RELATOR
MUDA OS CONCEITOS E
EMBARALHA
A REFORMA POLÍTICA
Sob
fortes críticas, e com acordo para votação prevista para a próxima terça-feira
(19), o relator da reforma política na comissão especial da Câmara dos Deputados,
deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), mudou pontos de seu parecer causando mais
polêmica. Um deles foi o tempo de mandato de senadores, que passou a ser 10
anos. Na proposta apresentada há dois dias, Castro reduziu a duração do mandato
no Senado dos atuais oito anos para cinco anos, igualando a outros cargos
eletivos.
A
proposta do relator era coincidir todos as eleições – de presidente a vereador
- a partir de 2018. Para isto, as eleições de 2016 garantiriam mandatos de dois
anos. Com as mudanças apresentadas hoje (14), Castro adia a novidade para 2022,
aumentando o mandato de 2016 para seis anos.
A ideia é
que, a partir desta coincidência, todos os mandatos passem a ser de cinco anos,
exceto o dos senadores. A proposta de cláusula de desempenho também sofreu
alterações. O relator restabeleceu o mínimo de votos válidos nas eleições para
a Câmara de 3% para 2%, a fim de que os partidos tenham garantido acesso aos
recursos do fundo partidário.
O
percentual teria de ser distribuído em, pelo menos, um terço das unidades da
federação, com um mínimo de 1% do total de cada. Na linha de ataque, a deputada
Renata Abreu (PTN-SP) criticou os critérios e explicou que a exigência
representa 10 milhões de votos. Segundo ela, tal exigência isola os partidos
pequenos. Para a parlamentar, a cláusula de barreira “acaba com o pluralismo
político”.

O PT
tentou, desde o início das discussões, restringir o financiamento às fontes
públicas. O partido manteve o tom de críticas ao modelo de arrecadação durante
a reunião de hoje que ficou destinada a apenas debates, mas não há sinalização
de mudanças neste ponto. Os deputados têm até o dia da votação para apresentar
destaques ao texto que, se aprovado na comissão, vai para apreciação do
plenário da Câmara.
A
proposta do relator também põe fim às coligações proporcionais, prevendo apenas
coligação nas eleições majoritárias para cargos de prefeito, governador,
senador e presidente da República. Castro incluiu a previsão de formação de
federações partidárias nacionais, estabelecendo que os partidos se mantenham
unidos durante toda a legislatura, como uma bancada.
Sobre a
suplência do Senado, o parlamentar tinha proposto mudanças nas regras para que
a vaga fosse ocupada pelos candidatos que não conseguirem os votos para se
eleger, seguindo a ordem decrescente de votação. Castro defendeu hoje que cada
candidato tenha apenas um suplente que não tenha parentesco até segundo grau,
ou seja, cônjuge.
A
proposta, que ainda será analisada pelo colegiado, reduz a idade mínima para
senador, governador e vice-governador que passa a ser 30 anos. Atualmente, a
idade mínima é 35 anos. Para reforçar a fidelidade partidária, o relator
estabeleceu que o candidato eleito perca o mandato caso se desfilie do partido
que o elegeu. (Com Agência Câmara)
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