CORTES NO ORÇAMENTO AGRAVAM
AS RELAÇÕES COM O CONGRESSO
Dos R$ 44 bilhões a serem reduzidos nos gastos do governo
em 2014, R$ 30,5 bilhões serão cortados das despesas discricionárias – aquelas
em que o Planalto tem autonomia para definir o uso. Deste total, R$ 13,3
bilhões serão cortados do que estava previsto para gastos com emendas
parlamentares. Essas emendas tinham uma previsão de R$ 19,76 bilhões. Com o
corte anunciado nesta quinta (20), esse valor foi reduzido para R$ 6,46
bilhões.
As emendas parlamentares tiveram corte de R$ 13,3 bilhões,
enquanto o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) perdeu R$ 7 bilhões –
passando dos R$ 61,46 bilhões previstos para R$ 54,46 bilhões. Os gastos do
Ministério da Defesa vêm em terceiro lugar nos cortes, com uma redução de R$ 3,5
bilhões: previsão orçamentária reduzida de R$ 14,79 bilhões para R$ 11,29
bilhões nas despesas discricionárias.
Na terça-feira (18), o Governo pediu aos líderes da base
governista que abandonasse o plenário, pois temia que o líder do PMDB, Eduardo
Cunha, cumprisse a promessa de derrubar os vetos a presidente Dilma Rousseff a
alguns projetos de interesse dos parlamentares, como o que permitiria a criação
de cerca de 400 novos municípios. Se o veto fosse derrubado, haveria a distribuição
de cerca de um milhar de cargos de prefeito, vice e vereadores em diversos
estados, o que acabaria reduzindo o valor do Fundo de Participação dos
Municípios, principal fonte de receita de milhares de cidades por todo o País.
Esse fundo é constituído por uma parte do IPI e do Imposto de Renda arrecadados
nos municípios. Com mais prefeitos participando do rachuncho, o valor de cada
um seria menor, principalmente porque a política de incentivo fiscal do
governo, com a redução ou eliminação do IPI de carros, motos, geladeiras e
lavadoras, acabou reduzindo a base de arrecadação tanto do Fundo dos Municípios,
como o Fundo dos Estados, o que provocou a grita da Associação nacional que reúne
os prefeitos.
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