sexta-feira, 14 de novembro de 2014

OPERAÇÃO LAVA JATO CHEGA
AO CARTEL DE EMPREITEIRAS 
Entre os suspeitos de participação no esquema criminoso de superfaturamento de contratos da Petrobras, para pagamento de propina a parlamentares e partidos políticos, que tiveram a prisão preventiva ou temporária expedida hoje (14) na sétima fase a Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), 20 são das maiores empreiteiras no país e dois subordinados ao doleiro Alberto Yousseff, preso desde março.
Renato Duques  ex diretor
da Petrobrás
Até o momento, foram presas 18 pessoas, entre elas, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Foram cumpridos seis mandatos de condução coercitiva e os investigados não localizados tiveram os nomes incluídos no sistema de procurados da PF. 
Os agentes apreenderam registros e livros contábeis, recibos, agendas, ordens de pagamento e documentos relacionamentos à manutenção e movimentação de contas no Brasil e no exterior. Foram apreendidos também HDs, laptops, pen drives, smartphones; agendas manuscritas e eletrônicas dos investigados.
Estão sob guarda a polícia arquivos eletrônicos com a contabilidade em meio digital das empreiteiras e documentos relacionados com a contratação das empresas de fachada investigadas, especialmente MO Consultoria, GDF Investimentos, RCI Software, Empreiteira Rigidez.
Veja a lista de pessoas contra as quais há mandados de prisão:
Prisão preventiva

- Eduardo Hermelino Leite, diretor vice-presidente da Camargo Corrêa S.A.;
- José Ricardo Nogueira Breghiroll, funcionário da Construtora OAS;
- Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da Construtora OAS S.A;
- Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente executivo da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A;
- Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia S.A.;
- Erton Medeiros Fonseca; diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia S.A..
Mandado de prisão temporária (5 dias)
- João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A.;
- Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS;
- Alexandre Portel Barbosa, advogado da OAS;
- Ednaldo Alves da Silva, funcionário da UTC Participações S.A;
- Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico da Engevix Engenharia S.A.;
- Newton Prado Júnior, diretor técnico da Engevix Engenharia S.A.;
- Dalton dos Santos Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S.A.;
- Otto Garrido Sparenberg, diretor de Operações da IESA Óleo & Gás S.A.;
- Valdir Lima Carreiro, diretor-presidente da IESA Óleo & Gás S.A.;
- Jayme Alves de Oliveira Filho, ligado a Alberto Youssef;
- Adarico Negromonte Filho, ligado a Alberto Youssef;
- José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS;
- Ricardo Ribeiro Pessoa, UTC Participações S.A.;
- Walmir Pinheiro Santana, UTC Participações S.A.;
- Carlos Alberto da Costa Silva, ligado a empreiteiras
- Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor-geral de Desenvolvimento Comercial da Vital Engenharia, Grupo Queiroz Galvão; 
- Ildefonso Colares Filho, diretor-presidente da Construtora Queiroz Galvão S.A;
- Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras;
- Fernando Antônio Falcão Soares, citado nas investigações como agente do PMDB no esquema criminoso. 

Investigados que sofreram bloqueios bancários:
1) Eduardo Hermelino Leite
2) Dalton dos Santos Avancini
3) João Ricardo Auler
4) José Ricardo Nogueira Breghirolli
5) José Aldemário Pinheiro Filho
6) Agenor Franklin Magalhaes Medeiros
7) Ricardo Ribeiro Pessoa
8) Walmir Pinheiro Santana
9) Sérgio Cunha Mendes
10) Gerson de Mello Almada
11) Othon Zanoide de Moraes Filho
12) Ildefonso Colares Filho
13) Valdir Lima Carreiro
14) Erton Medeiros Fonseca
15) Fernando Antonio Falcão Soares
16) Renato de Souza Duque

Condução coercitiva:
1) Edmundo Trujillo, engenheiro, diretor do Consórcio Nacional Camargo Correa
2) Pedro Morollo Junior, engenheiro civil, OAS
3) Fernando Augusto Stremel Andrade, engenheiro civil, OAS
4) Angelo Alves Mendes, engenheiro civil, diretor vice-presidente da Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A
5) Rogério Cunha de Olliveira, engenheiro eletricista, diretor da Área de Óleo e Gás -(ANOG) da Mendes Júnior Trading e Engenharia
6) Flávio Motta Pinheiro, economista, diretor Administrativo e Financeiro da MENDESPREV – Sociedade Previdenciária
7) Cristiano Kok, presidente da Engevix Engenharia S/A.
8) Marice Correa de Lima, cunhada do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto
9) Luiz Roberto Pereira 
(Com a Agência Brasil)


PARA JUIZ, PRISÕES DA LAVA JATO SÃO
REMÉDIO AMARGO CONTRA CORRUPÇÃO 

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava jato, disse que as novas prisões determinadas por ele são um “remédio amargo” para coibir a continuidade dos casos de corrupção na Petrobras. A afirmação está na decisão na qual Moro atendeu a pedido da Polícia Federal e determinou a prisão de 18 investigados, a maioria deles ligados a empreiteiras.
No despacho, o juiz citou declarações da presidenta Dilma Rousseff e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, durante o período eleitoral, defenderam o prosseguimento das investigações e a importância da punição aos acusados. 
“Os apelos provenientes de duas das mais altas autoridades políticas do país, e que se encontram em campos políticos opostos, confirmam a necessidade de uma resposta institucional imediata para coibir a continuidade do ciclo delitivo descoberto pelas investigações, tornando inevitável o remédio amargo, ou seja, a prisão cautelar”, disse o juiz.
Para justificar a decretação das prisões dos executivos das empreiteiras, o juiz alegou risco a ordem pública e à investigação. Segundo Moro, sem a medida não seria possível evitar interferências na obtenção de provas e fugas para o exterior. 
“Com o poder econômico de que dispõem, o risco de prejudicarem as investigações e a instrução ou de obstruírem o processo através da produção de provas falsas ou da cooptação de testemunhas e mesmo de agentes públicos envolvidos de alguma forma no processo é real e imediato”, concluiu. (Com Agência Brasil)

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