SENADO REJEITA PEC QUE ZERAVA
IMPOSTOS SOBRE MEDICAMENTOS
A Proposta de Emenda
Constitucional (115/11), conhecida como PEC dos Medicamentos, foi rejeitada
pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, nesta quarta-feira
(12). Com isso a matéria deve ser arquivada. O objetivo da proposta apresentada
pelo senador Paulo Bauer (PSDB-SC) era zerar os impostos sobre remédios de uso
humano. Um substitutivo ao texto original de Bauer foi apresentado pelo relator
da matéria, Luiz Henrique (PMDB-SC).
Durante a discussão, a
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que a proposta é inviável. “Não sou
contra a redução de tributos sobre medicamentos e não sou contra a redução do
preço de medicamentos, mas não podemos solucionar o problema criando um
problema maior”, justificou ao pedir a rejeição da PEC aos colegas.
Gleisi Hoffmann votou contra a PEC |
Segundo a senadora, a redução
de carga tributária prevista na proposta resultaria em impacto negativo sobre
os orçamentos estaduais e municipais, seja pela redução de Imposto sobre
Produtos Industrializados nas localidades que sediam indústrias farmacêuticas
ou por queda nos repasses dos Fundos de Participação dos Estados e dos
municípios, o FPM. A forte concentração do setor de fármacos, para Glesi,
indica que uma redução de tributos não resultaria em redução de preços.
Remédio para os humanos paga mais imposto que o destinado aos animais |
Em defesa da proposta, Paulo
Bauer lembrou que os partidos políticos, as igrejas, os jornais e até as
revistas sobre celebridades são isentos de impostos.
“Se nós não pagamos
imposto por pensamento ideológico, por informação e por fé, porque vamos pagar
pela dor? A falta de saúde produz dor e a dor só se cura com medicamentos”,
ressaltou.
O senador Ricardo Ferraço
(PMDB-ES) defendeu a medida. Para ele, a PEC beneficiaria especialmente a
população de baixa renda. Ferraço avalia que o alto preço dos remédios se deve
a alta carga tributária incidente sobre esses produtos, de aproximadamente 34%,
contra uma média mundial em torno de 6%. A única chance de a matéria ir para
votação em plenário será a apresentação de um recurso neste sentido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário