QUEDA DO DESEMPREGO NÃO
REDUZ GASTOS COM SEGURO
Entre janeiro e outubro deste ano o governo federal
desembolsou R$ 23,4 bilhões para o pagamento de seguro-desemprego. O montante é
R$ 139,9 milhões maior do que os R$ 23,3 bilhões aplicados em igual período de
2012. Os valores utilizados pelo Contas Abertas para realizar o levantamento
são constantes, ou seja, já está descontado o crescimento do salário mínimo no
período.
A taxa de desemprego no país, no entanto, apresentou
queda: passou de 5,4% em setembro para 5,2% em outubro. É a menor taxa desde
dezembro do exercício passado. As informações foram divulgadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 21.
O benefício do seguro-desemprego foi instituído pela Lei
n.º 998, de 11 de janeiro de 1990 e alterado pela Lei n.º 8.900, de 30 de junho
de 1994, com a finalidade de prover assistência financeira temporária a
trabalhadores desempregados sem justa causa, e auxiliá-los na manutenção e na
busca de emprego, provendo para tanto, ações integradas de orientação,
recolocação e qualificação profissional.
O fato dos valores crescerem mesmo com a diminuição do
desemprego pode ser explicado, em parte, pelo número de fraudes que acontecem
nos pagamentos do benefício. No começo de novembro, o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, afirmou que as fraudes são o principal motivo da disparada dos
gastos do governo com o seguro-desemprego. Na oportunidade, o ministro estava
reunido em São Paulo com as principais centrais sindicais para a discussão do
assunto.
Em apenas três operações da Polícia Federal (PF) sobre
fraudes no seguro-desemprego, entre novembro de 2012 e setembro deste ano, foi
identificado o desvio de R$ 56 milhões em pagamento de auxílios indevidos. O
aumento dos gastos com seguro-desemprego tem pressionado as contas do Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT).
“Que existe fraude, todos nós sabemos, e temos que
coibir. Me parece que a iniciativa é dos empregadores. Não acredito que seja
iniciativa dos trabalhadores”, disse Mantega, ao sair do encontro com os
dirigentes sindicais. (Agência Brasil)
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