes.
Fiscalização
do Ministério do Trabalho realizada em 2008, bem como o depoimento das vítimas,
indicou que a jornada de trabalho durava de 17 a 20 horas por dia e que a
empresa não fornecia, de forma gratuita, equipamento de proteção individual,
como luvas e máscaras. Por conta disso, diversos trabalhadores apresentavam
ferimentos pelo corpo. Eles também relataram que eram constantemente ofendidos
por José Alves da Silva, que empunhava uma vara como forma de ameaça.
A fiscalização constatou ainda que o alojamento dos empregados estava em condições precárias. Os quartos não possuíam armários individuais e os alimentos adquiridos ficavam armazenados no chão. Os colchões eram de péssima qualidade e cheiravam a urina. Um dos trabalhadores dormia em uma esteira no chão. O banheiro ficava do lado de fora e não era revestido com material impermeável, o que, com o uso constante, causava bolor e umidade nas paredes. (Proc. Nº 0008803-78.2008.403.6108).
A fiscalização constatou ainda que o alojamento dos empregados estava em condições precárias. Os quartos não possuíam armários individuais e os alimentos adquiridos ficavam armazenados no chão. Os colchões eram de péssima qualidade e cheiravam a urina. Um dos trabalhadores dormia em uma esteira no chão. O banheiro ficava do lado de fora e não era revestido com material impermeável, o que, com o uso constante, causava bolor e umidade nas paredes. (Proc. Nº 0008803-78.2008.403.6108).
►PETROBRÁS FOI ADVERTIDA POR ADVOGADO
Como desdobramento de sua edição anterior, a revista Veja deste fim de semana publica
reportagem informando que, em maio de 2007, o então advogado da estatal junto
ao Tribunal de Contas da União (TCU), Claudismar Zupiroli, encaminhou e-mail à
então secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, em que manifesta
preocupação com o fato de que o TCU estava, à época, fiscalizando a Petrobras
por uso abusivo de decreto presidencial que permite gastos sem licitação.
“Zupiroli informa que há um “voa barata” entre os gestores da Petrobras, que
estavam “com medo do recrudescimento do tribunal em cima deles”, por causa das
contratações sem licitação”, diz trecho do texto.
Na edição da semana passada, Veja demonstrou que indícios da corrupção chegaram ao Planalto
sem que providências efetivas tenham sido tomadas. A semanal veiculou mensagem
eletrônica enviada pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, um dos
delatores do esquema, à então ministra-chefe da Casa Civil, advertindo o
Planalto a adotar uma solução política para as irregularidades detectadas pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) em três obras, ameaçadas de paralisação.
Entre elas, a refinaria de Abreu e Lima em Pernambuco. “O governo seguiu sua
orientação”, diz a reportagem. O Planalto reagiu, em nota, acusando a revista
de “manipulação jornalística”.
Intitulada “A água está chegando ao pescoço”, a reportagem
desta semana diz que também Erenice Guerra nenhuma providência tomou em relação
aos sinais de que um esquema de corrupção estava em curso na estatal,
capitaneado por Paulo Roberto e o doleiro Alberto Youssef, o operador
financeiro das fraudes em contratos. Ambos fazem delação premiada à Justiça, no
âmbito do inquérito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, para diminuir
suas penas.
“Não há registro de que a principal conselheira de Dilma
tenha tomado alguma providência no sentido de ao menos averiguar se havia algo
errado. O que se viu foi que as contratações sem licitação continuaram a todo o
vapor. O primeiro e-mail revelado por VEJA mostrou que o Planalto foi acionado
por Paulo Roberto Costa para não deixar o TCU interromper as obras e, claro, a
dinheirama sem licitação. A mensagem do advogado, bem mais explícita e
eloquente, mandara o mesmo recado dois anos antes”, registra a reportagem deste
fim de semana.
►PEC DAS PREFEITURAS SAI NA TERÇA
O Congresso Nacional realiza, na próxima terça-feira (2), às
11 horas, sessão solene destinada à promulgação da Emenda Constitucional 84,
que garante o aumento de um ponto percentual dos repasses de impostos federais
ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Com a emenda, a partir de julho de 2015 passa a vigorar
metade do novo repasse e, em julho de 2016, a outra metade será acrescida. A
emenda tem origem na PEC 426/14, aprovada nesta quarta-feira pela Câmara dos
Deputados.
A Constituição determina que a União repasse ao FPM um
total de 23,5% do produto líquido da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Com a nova emenda, o total passa
a ser de 24,5%.
Na última previsão da Secretaria do Tesouro Nacional, serão
distribuídos neste ano R$ 65,9 bilhões ao FPM. Até outubro, o Tesouro havia
repassado R$ 49,7 bilhões.
O fundo funciona desde 1967 e já sofreu várias mudanças ao
longo das décadas. Atualmente, é feito um repasse de 22,5% a cada dez dias; e
1% é acumulado durante um ano para repasse integral em dezembro de cada
exercício.
