MPF DO PARANÁ PEDE A CONDENAÇÃO
DE NOVE ENVOLVIDOS NO "PETROLÃO"
O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal no
Paraná que condene por lavagem de dinheiro e organização criminosa nove
suspeitos de envolvimento com o esquema investigado pela Operação Lava Jato, da
Polícia Federal (PF). Entre eles estão o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, beneficiários de
acordos de delação premiada.
Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa detalharam como o dinheiro era distribuído aos políticos da base do Governo |
Ao justificar o pedido, apresentado nesta quarta (3), os
procuradores federais que integram a força-tarefa do MPF alegam ao juiz federal
Sérgio Moro que Costa e Youssef comandavam uma das “organizações criminosas”
que fraudavam contratos da Petrobras, usando empresas reais ou de fachada para
“lavar” o dinheiro obtido ilicitamente. Ao negociar o acordo de delação
premiada, com o qual espera atenuar uma eventual punição, Costa admitiu ter
recebido suborno. Ele ocupou a diretoria da estatal entre maio de 2004 e abril
de 2012.
O MPF também pediu a condenação do sócio da empresa Sanko-Sider
Márcio Andrade Bonilho; do dono da MO Consultoria, Waldomiro Oliveira; do
contador das empresas RCI Software e Empreiteira Rigidez Antônio Almeida Silva;
dos sócios da Labogen Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles e Esdra de Arantes
Ferreira; e do sócio da Piroquímica Pedro Argese Júnior. Os procuradores
pediram que Murilo Tenio Barros, sócio da Sanko-Sider, seja absolvido.
Nas alegações, os procuradores afirmam que já foram
encontrados elementos de que os acusados “constituíram e integraram organizações
criminosas com o objetivo de obter vantagens econômicas, mediante a prática de
diversas infrações penais, notadamente crimes financeiros e de lavagem de
dinheiro”. A “complexa organização criminosa”, segundo os procuradores, tinha
“tentáculos nacionais e internacionais” que lhes permitiram movimentar grandes
quantias em dinheiro ilícito.
As investigações indicam que boa parte do valor desviado
saiu dos contratos para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em fase final
de construção em Ipojuca, região metropolitana do Recife. O Tribunal de Contas
da União (TCU) identificou indícios de sobrepreço e superfaturamento na obra e,
segundo o MPF, parte dos valores pagos a mais foi repassada aos integrantes do
esquema.
Os procuradores afirmam que Costa se valia de sua
influência na Petrobras para obter das empresas contratadas pela estatal,
sobretudo de grandes construtoras, o pagamento de propinas. As empresas, por
sua vez, recebiam diversos benefícios, incluindo a garantia de não ser
posteriormente prejudicadas por futuras decisões do ex-diretor ou de
funcionários a ele subordinados. Outros benefícios eram a prorrogação de
contratos e a celeridade no recebimento dos serviços prestados.
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