CATEGORIA REJEITA PROPOSTA
E MANTEM GREVE NO
COMPERJ
Os trabalhadores da
obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, região
metropolitana do Rio, recusaram nesta terça (18), em assembleia, a proposta de
reajuste salarial de 7% apresentada pelos empregadores. A assembleia decidiu
pela manutenção da greve, que começou há duas semanas para os 40 mil operários
que trabalham no complexo.
O assessor da
presidência do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Gonçalo e
Região (Sinticom), Marcos Aurélio Hartung, disse que cerca de 20 mil
trabalhadores participaram da assembleia e indicaram que não aceitarão menos de
10% como índice de reajuste salarial.
“Ontem (17), os
empregadores ofereceram 7% de reajuste linear, em todos os salários, 7% de
reajuste no vale-alimentação, na PLR [Participação dos Lucros e Resultados],
que hoje é um salário mínimo, e 7% de reajuste em cima da cesta natalina, de R$
180”, informou. “Está muito longe do que queremos. Acho que os trabalhadores
não aceitarão nada abaixo de dois dígitos”, disse ele.
No início da greve,
os trabalhadores pediam 15% de aumento salarial, vale-alimentação de R$ 500,
PLR de um salário mínimo e meio, cesta natalina de 70% do valor do
vale-alimentação e alojamento para quem não mora no município. Na audiência de
conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, quarta-feira passada (12), os
empregadores haviam proposto negociar caso a greve fosse interrompida, mas os
grevistas recusaram. “Não houve espaço para apresentar proposta, era apenas se
voltaríamos ao trabalho ou não [para a negociação]”.
Nesta quarta (18) o
TRT realizou nova audiência de conciliação entre as partes, e nesta
quinta-feira (20), às 7h, está marcada uma assembleia dos trabalhadores para
decidir sobre as propostas apresentadas.
No segundo dia de
greve, no início do mês, dois homens que participavam da paralisação foram
baleados por uma dupla, em uma moto não identificada, que disparou contra a
multidão. As vítimas foram levadas para um hospital e uma delas passou por
cirurgia. Ninguém morreu.
O Comperj vai ser o
maior polo petroquímico do Brasil, com capacidade de processamento de cerca de
300 mil barris de petróleo bruto por dia, bem como de fornecimento de produtos
hoje importados, como fertilizantes para agroindústria. (Flávia Villela -
Agência Brasil)
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