Sistemática semelhante será usada para o repasse adicional
proposto pela emenda para julho de cada ano. O dinheiro será acumulado para
entrega total nesse mês. Dependendo da
arrecadação federal em 2015, a proposta poderá garantir de R$ 1,5 bilhão a R$
1,9 bilhão a mais para os municípios. (Com Agência Senado)
►CAE SABATINA NOVO MINISTRO DO TCU
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza nesta
terça-feira (2), a sabatina do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), indicado por
líderes partidários para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União
(TCU). Ele deverá ocupar na Corte a vaga de José Jorge, que se aposentou ao
completar 70 anos - idade máxima permitida para a permanência no serviço
público.
Nascido em 1963 em Campina Grande (PB), Vital do Rêgo é,
além de político, advogado e médico. Foi vereador em sua terra natal
(1989-1995), deputado estadual por três mandatos (1995-2007) e deputado federal
(2007-2011). Nas eleições de 2010, elegeu-se senador com 869.501 votos.
Seu mandato de senador pela Paraíba, que começou em 2011,
encerra-se em 2019. Se for aprovado pelo Plenário, assumirá em seu lugar no
Senado o primeiro suplente, empresário Raimundo Lira.
No Senado, chegou à presidência de três CPIs, duas mistas
(a do Cachoeira, encerrada, e da Petrobras, em curso) e a exclusiva de
senadores sobre as irregularidades nesta companhia petrolífera. É também
presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e relator de
importantes matérias, entre elas o novo Código de Processo Civil. (Com Agência
Senado)
►SURGE A ENTREGADORIA
GERAL DA UNIÃO
Sempre bem informado, o
jornalista Leandro Mazzini, titular do blog Coluna da Esplanda, revelou o
surgimento de uma nova instituição no País, embora sua existência serja apenas
virtual. Segundo Mazzini, o País já tem
instituições consolidadas como a Advocacia Geral da União, a Controladoria
(CGU), a Procuradoria (PDR) entre outras ‘Gerais’ da União, e com o trator da
Justiça Federal e da PF na Operação Lava Jato, o Brasil ganhará agora
informalmente a Entregadoria-Geral da União.
Resume-se num cenário surpreendente e inédito: Os advogados
da maioria dos detidos na recente fase da operação Lava Jato negociam a delação
premiada de seus clientes.
Com lobistas e empreiteiros na lista, será um salve-se quem
puder no Congresso Nacional e Assembleias Legislativas: especula-se nos
bastidores das instituições envolvidas na investigação que a lista atual
de 70 parlamentares propinados subirá para mais de 200.
O motivo é simples: ninguém quer ser um novo Marcos Valério
– o operador do Mensalão do PT condenado a mais de 40 anis de prisão. Valério,
depois, se arrependeu.
Advogados dos parlamentares que sabem de suas culpas já
esperam que a oitava fase da Lava Jato vai cercar os deputados, senadores e
prefeitos a partir de fevereiro – quando alguns deles, aliás, perderão o foro
privilegiado.
►SEM ANONIMATO NA TELEFONIA
A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática (CCT) reúne-se terça-feira (2) para apreciar projeto que torna
obrigatória e gratuita a identificação do número do telefone nas chamadas
telefônicas. O objetivo é evitar a prática de crimes por meio das redes de
telefonia e coibir abusos na prática dos serviços de telemarketing e de
cobranças.
O Projeto de Lei apresentado pelo senador Vital do Rêgo
(PMDB-PB) estabelece que as prestadoras de serviços de telefonia fixa ou móvel
oferecerão aos usuários, sem custo adicional, o serviço de identificação do
código de acesso originador da chamada. Também proíbe a oferta de serviços ou
equipamentos que impossibilitem ou obstruam a identificação dos códigos de
acesso telefônico pelos usuários.
Vital ressalta que chamadas não identificadas – que
comumente aparecem na tela do telefone com expressões como “bloqueado”,
“restrito” ou “não identificado” – têm sido utilizadas pelo crime organizado,
estelionatários e chantagistas, “que procuram aterrorizar suas vítimas sob o
manto do anonimato”.
Ele lembrou casos de pessoas que vieram a falecer de
infarto em razão do golpe do sequestro por telefone, acreditando que o suposto
sequestrador estivesse de fato com um ente querido.
Se o número do telefone fosse identificado, argumenta
Vital, a polícia poderia rastrear e prender os bandidos. Mas essa possibilidade
se perde pela demora do procedimento previsto na legislação em vigor –
apresentação de denúncia para obtenção do número de origem da chamada –,
favorecendo o bandido, “que tem por hábito mudar de celular rotineiramente”.
O projeto ainda torna obrigatória a identificação de código
de acesso que permita o imediato retorno da chamada em casos de ligações
efetuadas por empresas a consumidores. A intenção é evitar que ligações do tipo
“restrito” ou “não identificado” sejam usadas por call center, telemarketing ou empresas de cobrança para
campanhas agressivas ou assédio moral, ferindo direitos previstos no Código de
Defesa do Consumidor.
O texto atual, na forma de substitutivo, é resultado de
ajustes feitos pelos relatores na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor
e Fiscalização e Controle (CMA), senador Ivo Cassol (PP-RO), e na CCT, Benedito
de Lira (PP-AL). Este último incluiu prazo de 60 dias para que as prestadoras
de serviços de telefonia cumpram os dispositivos da lei.
►BANDA LARGA EM
DISCUSSÃO
Logo no início da sessão próxima terça-feira, os membros da
Comissão de Ciência vão avaliar a política do Programa Nacional de Banda Larga
(PNBL). O senador Anibal Diniz (PT-AC) vai apresentar um relatório de
acompanhamento sobre o desenvolvimento do programa. O relator participou de
várias audiências públicas sobre o assunto, com a presença de representantes do
governo, de empresas de telefonia e de entidades de defesa do consumidor.
Ainda
constam da pauta da CCT, o projeto que disciplina a oferta de descontos nas tarifas
e preços dos serviços de telecomunicações (PLS 18/2012) e o que permite a
dedução no Imposto de Renda de parcela dos valores investidos na integralização
de capital social em sociedades empresárias start-ups (PLS 54/2014). A comissão
ainda vai apreciar 63 projetos que tratam da concessão ou renovação de
concessão de TVs, rádios comerciais e rádios comunitárias.
►TCE ANULA EDITAL E CEDAE ECONOMIZA
O Tribunal de Contas
do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) decidiu, na sessão plenária de
quinta-feira (27), manter suspensos três editais de licitação da Companhia
Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) destinados a obras de implantação do
sistema de abastecimento em Nova Iguaçu e de reforço dos existentes em
Nilópolis e Duque de Caxias, todos na Baixada Fluminense.
Anteriormente, em
sessão no dia 2 de outubro, o TCE-RJ determinara à Cedae que as planilhas com
os custos das obras nos três municípios fossem revistas. A autarquia as refez e
apresentou novos valores que resultaram numa economia de R$ 52.273.342,82 para
os cofres públicos. Naquela sessão, o Tribunal de Contas também estabelecera
outras alterações nos três editais de licitação, mas constatou que apenas parte
delas foi cumprida.
Em relação às obras
em Nova Iguaçu, no bairro de Cabuçu, os conselheiros do TCE-RJ determinaram
correções nos editais, inclusive no que diz respeito aos valores, o que
resultou na economia de R$ 45.887.619,73. O valor estimado originalmente era de
R$ 149.887.558,98 e foi reduzido para R$ 103.999.939,25. Ainda assim, o edital
manteve outras irregularidades. Quanto às obras em Nilópolis, a Cedae, após
cumprir parte das determinações do TCE-RJ, apresentou nova estimativa de custo
para obra, que foi reduzida de R$ 148.943.853,59 para R$ 143.751.405,02,
gerando uma economia de R$ 5.192.448,57 para o erário.
Os editais de
licitação para as obras em Nova Iguaçu e Nilópolis ficarão suspensos, conforme
o voto do relator José Maurício de Lima Nolasco seguido pelos demais
conselheiros do TCE-RJ. A Cedae deverá encaminhar ao Tribunal, no prazo de 30
dias, a contar da data do recebimento da comunicação, os editais corrigidos
para que as licitações sejam autorizadas.
No que se refere a
Duque de Caxias, o TCE-RJ, acompanhando o voto do conselheiro-relator Aloysio
Neves, também deu o prazo de um mês para o atendimento das exigências
pendentes. Após o cumprimento de todas elas, a Cedae será autorizada a lançar o
edital de licitação de concorrência pública para as obras naquele município. A
economia gerada pela determinação do TCE-RJ para que o custo das obras fosse
recalculado resultou numa economia de R$ 1.193.280,52. O valor inicialmente
previsto era de R$ 57.130.506,52. Mas após a revisão da planilha orçamentária
determinada pelo TCE-RJ no dia 2 de outubro último, ele foi reduzido para R$
55.937.226,00.
►CANDIDATOS SEM QUITAÇÃO MILITAR
Até a última sexta-feira (28), vinte e dois candidatos do
sexo masculino eleitos e 1º e 2º suplentes ainda não haviam apresentado o comprovante de quitação militar ao TRE-RJ,
requisito para diplomação dos candidatos do sexo masculino até 45 anos. Eles já
foram intimados pelo Tribunal e têm até o dia 8 de dezembro para comprovar se
estão em dia com as obrigações militares.
A cerimônia de diplomação, última etapa do processo
eleitoral, será no dia 15 de dezembro, às 14h, na Assembleia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
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